2004/05/14
"O essencial e o acessório" - ou o que nos separa de outros nacionalismos.
Temo-lo dito aqui tantas vezes, ao longo dos nossos dez meses e meio de existência como blogue, que não vamos agora repeti-lo, em pormenor.
Trata-se, em síntese, da nossa oposição ao Estado totalitário; aos regimes de partido único; ao Corporativismo de Estado; a qualquer sistema de representação política que não exija o sufrágio universal; à imposição e defesa da homogeneidade étnica; à "luta de classes" como instrumento de genocídio social, seja pelo "holocausto" da burguesia, seja de qualquer outra classe da sociedade; ou à identificação exclusiva do nacionalismo com a República ou com a Monarquia.
E pouco mais.
Não veio a Aliança Nacional para dividir ou lançar a confusão no campo "nacionalista", mas é claro que o referido acima separa-nos praticamente das correntes nacionalistas que em geral defendem alguma ou algumas das posições que nós rejeitamos; como aliás é ainda evidente que aquelas correntes que a si próprias reservaram o monopólio do nome nacionalismo se sentem confundidas, e ofendidas até, com a nossa violação do seu suposto direito de monopólio.
Mas — pergunto — não poderia a AN ser menos "cruel", respeitando-lhes o suposto monopólio e arranjando para o novo nacionalismo outra designação?
Não!
Não, por entendermos que, tal como somos e nos proclamamos, temos mais direito que ninguém ou que nenhuma outra doutrina ao nome nacionalismo.
É que o nacionalismo e as nações não nasceram com a Revolução Francesa — o nacionalismo jacobino — ou no fim do séc. XIX — os nacionalismos de direita e os nacionalismo totalitários de Estado.
Existiu e desenvolveu-se um nacionalismo português desde a Fundação, mesmo que "avant da lettre", isto é, mesmo que a realidade tenha antecedido a invenção do nome, como aliás aconteceu com tantas outras realidades sociais e políticas.
É dessas origens que nós podemos reivindicar uma antiguidade que poucos têm e simultaneamente a novidade de rejeitarmos a herança de qualquer outro dos nacionalismos citados e, por isso, sermos o mais novo de todos.
Se não podemos nem devemos ser confundidos com outros nacionalismos, não estamos nem por sombras fechados ao relacionamento com quaisquer correntes capazes de compreender que o nacionalismo, ideologia, tem de ser renovado de alto a baixo.
Como aliás o entenderam e praticaram outros antes de nós, limitados e condicionados embora pelas circunstâncias históricas em que surgiram. Foi o caso, em medidas e direcções diversas, do salazarismo ou, muito mais recentemente, os casos de correntes italianas, espanholas ou austríacas.
Queremos e temos de superá-las, na nossa ambição e longa prática inovadora, convictos de que as realidades — nações são as entidades mais incontornáveis e mais fecundas do mundo social e político estruturado.
Teremos de estar cada vez mais atentos e mobilizados para que a União Europeia nada possa contra isso, senão na medida em que o consentirmos conscientemente.
Atentos e mobilizados pelo estudo e o trabalho metódico e determinado!
António da Cruz Rodrigues
Trata-se, em síntese, da nossa oposição ao Estado totalitário; aos regimes de partido único; ao Corporativismo de Estado; a qualquer sistema de representação política que não exija o sufrágio universal; à imposição e defesa da homogeneidade étnica; à "luta de classes" como instrumento de genocídio social, seja pelo "holocausto" da burguesia, seja de qualquer outra classe da sociedade; ou à identificação exclusiva do nacionalismo com a República ou com a Monarquia.
E pouco mais.
Não veio a Aliança Nacional para dividir ou lançar a confusão no campo "nacionalista", mas é claro que o referido acima separa-nos praticamente das correntes nacionalistas que em geral defendem alguma ou algumas das posições que nós rejeitamos; como aliás é ainda evidente que aquelas correntes que a si próprias reservaram o monopólio do nome nacionalismo se sentem confundidas, e ofendidas até, com a nossa violação do seu suposto direito de monopólio.
Mas — pergunto — não poderia a AN ser menos "cruel", respeitando-lhes o suposto monopólio e arranjando para o novo nacionalismo outra designação?
Não!
Não, por entendermos que, tal como somos e nos proclamamos, temos mais direito que ninguém ou que nenhuma outra doutrina ao nome nacionalismo.
É que o nacionalismo e as nações não nasceram com a Revolução Francesa — o nacionalismo jacobino — ou no fim do séc. XIX — os nacionalismos de direita e os nacionalismo totalitários de Estado.
Existiu e desenvolveu-se um nacionalismo português desde a Fundação, mesmo que "avant da lettre", isto é, mesmo que a realidade tenha antecedido a invenção do nome, como aliás aconteceu com tantas outras realidades sociais e políticas.
É dessas origens que nós podemos reivindicar uma antiguidade que poucos têm e simultaneamente a novidade de rejeitarmos a herança de qualquer outro dos nacionalismos citados e, por isso, sermos o mais novo de todos.
Se não podemos nem devemos ser confundidos com outros nacionalismos, não estamos nem por sombras fechados ao relacionamento com quaisquer correntes capazes de compreender que o nacionalismo, ideologia, tem de ser renovado de alto a baixo.
Como aliás o entenderam e praticaram outros antes de nós, limitados e condicionados embora pelas circunstâncias históricas em que surgiram. Foi o caso, em medidas e direcções diversas, do salazarismo ou, muito mais recentemente, os casos de correntes italianas, espanholas ou austríacas.
Queremos e temos de superá-las, na nossa ambição e longa prática inovadora, convictos de que as realidades — nações são as entidades mais incontornáveis e mais fecundas do mundo social e político estruturado.
Teremos de estar cada vez mais atentos e mobilizados para que a União Europeia nada possa contra isso, senão na medida em que o consentirmos conscientemente.
Atentos e mobilizados pelo estudo e o trabalho metódico e determinado!
António da Cruz Rodrigues