2004/05/27
Muitos nacionalistas estão preguiçosos e desmobilizados? Que pode mover nacionalistas ao trabalho?
Ao longo desta semana "camisanegra" tem-se queixado do fraco eco que terão tido as suas incitações ao trabalho dirigidas aos nacionalistas.
Lançadas essas incitações apenas no último fim de semana, parece-me, por esse lado, prematura a decepção de "camisanegra".
Não deve desistir ainda.
Certamente não podia esperar que nacionalistas em massa corressem dum instante para outro a montar cada um o seu blogue.
Só porque o País entrou em campanha eleitoral para as europeias?
Sabe bem como o país anda pouco interessado nisso, compreensivelmente, embora talvez lamentavelmente.
Não é entusiasmante trabalhar para estas eleições.
Se ainda há pouco um alto responsável político, que, por pressuposto, conhece bem o funcionar do sistema por dentro, dizia que ser deputado europeu é uma sinecura dourada para qualquer político...
De resto, boa parte dos nacionalistas sentem-se nada motivados pela Europa que, no fundo, consideram traição ao seu nacionalismo. Enfim...
Acresce que o trabalho por si objecto dos incitamentos aos jovens nacionalistas não é tão fácil ou convidativo, como aliás reconhece, que muitos possam ser os que de súbito se sintam "chamados" ou "eleitos".
Para dizerem o quê?
Só para que, falando (blogando) muitos ao mesmo tempo e repetindo as mesmas coisas pareçam um enorme coral que se imponha pela força e estridência sonoras?
Seria isso mais convincente que ideias, sentido crítico, cultura, formação política e trabalho aturado?
Penso que "camisanegra" — e julgo-o praticante de todas estas virtudes — podia desenvolver os seus esforços também nesse sentido: esperar o "milagre" apenas da blogosfera, em si, talvez seja demasiado optimismo.
Até porque traz riscos e impõe sacrifícios que de certo não atraem assim tantos candidatos a bloggers.
Como é sabido, as desistências têm sido muitas...
Mesmo parecendo que o blog é só e sempre um trabalho puramente individual, produto da inspiração e digitalização de um(a) militante apenas, creio que fazê-lo crer é necessariamente fomentar a vontade de ilusão dos inexperientes.
Não creio, pelo menos, que seja possível perseverar e manter a continuidade dum blog razoável, sem haver o esforço conjugado, perseverante e continuado, de alguns, isto é, de mais que um ou uma, tão diversos são de facto os contributos exigidos ou aconselháveis.
Sem falar, é claro, da vontade e do espírito de incessante aperfeiçoamento de cada sustentáculo do blogue, para o trabalho, tantas vezes ingrato, de criá-lo, mantê-lo e desenvolvê-lo.
Mas acaso isto seja um ideal insustentável e que devamos e possamos contentar-nos com muito menos.
Porém, também será verdade que dessa "revisão em baixa" não poderemos esperar grandes frutos.
Seja, aliás, para o que quer que for.
Peço desculpa da minha linguagem que alguns — ou muitos? — considerarão desmotivante. Mas creio profundamente que o renascimento dum nacionalismo do futuro — e de futuro — não se fará sem um enorme esforço de lucidez e de frontalidade, varrendo ideias e, aliás, falsas expectativas políticas também.
A começar, claro, pela formulação dos objectivos e métodos de trabalho adequados à mobilização dos nacionalistas, sobretudo dos que a si próprios se ignoram como tal e são um mundo de potencialidades que creio sobretudo renovadoras, mas também exaltantes, por isso mesmo.
A.C.R.
Lançadas essas incitações apenas no último fim de semana, parece-me, por esse lado, prematura a decepção de "camisanegra".
Não deve desistir ainda.
Certamente não podia esperar que nacionalistas em massa corressem dum instante para outro a montar cada um o seu blogue.
Só porque o País entrou em campanha eleitoral para as europeias?
Sabe bem como o país anda pouco interessado nisso, compreensivelmente, embora talvez lamentavelmente.
Não é entusiasmante trabalhar para estas eleições.
Se ainda há pouco um alto responsável político, que, por pressuposto, conhece bem o funcionar do sistema por dentro, dizia que ser deputado europeu é uma sinecura dourada para qualquer político...
De resto, boa parte dos nacionalistas sentem-se nada motivados pela Europa que, no fundo, consideram traição ao seu nacionalismo. Enfim...
Acresce que o trabalho por si objecto dos incitamentos aos jovens nacionalistas não é tão fácil ou convidativo, como aliás reconhece, que muitos possam ser os que de súbito se sintam "chamados" ou "eleitos".
Para dizerem o quê?
Só para que, falando (blogando) muitos ao mesmo tempo e repetindo as mesmas coisas pareçam um enorme coral que se imponha pela força e estridência sonoras?
Seria isso mais convincente que ideias, sentido crítico, cultura, formação política e trabalho aturado?
Penso que "camisanegra" — e julgo-o praticante de todas estas virtudes — podia desenvolver os seus esforços também nesse sentido: esperar o "milagre" apenas da blogosfera, em si, talvez seja demasiado optimismo.
Até porque traz riscos e impõe sacrifícios que de certo não atraem assim tantos candidatos a bloggers.
Como é sabido, as desistências têm sido muitas...
Mesmo parecendo que o blog é só e sempre um trabalho puramente individual, produto da inspiração e digitalização de um(a) militante apenas, creio que fazê-lo crer é necessariamente fomentar a vontade de ilusão dos inexperientes.
Não creio, pelo menos, que seja possível perseverar e manter a continuidade dum blog razoável, sem haver o esforço conjugado, perseverante e continuado, de alguns, isto é, de mais que um ou uma, tão diversos são de facto os contributos exigidos ou aconselháveis.
Sem falar, é claro, da vontade e do espírito de incessante aperfeiçoamento de cada sustentáculo do blogue, para o trabalho, tantas vezes ingrato, de criá-lo, mantê-lo e desenvolvê-lo.
Mas acaso isto seja um ideal insustentável e que devamos e possamos contentar-nos com muito menos.
Porém, também será verdade que dessa "revisão em baixa" não poderemos esperar grandes frutos.
Seja, aliás, para o que quer que for.
Peço desculpa da minha linguagem que alguns — ou muitos? — considerarão desmotivante. Mas creio profundamente que o renascimento dum nacionalismo do futuro — e de futuro — não se fará sem um enorme esforço de lucidez e de frontalidade, varrendo ideias e, aliás, falsas expectativas políticas também.
A começar, claro, pela formulação dos objectivos e métodos de trabalho adequados à mobilização dos nacionalistas, sobretudo dos que a si próprios se ignoram como tal e são um mundo de potencialidades que creio sobretudo renovadoras, mas também exaltantes, por isso mesmo.
A.C.R.