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2004/05/18

Alerta! 

Vemos e temos relutância em acreditar que tantos Ocidentais se regozijam com as dificuldades que a Coligação sofre no Iraque.

E que não compreendam sequer que essas dificuldades são a prova, em boa parte, do contrário do que gostariam de ver demonstrado: isto é, que o caso iraquiano dá aos Anglo-Americanos ainda mais razão do que aquela que estes reivindicam e pareciam ter.

No fundo, o que se vem passando no Iraque é a demonstração de os Anglo-Americanos, a terem errado, foi por haverem subestimado o poder e estado adiantado da preparação dos adversários para a guerra.

Mais tarde ou mais cedo, aquele prodigioso abcesso tinha de ser lancetado.

A única dúvida, agora, talvez seja a de sabermos se não terá sido já tarde demais.

Por muitos que sejam e tenham sido os erros de cálculo e os erros políticos e mesmo porventura militares e por muito que custe aos adversários ocidentais da política anglo-saxónica, neste caso, não é hora de outra coisa senão de cerrar fileiras.

Sabemos que a Europa, se falharem os Anglo-Americanos, a Europa onde só Franceses e Britânicos gastam significativamente na Defesa, está perfeitamente incapaz de nos defender.

Sabemos que a Europa está minada por uma gigantesca quinta-coluna islâmica racista, xenófoba e vingativa.

Sabemos que tal 5ª coluna é animada por uma profunda vontade de poder, que cada novo pequeno ou grande sucesso vai tornando cada vez mais cega e determinada.

Sabemos que a Europa, ao contrário, treme e desfaz-se em papa cada vez que se lhe põe a hipótese ou necessidade de reagir e fazer frente, sangrando ou fazendo sagrar.

De repente, para os Europeus — poderemos generalizar, com justiça? — o vermelho tornou-se a cor do medo.

E todos os pretextos são bons para ceder e desistir.

Por este andar, quando chegar a estar feita, a União Europeia já não terá ocasião de sê-lo, porque já se terá rendido ao adversário, mesmo que incerto, por isso qualquer que ele seja ou venha a ser.

Do triunfo da vontade, passaremos em breve ao "orgulho" de derrotados.

Valham-nos os Anglo-Americanos!

Mas todos os Europeus seremos igualmente fracos, física e espiritualmente?

Será a hora de escolher.

Também esse é o trabalho do nacionalismo renovado: separar quem luta e saber quem está pronto a render-se.

Agora é o tempo de não enchermos a boca apenas com palavras vãs de "amor", pureza imaculada, mãos limpas e dedicação aos valores ocidentais; e tempo também de não condenarmos os erros cometidos ou a cometer pelos que muito fazem, para nos desculparmos de não fazermos nada, nem agora nem futuramente.

Os soldados europeus que, apesar de tudo, ainda temos no terreno do Médio Oriente impõem-nos respeito pela sua dignidade e exigem-nos lucidez e coragem.

Disso nos serão pedidas contas um Dia.

A.C.R.

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