2004/05/04
Os nacionalistas têm de ser anti-Americanos? E podem ser pro-Americanos?
(continuação)
Posição do nacionalismo relativamente ao chamado Imperialismo Americano.
Não tem sido despiciendo o eco encontrado na Internet, blogosfera em particular, pelas "perguntas aos nacionalistas" aqui apresentadas.
Mas também pela pergunta sobre se "um nacionalista tem, ou não tem, de defender a identidade racial do seu Povo", apresentada por Vítor Lima.
A pergunta relativa ao preenchimento de vagas nas paróquias portuguesas por sacerdotes estrangeiros (de qualquer nacionalidade e etnia), deu lugar a comentários que também são contributos a considerar para uma tomada de posição do novo nacionalismo sobre as relações Igreja-Estado.
Hoje estão em causa os Americanos.
Deixo aqui alguns comentários.
Há uma certa tradição nacionalista de anti-americanismo?
Diz-se que até o Doutor Salazar, com todo o seu senso político e equilíbrio de estadista, consumado defensor dos interesses nacionais, terá sofrido da fobia.
Contam-se muitos comentários seus em privado e as manifestações de desconfiança em relação aos Kennedy, por exemplo.
Mais que anti-americanismo em si, trata-se antes, julgo, da atitude do estadista muito responsável face aos interesses da potência hegemónica que ameaçavam os interesses de Portugal.
Que defendia como um leão.
Também alguns apresentam outro exemplo mais concreto e documentado, como prova da atitude de Salazar relativamente aos Americanos.
Foi o caso de Salazar se ter recusado em 1941 a tratar a questão da cedência das bases nos Açores directamente aos Americanos, exigindo que a pretensão fosse apresentada pela Grã-Bretanha, a coberto das cláusulas da Aliança Anglo-Lusa.
E assim foi feito, ressalvando-se as formalidades e a sensibilidade portuguesa, sem o que o Governo Português teria considerado a entrada dos Americanos nos Açores como uma ocupação hostil estrangeira, contra a qual Portugal teria lutado com todas as suas forças.
Mais uma vez, não me parece que houvesse nisso propriamente anti-americanismo "primário", antes a coerência e patriótica intransigência a que os Americanos não estariam sempre habituados, mas que várias vezes Salazar usou com outros, com igual sucesso e o mesmo rigor, sem olhar a quem.
Por isso ele dizia, a quem comentava a sua boa "sorte" como estadista, em tantos casos, que lhe "dava muito trabalho ter sorte".
Mas a questão do anti-americanismo vai "dar pano para mangas".
Sei o que me espera.
A.C.R.
(continua)
Posição do nacionalismo relativamente ao chamado Imperialismo Americano.
Não tem sido despiciendo o eco encontrado na Internet, blogosfera em particular, pelas "perguntas aos nacionalistas" aqui apresentadas.
Mas também pela pergunta sobre se "um nacionalista tem, ou não tem, de defender a identidade racial do seu Povo", apresentada por Vítor Lima.
A pergunta relativa ao preenchimento de vagas nas paróquias portuguesas por sacerdotes estrangeiros (de qualquer nacionalidade e etnia), deu lugar a comentários que também são contributos a considerar para uma tomada de posição do novo nacionalismo sobre as relações Igreja-Estado.
Hoje estão em causa os Americanos.
Deixo aqui alguns comentários.
Há uma certa tradição nacionalista de anti-americanismo?
Diz-se que até o Doutor Salazar, com todo o seu senso político e equilíbrio de estadista, consumado defensor dos interesses nacionais, terá sofrido da fobia.
Contam-se muitos comentários seus em privado e as manifestações de desconfiança em relação aos Kennedy, por exemplo.
Mais que anti-americanismo em si, trata-se antes, julgo, da atitude do estadista muito responsável face aos interesses da potência hegemónica que ameaçavam os interesses de Portugal.
Que defendia como um leão.
Também alguns apresentam outro exemplo mais concreto e documentado, como prova da atitude de Salazar relativamente aos Americanos.
Foi o caso de Salazar se ter recusado em 1941 a tratar a questão da cedência das bases nos Açores directamente aos Americanos, exigindo que a pretensão fosse apresentada pela Grã-Bretanha, a coberto das cláusulas da Aliança Anglo-Lusa.
E assim foi feito, ressalvando-se as formalidades e a sensibilidade portuguesa, sem o que o Governo Português teria considerado a entrada dos Americanos nos Açores como uma ocupação hostil estrangeira, contra a qual Portugal teria lutado com todas as suas forças.
Mais uma vez, não me parece que houvesse nisso propriamente anti-americanismo "primário", antes a coerência e patriótica intransigência a que os Americanos não estariam sempre habituados, mas que várias vezes Salazar usou com outros, com igual sucesso e o mesmo rigor, sem olhar a quem.
Por isso ele dizia, a quem comentava a sua boa "sorte" como estadista, em tantos casos, que lhe "dava muito trabalho ter sorte".
Mas a questão do anti-americanismo vai "dar pano para mangas".
Sei o que me espera.
A.C.R.
(continua)