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2004/06/18

Aprender com os socialista alemães e com a oposição social-cristã. 

Podemos ficar sossegados na Europa e em Portugal, quanto ao futuro, embora muitos dos vencedores das eleições para o PE mai pareçam verdadeiros vencidos?

Claro, podem dizer-me que esta situação de vencedores que mais parecem vencidos, e pelas razões que o venho dizendo, é tão previsível para as europeias como será para quaisquer outras eleições.

Concordo.

Mas então é ainda mais fútil fazer uma análise das europeias, como já li, à base do famoso aforismo de “que (em Política) tudo o que parece é."

Quero dizer que, em Portugal como na Europa, os vencedores das eleições para o PE estão sempre destinados a perdê-las de facto, seja qual for o seu resultado numérico?

Penso que sim.

Pelo menos a generalidade dos vencedores das últimas, repito, quando o sentido do voto vencedor delas tenha o sentido que teve desta vez.

O tempo, como já aqui foi dado a entender, corrigirá sempre esses desacertos, levando à derrota os tais falsos vencedores, a curto ou, quando muito, médios prazos.

Mas os custos desses desacertos, mesmo que temporários?

Atendendo a isso só podemos sentir-nos relativamente tranquilos, para os próximos anos da presente conjuntura sócio-económica e na União Europeia, com aquilo que acontece na Alemanha.

Porquê?

Porque se diz, “garantem” as sondagens, que a oposição aos socialistas de Schroeder, constituída pelos sociais-cristãos, vai ganhar as eleições legislativas.

Coisa estranha – também se diz – porque os sociais-cristãos defendem a mesma política reformista que os actuais socialistas.

Daí o dizerem certos observadores que Schroeder só vai perder as eleições porque não sabe ser simpático, porque não sabe fazer engolir o “produto”, porque, talvez, tenha mau feitio.

É difícil de acreditar.

E, por isso, penso que todos os governos em situação parecida à do alemão, o da Coligação PSD/PP entre eles, deveriam mandar estudar a fundo este caso, para aproveitarem das lições de táctica e estratégia políticas dos sociais-cristãos alemães.

Poderiam assim evitar-nos as experiências caras e duras de termos de suportar novas euforias despesistas inúteis de quem não conheça senão essas soluções efémeras de governo.

Por mim pressinto que os sociais-cristãos da Alemanha já convenceram os eleitores de que vão ser capazes de compatibilizar apertos de cintos com desenvolvimento económico e emprego.

Do que os socialistas nunca são capazes, parece.

Também o nosso Governo como o Governo inglês, trabalhista, continuando atlantistas de convicções e práticas, terão de resolver credivelmente esse dilema

A.C.R.

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