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2004/05/14

Os 0,9% do PND - Partido da Nova Democracia 

Nova sondagem, com mais 0,2% de intenção de voto nas europeias para o PND, relativamente à sondagem de há um mês.

Agora a um mês das eleições, não parece augurar para o PND um resultado que pese.

Por outro lado, ouço dizer que o Dr. Manuel Monteiro se terá declarado nacionalista, em entrevista recente.

Não sei, a ser verdade, se terá sido antes ou depois de neste blogue termos estranhado que não se apresentasse como tal, tendo em conta o texto "Uma Ideia de Portugal" que anda na Internet como texto ideológico do PND, o qual aqui considerei como podendo ter-se até por um texto fundador do novo nacionalismo.

Se é verdade, repito, a afirmação do Dr. Manuel Monteiro revelaria audácia e determinação/visão, que poderiam não se esperar talvez tão cedo.

Em qualquer hipótese, a ser verdade, torno a dizer, é caso para regozijo dos novos nacionalistas, se os actos e disposições do presidente do Partido passam a acompanhar e condizer com o teor do que um seu texto tão importante diz ou subentende.

Mesmo que a melhoria da sondagem represente ainda pouco para o PND, o seu presidente terá dado provas de pressentir a grande importância do potencial de voto do novo nacionalismo, se bem o compreendermos e avaliarmos.

Como aliás o Dr. Paulo Portas tem dado provas de saber também, a avaliar por muitas das suas declarações e tomadas de posições, de há muitos meses para cá.

Mas o Primeiro Ministro não parece saber menos.

Ou parece saber ainda mais ...

A.C.R.

"O essencial e o acessório" - ou o que nos separa de outros nacionalismos. 

Temo-lo dito aqui tantas vezes, ao longo dos nossos dez meses e meio de existência como blogue, que não vamos agora repeti-lo, em pormenor.

Trata-se, em síntese, da nossa oposição ao Estado totalitário; aos regimes de partido único; ao Corporativismo de Estado; a qualquer sistema de representação política que não exija o sufrágio universal; à imposição e defesa da homogeneidade étnica; à "luta de classes" como instrumento de genocídio social, seja pelo "holocausto" da burguesia, seja de qualquer outra classe da sociedade; ou à identificação exclusiva do nacionalismo com a República ou com a Monarquia.

E pouco mais.

Não veio a Aliança Nacional para dividir ou lançar a confusão no campo "nacionalista", mas é claro que o referido acima separa-nos praticamente das correntes nacionalistas que em geral defendem alguma ou algumas das posições que nós rejeitamos; como aliás é ainda evidente que aquelas correntes que a si próprias reservaram o monopólio do nome nacionalismo se sentem confundidas, e ofendidas até, com a nossa violação do seu suposto direito de monopólio.

Mas — pergunto — não poderia a AN ser menos "cruel", respeitando-lhes o suposto monopólio e arranjando para o novo nacionalismo outra designação?

Não!

Não, por entendermos que, tal como somos e nos proclamamos, temos mais direito que ninguém ou que nenhuma outra doutrina ao nome nacionalismo.

É que o nacionalismo e as nações não nasceram com a Revolução Francesa — o nacionalismo jacobino — ou no fim do séc. XIX — os nacionalismos de direita e os nacionalismo totalitários de Estado.

Existiu e desenvolveu-se um nacionalismo português desde a Fundação, mesmo que "avant da lettre", isto é, mesmo que a realidade tenha antecedido a invenção do nome, como aliás aconteceu com tantas outras realidades sociais e políticas.

É dessas origens que nós podemos reivindicar uma antiguidade que poucos têm e simultaneamente a novidade de rejeitarmos a herança de qualquer outro dos nacionalismos citados e, por isso, sermos o mais novo de todos.

Se não podemos nem devemos ser confundidos com outros nacionalismos, não estamos nem por sombras fechados ao relacionamento com quaisquer correntes capazes de compreender que o nacionalismo, ideologia, tem de ser renovado de alto a baixo.

Como aliás o entenderam e praticaram outros antes de nós, limitados e condicionados embora pelas circunstâncias históricas em que surgiram. Foi o caso, em medidas e direcções diversas, do salazarismo ou, muito mais recentemente, os casos de correntes italianas, espanholas ou austríacas.

Queremos e temos de superá-las, na nossa ambição e longa prática inovadora, convictos de que as realidades — nações são as entidades mais incontornáveis e mais fecundas do mundo social e político estruturado.

Teremos de estar cada vez mais atentos e mobilizados para que a União Europeia nada possa contra isso, senão na medida em que o consentirmos conscientemente.

Atentos e mobilizados pelo estudo e o trabalho metódico e determinado!

António da Cruz Rodrigues

2004/05/13

"O essencial e o acessório" 

Diz "camisanegra" num seu poste de anteontem, sob este título, que publicámos aqui "um poste inspirado" a respeito do "trabalho que espera os nacionalistas", o qual "perfilha e subscreve."

Claro que, como também sublinha, a discórdia só surgirá quando se quiser distinguir o essencial do acessório.

Eu chamei a isso o "busílis".

Mas estou certo de não temer esse trabalho tanto como "camisanegra" parece temê-lo.

É que as posições que a AN considera essenciais à definição dum nacionalismo do presente (mas sobretudo do futuro e de futuro) não são dirigidas ao campo que pensa e onde a AN teria causado escusada divisão, com certas tomadas de "posições pessoais".

O campo a que nos dirigimos não é esse, mas o dos que não sabem que são nacionalistas ou que vêem no nacionalismo qualquer coisa de radical com que não podem estar de acordo e que os não pode conquistar.

Pretendemos, e não penso que outra coisa valha a pena, que esses, a quem de facto nos dirigimos e que o novo nacionalismo quer "conquistar", compreendam que o nosso nacionalismo não se confunde com os outros nacionalismos.

Aquela é a nossa seara e aí não levamos a divisão, queremos levar esclarecimento sobre o que realmente somos e, talvez sobretudo, acerca do que não somos.

Aí é a unidade que havemos de construir ou restaurar.

Porque esse é o único restauracionismo que nos permitimos.

A.C.R.

2004/05/11

Que trabalho espera os novos nacionalistas? 

As ideias e projectos que aqui têm sido apresentados e por vezes discutidos e contestados só beneficiariam com ser debatidos, postos em questão, aprofundados, mais elaborados e melhor conhecidos.

A Aliança Nacional tem colaborado, a partir dos Congressos Nacionalistas, com diversos esforços nesse sentido.

Mas a amplitude desses esforços tem de alargar-se muito, se queremos credibilizar e tornar fecundos os objectivos que nos animam.

É importante que esteja bem assente, e cada vez mais aceite por um núcleo dinâmico, o propósito dum nacionalismo diferente, capaz de rever e reconsiderar todos os pontos não essenciais dos nacionalismos que nos têm antecedido.

Esses pontos estão já, em boa medida, largamente delimitados e disso são testemunhos alguns textos das comunicações aos Congressos e este blogue.

É que decisivo, no nacionalismo, só há um ponto verdadeiramente: o da Nação que os Portugueses e a História construíram e que somos, queremos e amamos.

Quase tudo o que temos discutido e nos dividiu e divide ainda, como se fosse da essência da Nação, não o é efectivamente.

Mas é certo também que sobre isso temos de pôr-nos de acordo e desenvolver um trabalho duro para esclarecermos os outros e esclarecermo-nos a nós próprios.

O que é essencial e o que é secundário no conceito que fazemos de Portugal?

Fixado o núcleo do essencial, tudo o mais pode ser discutido e ser posto em causa, se for necessário e se revelar empecilho para regenerar e consolidar Portugal.

Esse é que é o grande problema filosófico do nacionalismo.

Mas com a vantagem de, sendo embora filosófico, poder ser resolvido olhando à nossa volta, sobretudo com bom-senso e inteligência pragmática, uma vez aceite que aquilo que interessa e é indispensável, é convencer e mobilizar a necessária massa crítica de Portugueses do nosso tempo.

Podemos e devemos, porém, partir de pequenos grupos esclarecidos e preocupados com esclarecer-se ainda mais, para melhor esclarecerem os outros.

Não queremos nem achamos necessário, porém, formar mais organizações políticas partidárias nem concorrer com as existentes.

Queremos é formar um movimento de opinião que não se feche sobre si próprio, como normalmente acontece com os grupos que se consideram nacionalistas.

Única condição: que os participantes aceitem abrir-se à discussão do que é essencial e não essencial, para Portugal e para os nacionalismos Portugueses.

Estudar e agir, com método e determinação!

A.C.R.

2004/05/10

Os nacionalistas têm de ser anti-Americanos? E podem ser pro-Americanos? 

Posição do nacionalismo relativamente ao chamado Imperialismo Americano?

(continuação)

É para estas perguntas do nosso questionário aos nacionalistas que venho tentando achar pistas de respostas nos últimos postes. Com a ajuda de alguns, claro; e engulhos mal disfarçados de um que outro, que não consiga disfarçar o seu incómodo...

Incómodo porquê?

Porque todas as perguntas se destinam, antes de mais, a tentar actualizar a definição dos objectivos e interesses nacionais à luz do nacionalismo português, para que este seja efectivamente um nacionalismo de futuro e do futuro.

Ora a verdade é que há muito perdemos o hábito de reflectir nisso, criativamente.

Convimos também que certos engulhos são compreensíveis, porque isso que temos em vista ultrapassa de longe as crónicas questões que muitos nacionalistas repetitiva e cansativamente se põem e com que iludem as suas responsabilidades de Portugueses.

Mas só, de facto, encarando de frente os desafios que as perguntas (essas e outras) nos apresentem poderemos chegar a definir claramente os interesses nacionais.

Como diz "camisanegra" – repito – os nacionalistas não temos que ser sistematicamente anti estes, ou anti aqueles; mas temos, sim, que ter em conta os interesses da Nação portuguesa e, consequentemente, que definir por aí quem serão os nossos aliados preferenciais, que podem, portanto, ser hoje uns e amanhã outros.

Ora busílis está principalmente aí.

É que um tal tipo de definição não pode mudar todos os dias nem frequentemente.

Os interesses das Nações estáveis têm ou tendem a ter uma profunda estabilidade.

É ver, no caso da Nação portuguesa, a estabilidade de séculos da nossa política de alianças, por força ou como resultante da estabilidade das nossos interesses marítimos e fora da Europa.

Terão esses mudado ultimamente tanto, nas últimas décadas, que a nossa política de alianças, por exemplo, deva passar a ser radicalmente outra?

Mesmo a nossa associação à Europa deverá contribuir ou forçar essa mudança radical? Ou, pelo contrário, deverá ela ser ocasião de um reforço do nosso tradicional atlantismo?

A questão talvez já não esteja tanto em saber se nós, Portugal e os países pequenos ou médios da Europa unida, seremos ou não capazes de "forçar" a UE neste ou naquela direcção; mas, sim, se está a União Europeia capaz de assumir compromissos, sejam quais forem.

Porque os interesses da Nação portuguesa, na matéria, esses não parecem difíceis de definir, apesar de tantas mudanças nos últimos trinta anos.

E apesar de ser grande a tentação de alguns nacionalistas em apostarem num europeísmo estreitamente exclusivista.

A.C.R.

(continua)

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