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2004/06/30

A origem "divina" das actuais Universidades privadas... 

As Universidades públicas não lhes permitiria a lei que distribuíssem pelos seus docentes, com cargos académicos ou na administração dos estabelecimentos e suas entidades de tutela, nada que se parecesse com os privilégios remuneratórios atribuídos a partir de 1986, quando cessou a actividade da UL, pelas novas Universidades privadas. De origem "divina", por via de Deus Pinheiro e dos seus poderes arbitrários, que tão arbitrariamente soube esbanjar — chegou a dar autorização de funcionamento a uma "Universidade" que formalmente ainda não existia... — as novas Universidades resolveram facilmente as discrepâncias de rendimentos entre os Senhores dumas e os Senhores das outras.

Como nas U. públicas não se podia receber mais que o estatuído... arranjaram-se empregos nas U. privadas, para aqueles pobretes, e pagou-se-lhes bem pelos cargos nominal ou efectivamente desempenhados.

Também aqui, pois, a caridade começou por "nós", mas rapidamente chegou a "vós".

Tudo graças a "Deus".

Não se podendo (ou querendo?) privatizar as U. públicas — chegou-se a pensar nisso, seriamente, para a U. de Coimbra?... — "levou-se Maomé à montanha", isto é, levaram-se os "maomés" das U. públicas a beber copiosamente nas U. privadas.

Exemplar distribuição dos lucros da actividade privada, entre patrões e "proletários"...

Assim, todos calados, todos satisfeitos.

E Deus Pinheiro, quando foi chamado anos depois para Reitor da U. Moderna, foi ganhar 2.500 contos mensais, que se saiba.

A.C.R.

P.S. O blogue da AN agradece do coração a "Manuel Azinhal" a sua chamada de atenção de hoje para os nossos postes destes dias sobre o ensino superior, público e privado.

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