2004/05/10
Os nacionalistas têm de ser anti-Americanos? E podem ser pro-Americanos?
Posição do nacionalismo relativamente ao chamado Imperialismo Americano?
(continuação)
É para estas perguntas do nosso questionário aos nacionalistas que venho tentando achar pistas de respostas nos últimos postes. Com a ajuda de alguns, claro; e engulhos mal disfarçados de um que outro, que não consiga disfarçar o seu incómodo...
Incómodo porquê?
Porque todas as perguntas se destinam, antes de mais, a tentar actualizar a definição dos objectivos e interesses nacionais à luz do nacionalismo português, para que este seja efectivamente um nacionalismo de futuro e do futuro.
Ora a verdade é que há muito perdemos o hábito de reflectir nisso, criativamente.
Convimos também que certos engulhos são compreensíveis, porque isso que temos em vista ultrapassa de longe as crónicas questões que muitos nacionalistas repetitiva e cansativamente se põem e com que iludem as suas responsabilidades de Portugueses.
Mas só, de facto, encarando de frente os desafios que as perguntas (essas e outras) nos apresentem poderemos chegar a definir claramente os interesses nacionais.
Como diz "camisanegra" – repito – os nacionalistas não temos que ser sistematicamente anti estes, ou anti aqueles; mas temos, sim, que ter em conta os interesses da Nação portuguesa e, consequentemente, que definir por aí quem serão os nossos aliados preferenciais, que podem, portanto, ser hoje uns e amanhã outros.
Ora busílis está principalmente aí.
É que um tal tipo de definição não pode mudar todos os dias nem frequentemente.
Os interesses das Nações estáveis têm ou tendem a ter uma profunda estabilidade.
É ver, no caso da Nação portuguesa, a estabilidade de séculos da nossa política de alianças, por força ou como resultante da estabilidade das nossos interesses marítimos e fora da Europa.
Terão esses mudado ultimamente tanto, nas últimas décadas, que a nossa política de alianças, por exemplo, deva passar a ser radicalmente outra?
Mesmo a nossa associação à Europa deverá contribuir ou forçar essa mudança radical? Ou, pelo contrário, deverá ela ser ocasião de um reforço do nosso tradicional atlantismo?
A questão talvez já não esteja tanto em saber se nós, Portugal e os países pequenos ou médios da Europa unida, seremos ou não capazes de "forçar" a UE neste ou naquela direcção; mas, sim, se está a União Europeia capaz de assumir compromissos, sejam quais forem.
Porque os interesses da Nação portuguesa, na matéria, esses não parecem difíceis de definir, apesar de tantas mudanças nos últimos trinta anos.
E apesar de ser grande a tentação de alguns nacionalistas em apostarem num europeísmo estreitamente exclusivista.
A.C.R.
(continua)
(continuação)
É para estas perguntas do nosso questionário aos nacionalistas que venho tentando achar pistas de respostas nos últimos postes. Com a ajuda de alguns, claro; e engulhos mal disfarçados de um que outro, que não consiga disfarçar o seu incómodo...
Incómodo porquê?
Porque todas as perguntas se destinam, antes de mais, a tentar actualizar a definição dos objectivos e interesses nacionais à luz do nacionalismo português, para que este seja efectivamente um nacionalismo de futuro e do futuro.
Ora a verdade é que há muito perdemos o hábito de reflectir nisso, criativamente.
Convimos também que certos engulhos são compreensíveis, porque isso que temos em vista ultrapassa de longe as crónicas questões que muitos nacionalistas repetitiva e cansativamente se põem e com que iludem as suas responsabilidades de Portugueses.
Mas só, de facto, encarando de frente os desafios que as perguntas (essas e outras) nos apresentem poderemos chegar a definir claramente os interesses nacionais.
Como diz "camisanegra" – repito – os nacionalistas não temos que ser sistematicamente anti estes, ou anti aqueles; mas temos, sim, que ter em conta os interesses da Nação portuguesa e, consequentemente, que definir por aí quem serão os nossos aliados preferenciais, que podem, portanto, ser hoje uns e amanhã outros.
Ora busílis está principalmente aí.
É que um tal tipo de definição não pode mudar todos os dias nem frequentemente.
Os interesses das Nações estáveis têm ou tendem a ter uma profunda estabilidade.
É ver, no caso da Nação portuguesa, a estabilidade de séculos da nossa política de alianças, por força ou como resultante da estabilidade das nossos interesses marítimos e fora da Europa.
Terão esses mudado ultimamente tanto, nas últimas décadas, que a nossa política de alianças, por exemplo, deva passar a ser radicalmente outra?
Mesmo a nossa associação à Europa deverá contribuir ou forçar essa mudança radical? Ou, pelo contrário, deverá ela ser ocasião de um reforço do nosso tradicional atlantismo?
A questão talvez já não esteja tanto em saber se nós, Portugal e os países pequenos ou médios da Europa unida, seremos ou não capazes de "forçar" a UE neste ou naquela direcção; mas, sim, se está a União Europeia capaz de assumir compromissos, sejam quais forem.
Porque os interesses da Nação portuguesa, na matéria, esses não parecem difíceis de definir, apesar de tantas mudanças nos últimos trinta anos.
E apesar de ser grande a tentação de alguns nacionalistas em apostarem num europeísmo estreitamente exclusivista.
A.C.R.
(continua)