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2004/06/25

O ensino estatal cada vez mais à mercê da dura competição, no mercado. 

É uma revelação recente e creio que, por enquanto, em termos muito restritos.

Parece ser isso, porém, motivo de alguma inquietação já em Institutos Politécnicos e mesmo Universidades.

Julgo a situação benéfica e louvável, se as Universidades e Politécnicos em questão não se valerem dos seus privilégios de entidades públicas para fazerem ao privado concorrência desleal.

Por razões demográficas — estabilidade da população nas classes etárias de acesso ao ensino superior — ou, o que me garantem verificar-se mais acentuadamente — porque certos elementos dos corpos docentes dos muitos estabelecimentos de ensino superior públicos não parecem ter qualidade bastante como tais, estes estabelecimentos vão sendo cada vez menos procurados pelos candidatos à frequência.

Isto sem falar de tantos cursos sem jeito nenhum que os estabelecimentos promovem.

O desespero, diz-se, é grande nalguns deles, em consequência desta persistente quebra da procura.

Talvez não esteja senão aí a causa principal de fortes dissensões, mais ou menos badaladas, dentro de alguns desses estabelecimentos, que têm conduzido a verdadeiras guerras entre docentes, na luta pelo controlo do poder interno.

Formam-se facções, por vezes bem organizadas e muito determinadas, cada uma das quais procura aliciar o maior número possível de docentes, sobretudo, na esperança para estes de alinharem com ou de fortalecerem os candidatos ao poder, que consideram mais aptos a garantir-lhes politicamente, no futuro, a estabilidade do estabelecimento e, portanto, a segurança do emprego.

Será de lamentar, se já se chegou a tal, mas não tem nada de surpreendente: são as regras eternas da luta contra a precariedade do poder, qualquer que seja a instância social, qualquer que seja o nível de classe, qualquer que seja a ilustração dos personagens em causa, quaisquer que sejam as “luvas” que usem.

Sem mal entendidos, como é natural entre gentes de bom-tom.

A.C.R.

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