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2004/05/06

Os nacionalistas têm de ser anti-Americanos? Todos os Europeus tendem para a ingratidão ou, no oposto, para a visão idílica da ajuda americana? 

(continuação)




Falou-se aqui ontem daqueles Europeus que vêem nos Americanos os grandes benfeitores da Europa, desde a guerra de 1914-1918, à guerra de 1939-1945 e à Guerra Fria, passando pelo Plano Marshall e pela fundação da NATO, até à queda do Muro de Berlim e "rendição" incondicional da URSS, em 1991.

São só vantagens! – clamam - Tudo "bençãos" para a Europa!

Nunca um Povo se dedicou com tal afinco a promover a segurança e engrandecimento de terceiros!

Nem com uma linha de continuidade e coerência que se pareça!

Tudo bem, concordo.

Mas esses Europeus talvez só estejam a ver um lado da questão, o lado idílico, o lado que beneficia os Americanos.

Esquecem, creio, que os EUA são, em relação, à Europa sobretudo herdeiros.

Sim, herdeiros e sucessores, aos quais, no interesse próprio, convém sempre, antes de mais, conservar a "herança", beneficiar a "herança", engrandecê-la e tirar todo o proveito possível de todos os legados e posições estratégicas que a constituam.

Ou não?...

Até na "parábolas" o bom gestor da herança e património é louvado por Cristo!

Os EUA têm sido os melhores gestores da herança que a Europa lhes consentiu.

É impossível, do ponto de vista americano, imaginar melhor.

Mas ponhamos visões idílicas de lado!

Zelar pela herança é, antes de mais, do interesse do "herdeiro".

Isso não quer dizer que esse zelo do "herdeiro" não tenha muitíssimas vezes sido proveitoso para a Europa.

Tem sido, sem dúvida.

Em primeiro lugar, porque a Europa não foi nem seria capaz de fazer melhor ou sequer tão bem.

Em segundo lugar, porque, tendo sido ela, em geral, que se meteu nas alhadas de que saiu derrotada, ficou quase sempre à mercê da ajuda ou protecção americana.

Não se pode queixar, mas agradecer.

Embora!

Porque também é verdade que os Americanos e os EUA muito têm igualmente que agradecer à Europa e aos Europeus.

Sem a Europa e a sua civilização, os EUA não existiriam e sem as alhadas dela ou em que ela se meteu, por sua exclusiva iniciativa e responsabilidade, nem por sombras a corrida da América à hegemonia mundial teria sido tão rápida e tão bem sucedida.

Foi espantoso e único.

Pouco mais de duzentos anos!

Não vale, pois, a pena tentar a contabilização do "negócio"; não seria possível concluir por quem ganhou mais ou quem ganhou menos.

Ficaríamos indefinidamente a puxar cada um a brasa à sua sardinha.

Será talvez mais inteligente e, sem dúvida, mais útil concluir que todos ganhámos muito, vendo a História a posteriori. A única maneira que há de vê-la, aliás...

Assim, talvez cheguemos a vermo-nos como parceiros, condenados, se assim quisermos, a sê-lo, melhor que como rivais, condenados a guerrear-se, mais tarde ou mais cedo, em proveito só de terceiros, que já podemos palpitar quem seriam.

A.C.R.

(continua)

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