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2004/07/02

Boas e más tradições que desde o início ajudaram ou infectaram o Ensino Universitário privado. 

Os professores universitários portugueses não tinham nenhuma tradição empresarial, em matéria de iniciativas no campo do ensino superior, até à criação da Universidade Livre, a que, aliás, só um deles esteve associado desde o início.

Foram desde logo bons reitores, vice-reitores, directores de Departamentos, e também desde logo procuraram mostrar o seu "peso", junto dos meios do ensino superior público, a que pertenciam ou tinham pertencido.

Uma das suas preocupações e linhas de orientação mais visíveis, era também fazer da nova Universidade Livre, o mais possível, uma reprodução das velhas Universidades públicas.

Manifestação que diria mais caricata dessa obsessão foi a decisão, tomada numa das primeiras reuniões do conselho científico da UL, de ali serem restaurados na sua íntegra e plenitude os trajes universitários. Disseram-me que o então Reitor e primeiro Reitor da UL, Prof. Adelino da Palma Carlos, teria mostrado um leve sorriso de aparente ironia, mas naturalmente não deixou de aderir.

Também a verdade é que a decisão não teve consequências, pois que, nos oito anos em que a UL funcionou, não se chegou a realizar, nem em Lisboa, nem no Porto, nenhum Acto que justificasse o uso dos trajes tradicionais da Universidade pública.

Depois, suponho que até já houve, numa ou outra das novas U. privadas, imposição da dignidade e insígnias de Professores "honoris causa".

Mas não serão de facto as novas Universidades privadas que estarão certas, com o seu zelo das tradições, e nós, os fundadores da U.L., completamente errados, querendo apenas uma Universidade altamente funcional capaz de ensinar bem, de formar bons quadros superiores, de estimar e estimular a investigação e a inovação, de auxiliar os alunos carenciados com bolsas de estudo ou empréstimos que pagariam depois de diplomados e empregados?

De facto enfrentámos, mais ainda que interesses de classe, alguns preconceitos fortemente enraizados.

Estávamos, portanto, errados e a UL não podia deixar de sofrer as consequências dos nossos erros de apreciação.

E, se calhar, os tradicionalistas só queriam mostrar que as U. privadas em nada eram inferiores às U. estatais...

A.C.R.

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