2004/10/08
Há Razões para o Investimento Privado se Interessar pela Floresta?
A Nova Juventude dos Técnicos Florestais
Aponto para já a principal razão para que sim.
Está aí uma nova geração de engenheiros silvicultores e afins que começa a lembrar-me a grande geração dos seus congéneres dos anos quarenta e seguintes, formados na escola do Repovoamento Florestal do país, a partir dos anos trinta, sob a responsabilidade do Ministério da Agricultura.
Não conheci, naturalmente, em funções, nenhum dos mais antigos dessa geração, mas conheci nos anos oitenta ainda alguns, em actividade, que tinham sido formados no mesmo espírito de servir ilimitadamente e da mais zelosa e entusiástica defesa do objecto da sua missão, neste caso a floresta.
Foi uma maneira de ser funcionário público que não sei se está a perder-se ou já se perdeu, mas que, quando verdadeiramente entrei na função pública, a partir de 1956, até 1969, estava ainda muito viva também em muitos funcionários do Ministério das Corporações e Previdência Social e do Ministério das Obras Públicas, mesmo no da Educação Nacional, ministérios que conheci de mais perto.
Agora, em função das minhas actividades ligadas à promoção, defesa e exploração da floresta, a que me dedico desde 1987, mas particularmente nos últimos cinco anos, tenho conhecido uma geração muito nova, na casa dos 20 – 30 anos, de engenheiros silvicultores que me parece serem uma grande esperança para o sector.
Trata-se na verdade de engenheiros e engenheiras e, a avaliar pelas muitas reuniões, colóquios, simpósios, fóruns, etc., a que tenho assistido e pelos contactos que mantenho nos serviços públicos da área florestal e nas associações florestais, elas já são tão numerosas ou mais do que eles.
O entusiasmo deles e delas pelos projectos em que se empenham creio-o tão grande e puro como o dos engenheiros de antigamente. São, porém, de recrutamento tão recente e ainda tão pouco caldeados pelos inevitáveis desencantos e contrariedades, que outros juízos individualizados, na maioria dos casos, seriam manifestamente prematuros.
Esta 4ª feira, um bom grupo deles e delas, uns vinte, portugueses e espanhóis, portuguesas e espanholas, foi visitar uma vasta zona reflorestada ou a reflorestar brevemente, por que sou responsável.
Expliquei-lhes em certa altura quais eram os propósitos da empresa em vias de organização para a gestão/exploração daquela floresta, propósitos fundados na convicção de que a floresta, em geral, só será económica e socialmente viável se assentar no chamado uso múltiplo da floresta. Isto é, no aproveitamento das madeiras, lenhas e gomas (v. g. resina), mas igualmente em outras nove ou dez modalidades de fruição dela, que vão desde os fungos comestíveis e as plantas aromáticas e medicinais, até à recuperação de antigas casas de caseiros, moinhos, lagares, etc., para fins turísticos, e às reservas/coutos de caça.
Antes de terminar exprimi-lhes a nossa grande confiança no futuro mas não resisti a assegurar-lhes que, ao ver ali aquele número de técnicos superiores tão jovens, a minha confiança saía ainda reforçada. Porque não é possível que não tenha um grande futuro uma actividade para que vêm tantos jovens jogar o seu próprio futuro pessoal e dar tudo o que sabem, na valorização e salvação da floresta.
Disse-o com toda a convicção e repito.
Com gente assim, não podemos falhar.
António da Cruz Rodrigues (A.C.R.)
Aponto para já a principal razão para que sim.
Está aí uma nova geração de engenheiros silvicultores e afins que começa a lembrar-me a grande geração dos seus congéneres dos anos quarenta e seguintes, formados na escola do Repovoamento Florestal do país, a partir dos anos trinta, sob a responsabilidade do Ministério da Agricultura.
Não conheci, naturalmente, em funções, nenhum dos mais antigos dessa geração, mas conheci nos anos oitenta ainda alguns, em actividade, que tinham sido formados no mesmo espírito de servir ilimitadamente e da mais zelosa e entusiástica defesa do objecto da sua missão, neste caso a floresta.
Foi uma maneira de ser funcionário público que não sei se está a perder-se ou já se perdeu, mas que, quando verdadeiramente entrei na função pública, a partir de 1956, até 1969, estava ainda muito viva também em muitos funcionários do Ministério das Corporações e Previdência Social e do Ministério das Obras Públicas, mesmo no da Educação Nacional, ministérios que conheci de mais perto.
Agora, em função das minhas actividades ligadas à promoção, defesa e exploração da floresta, a que me dedico desde 1987, mas particularmente nos últimos cinco anos, tenho conhecido uma geração muito nova, na casa dos 20 – 30 anos, de engenheiros silvicultores que me parece serem uma grande esperança para o sector.
Trata-se na verdade de engenheiros e engenheiras e, a avaliar pelas muitas reuniões, colóquios, simpósios, fóruns, etc., a que tenho assistido e pelos contactos que mantenho nos serviços públicos da área florestal e nas associações florestais, elas já são tão numerosas ou mais do que eles.
O entusiasmo deles e delas pelos projectos em que se empenham creio-o tão grande e puro como o dos engenheiros de antigamente. São, porém, de recrutamento tão recente e ainda tão pouco caldeados pelos inevitáveis desencantos e contrariedades, que outros juízos individualizados, na maioria dos casos, seriam manifestamente prematuros.
Esta 4ª feira, um bom grupo deles e delas, uns vinte, portugueses e espanhóis, portuguesas e espanholas, foi visitar uma vasta zona reflorestada ou a reflorestar brevemente, por que sou responsável.
Expliquei-lhes em certa altura quais eram os propósitos da empresa em vias de organização para a gestão/exploração daquela floresta, propósitos fundados na convicção de que a floresta, em geral, só será económica e socialmente viável se assentar no chamado uso múltiplo da floresta. Isto é, no aproveitamento das madeiras, lenhas e gomas (v. g. resina), mas igualmente em outras nove ou dez modalidades de fruição dela, que vão desde os fungos comestíveis e as plantas aromáticas e medicinais, até à recuperação de antigas casas de caseiros, moinhos, lagares, etc., para fins turísticos, e às reservas/coutos de caça.
Antes de terminar exprimi-lhes a nossa grande confiança no futuro mas não resisti a assegurar-lhes que, ao ver ali aquele número de técnicos superiores tão jovens, a minha confiança saía ainda reforçada. Porque não é possível que não tenha um grande futuro uma actividade para que vêm tantos jovens jogar o seu próprio futuro pessoal e dar tudo o que sabem, na valorização e salvação da floresta.
Disse-o com toda a convicção e repito.
Com gente assim, não podemos falhar.
António da Cruz Rodrigues (A.C.R.)
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