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2004/05/07

Pro ou anti americanos? A Europa e a América. 

Com estes títulos (aqui e aqui), referiu-se ontem "camisanegra" aos meus postes desta semana sobre as mesmas matérias (aqui , aqui e aqui).

Apreciei a atenção que lhes dedicou e a correcção com que o fez.

Sim, concordo consigo que, implicitamente, os meus postes não se destinavam aos nacionalistas americanos.

Já não concordo que "perguntar isso a nacionalistas portugueses também faz pouco sentido."

É verdade que os nacionalistas portugueses não têm que ser à partida, como diz, nem pro nem anti-americanos; têm é de ter em conta os interesses nacionais, nossos, e actuar politicamente em conformidade, como relativamente a qualquer outra potência.

Acontece, porém, que uma boa parte dos nacionalistas (ou não) portugueses, que conheço ou leio, não se comportam com essa frieza e distanciamento: parecem condicionados por preconceitos (de origem talvez bem conhecida), que muitas vezes os tornam absolutamente cegos para os próprios interesses, actuais ou futuros, de Portugal.

Há uma tarefa a levar a cabo por todos nós: a revisão lúcida e fria dos interesses nacionais.

Julgo que é possível uma "paixão" lúcida e fria.

Quanto ao segundo poste, não terei sido inteiramente feliz ao falar de "herdeiros" e herança, palavras que podem ser tomadas no sentido em que as tomou: herdeiros e heranças de mortos, efectivamente.

Como porém sabe, tão bem como eu, é que nestes casos Europa-América se trata realmente de vivos e de despojos de vivos para vivos.

Assim, os seus remoques (desculpe) terão um significado menos virulento, creio, e todos poderemos enfrentar os verdadeiros problemas num sentido construtivo de parceria incontornável e estratégica (de longo prazo, portanto), entre Europa e EUA.

Os meus cumprimentos.

A.C.R.

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