2004/06/03
A UNIÃO EUROPEIA poderia resolver o Problema Palestiniano? Eis um tema para a campanha eleitoral.
Na luta que se desenvolve ou anuncia (entre o Ocidente e o terrorismo, entenda-se) — escrevi aqui anteontem — o lado que os Judeus escolheram é o do Ocidente, geográfico e civilizacional.
E acrescentei: a verdade é que estamos (todos) no mesmo barco e (que) somos de facto aliados.
Isto não foi escrito para provocar as iras daqueles que pensam que um Português a defender os Judeus é pura e simplesmente ser, no fundo, anti-Português.
Quanto mais chamar-lhes aliados...
Mas são-no objectivamente.
A contra-gosto deles e de cá?... Talvez.
Sem textos escritos?... Com certeza.
Mas pela força e inevitabilidade dos nossos condicionalismos culturais e civilizacionais. Como do amplo quadro geo-estratégico em que todos no Ocidente nos movemos.
Mesmo sem que tenhamos de estar todos de acordo com as atitudes e políticas de todos.
A verdade é que os Judeus queriam de há muito um território próprio para aí construírem uma Pátria própria, que idealmente seria a Terra Prometida da Bíblia, pela segunda vez na História.
Por métodos e meios que são claramente herdeiros dos que as Metrópoles europeias (com apoio dos EUA) usaram para partilhar a África entre si, no séc. XIX, também o Ocidente destinou a Palestina aos Judeus, que depois da II Guerra Mundial (1939-45) aí construíram o Estado de Israel.
Os EUA e a Grã-Bretanha, estejamos ou não de acordo, assumiram moral e politicamente responsabilidades pela existência e defesa do Estado de Israel que é criação, antes de mais, sua, num meio geo-estratégico que desde muito antes da criação de Israel já era decididamente hostil aos Judeus.
Vem daí toda a dificuldade e importância do problema para aqueles Estados — EUA e Grã-Bretanha.
A derrota de Israel será uma enorme derrota sua.
E de todo o Ocidente?
Também, porque hoje a fronteira do Ocidente passa efectivamente por ali.
A batata quente está antes de mais nas mãos dos Israelitas, porque estes a quiseram e porque lha puseram lá Britânicos e Americanos.
Com isso, estes assumiram a obrigação moral e política de os aguentar.
Porque pensavam que mais tarde ou mais cedo Israel lhes seria uma espécie de fronteiro a Oriente?
Seria talvez atribuir-lhes um impossível profetismo.
Mas que não poucos já hoje consideram uma espécie de fronteiro do Ocidente, pela fatalidade das coisas.
São talvez dos que acreditam que também para o caso da Palestina uma posição realista e inteligente da União Europeia se torna indispensável.
Não a ponto, claro, de esperarem que a UE, depois de acolher a Turquia entre os seus membros, fosse também capaz de convidar Israelitas e Palestinianos, simultaneamente, garantindo a ambos a existência independente dos seus dois Estados, finalmente pacificados.
A não ser que tresloucassem...
Cada um tem direito aos seus delírios.
O delírio é livre...
Mas o delírio em questão afigura-se sobretudo irrealizável pelo excesso de expectativas que teriam de depositar-se nos frágeis e cansados ombros dos supostos "grandes" dirigentes actuais da União Europeia.
Porque, quanto ao resto, talvez a utopia não seja maior do que era há cinquenta anos a utopia da Europa que hoje temos.
A.C.R.
E acrescentei: a verdade é que estamos (todos) no mesmo barco e (que) somos de facto aliados.
Isto não foi escrito para provocar as iras daqueles que pensam que um Português a defender os Judeus é pura e simplesmente ser, no fundo, anti-Português.
Quanto mais chamar-lhes aliados...
Mas são-no objectivamente.
A contra-gosto deles e de cá?... Talvez.
Sem textos escritos?... Com certeza.
Mas pela força e inevitabilidade dos nossos condicionalismos culturais e civilizacionais. Como do amplo quadro geo-estratégico em que todos no Ocidente nos movemos.
Mesmo sem que tenhamos de estar todos de acordo com as atitudes e políticas de todos.
A verdade é que os Judeus queriam de há muito um território próprio para aí construírem uma Pátria própria, que idealmente seria a Terra Prometida da Bíblia, pela segunda vez na História.
Por métodos e meios que são claramente herdeiros dos que as Metrópoles europeias (com apoio dos EUA) usaram para partilhar a África entre si, no séc. XIX, também o Ocidente destinou a Palestina aos Judeus, que depois da II Guerra Mundial (1939-45) aí construíram o Estado de Israel.
Os EUA e a Grã-Bretanha, estejamos ou não de acordo, assumiram moral e politicamente responsabilidades pela existência e defesa do Estado de Israel que é criação, antes de mais, sua, num meio geo-estratégico que desde muito antes da criação de Israel já era decididamente hostil aos Judeus.
Vem daí toda a dificuldade e importância do problema para aqueles Estados — EUA e Grã-Bretanha.
A derrota de Israel será uma enorme derrota sua.
E de todo o Ocidente?
Também, porque hoje a fronteira do Ocidente passa efectivamente por ali.
A batata quente está antes de mais nas mãos dos Israelitas, porque estes a quiseram e porque lha puseram lá Britânicos e Americanos.
Com isso, estes assumiram a obrigação moral e política de os aguentar.
Porque pensavam que mais tarde ou mais cedo Israel lhes seria uma espécie de fronteiro a Oriente?
Seria talvez atribuir-lhes um impossível profetismo.
Mas que não poucos já hoje consideram uma espécie de fronteiro do Ocidente, pela fatalidade das coisas.
São talvez dos que acreditam que também para o caso da Palestina uma posição realista e inteligente da União Europeia se torna indispensável.
Não a ponto, claro, de esperarem que a UE, depois de acolher a Turquia entre os seus membros, fosse também capaz de convidar Israelitas e Palestinianos, simultaneamente, garantindo a ambos a existência independente dos seus dois Estados, finalmente pacificados.
A não ser que tresloucassem...
Cada um tem direito aos seus delírios.
O delírio é livre...
Mas o delírio em questão afigura-se sobretudo irrealizável pelo excesso de expectativas que teriam de depositar-se nos frágeis e cansados ombros dos supostos "grandes" dirigentes actuais da União Europeia.
Porque, quanto ao resto, talvez a utopia não seja maior do que era há cinquenta anos a utopia da Europa que hoje temos.
A.C.R.
Etiquetas: Em defesa do Ocidente