2004/06/09
"Os Vencidos do Catolicismo"
No seu poste de ontem, sob este título, "Manuel Azinhal" lança-me, como aos católicos que tenham "uma palavra relevante a acrescentar", um amável repto para falarmos das questões levantadas pelo livro "Nós, os Vencidos do Catolicismo", de João Bénard da Costa.
O essencial do que eu teria a dizer o tenho escrito, até neste blogue da Aliança Nacional, a propósito da criação da revista "Resistência" e do grupo que à volta dela se desenvolveu.
Viríamos a chamar a este grupo o grupo do Vector, porque em 1970 se institucionalizou criando o "Círculo de Estudos Sociais VECTOR". Como mais tarde, em 1977, a Universidade Livre, já portanto depois do 25 de Abril, data a partir da tal o grupo teve também intervenções especificamente políticas, igualmente já referidas aqui, sobretudo no aparecimento do MPP - Movimento Popular Português e do PDC - Partido da Democracia Cristã.
Não esqueço que prometi alargar-me ainda, também aqui, sobre o VECTOR e sobre a Universidade Livre, promessa que ainda não cumpri.
Todo o grupo e movimento de que nasceram a Livraria e Editora Moraes e "O Tempo e o Modo", são-nos anteriores de alguns anos.
A reacção portuguesa ao "progressismo" daqueles e muitos outros, reacção que encarnámos, foi bastante tardia.
Foi, em boa parte, conversando com o Dr. Fernando Cid Proença sobre o Concílio Vaticano II que então se desenrolava — 1963/65 — mas sobretudo durante o seu rescaldo, nos anos seguintes, que as minhas convicções, sobre os perigos que para a Igreja decorriam das interpretações abusivas das teses do Concílio feitas pelo progressismo mundial, se aprofundaram e os meus propósitos de luta se formaram e se encontraram com os de muitos outros católicos portugueses e estrangeiros.
Em Portugal, as correntes "progressistas" exprimiam-se em grande parte à volta daquelas iniciativas da "Moraes" e de "O Tempo e o Modo", pelo que, na nossa luta, os progressistas e os ortodoxos, estávamos naturalmente en campos opostos.
O papel do "Vector" — através sobretudo dos Congressos de Fátima — e da revista Resistência era combater o que os progressistas representavam, que considerávamos destinado a destruir a Igreja.
Não sei se considera o Autor do livro terem sido esses, nesta luta, "os vencidos do Catolicismo": por a Igreja não haver aceitado as suas teses, ou apenas por terem deixado de "saber de onde a luz mana", ou por muitos terem mesmo acabado por abandonar a Igreja.
Nós, por nosso lado, é verdade que despertámos e mobilizámos muita gente católica que andava desorientada, que queria agir em defesa da ortodoxia e não sabia como.
Só a firmeza dos Papas, na proclamação da interpretação ortodoxa dos documentos do Vaticano II, é que nos permitiu ajudar a esclarecer e reanimar esse grande povo de leigos católicos.
Mas também pequenos seriam sempre o nosso esforço e o seu alcance, sem a ajuda do poder multiplicador dessa acção, representado por muitas centenas de Sacerdotes por esse país além, que foram os garantes da nossa autenticidade e legitimidade perante aqueles leigos.
Vencidos ou vencedores, Deus nos julgará a uns e outros.
De qualquer modo, "findo" o combate vencedor pela Ortodoxia, era preciso consolidar os resultados em novos terrenos. Seguimos logo, por isso, para outros combates, de que o da Universidade Livre viria a ser o mais importante e mais fecundo.
Gratos ao "Manuel Azinhal" por nos ter feito evocá-los agora, mesmo que por alto e mesmo que alguns desses novos combates, que muitos conhecem, pareçam ter sido perdidos.
A.C.R.
O essencial do que eu teria a dizer o tenho escrito, até neste blogue da Aliança Nacional, a propósito da criação da revista "Resistência" e do grupo que à volta dela se desenvolveu.
Viríamos a chamar a este grupo o grupo do Vector, porque em 1970 se institucionalizou criando o "Círculo de Estudos Sociais VECTOR". Como mais tarde, em 1977, a Universidade Livre, já portanto depois do 25 de Abril, data a partir da tal o grupo teve também intervenções especificamente políticas, igualmente já referidas aqui, sobretudo no aparecimento do MPP - Movimento Popular Português e do PDC - Partido da Democracia Cristã.
Não esqueço que prometi alargar-me ainda, também aqui, sobre o VECTOR e sobre a Universidade Livre, promessa que ainda não cumpri.
Todo o grupo e movimento de que nasceram a Livraria e Editora Moraes e "O Tempo e o Modo", são-nos anteriores de alguns anos.
A reacção portuguesa ao "progressismo" daqueles e muitos outros, reacção que encarnámos, foi bastante tardia.
Foi, em boa parte, conversando com o Dr. Fernando Cid Proença sobre o Concílio Vaticano II que então se desenrolava — 1963/65 — mas sobretudo durante o seu rescaldo, nos anos seguintes, que as minhas convicções, sobre os perigos que para a Igreja decorriam das interpretações abusivas das teses do Concílio feitas pelo progressismo mundial, se aprofundaram e os meus propósitos de luta se formaram e se encontraram com os de muitos outros católicos portugueses e estrangeiros.
Em Portugal, as correntes "progressistas" exprimiam-se em grande parte à volta daquelas iniciativas da "Moraes" e de "O Tempo e o Modo", pelo que, na nossa luta, os progressistas e os ortodoxos, estávamos naturalmente en campos opostos.
O papel do "Vector" — através sobretudo dos Congressos de Fátima — e da revista Resistência era combater o que os progressistas representavam, que considerávamos destinado a destruir a Igreja.
Não sei se considera o Autor do livro terem sido esses, nesta luta, "os vencidos do Catolicismo": por a Igreja não haver aceitado as suas teses, ou apenas por terem deixado de "saber de onde a luz mana", ou por muitos terem mesmo acabado por abandonar a Igreja.
Nós, por nosso lado, é verdade que despertámos e mobilizámos muita gente católica que andava desorientada, que queria agir em defesa da ortodoxia e não sabia como.
Só a firmeza dos Papas, na proclamação da interpretação ortodoxa dos documentos do Vaticano II, é que nos permitiu ajudar a esclarecer e reanimar esse grande povo de leigos católicos.
Mas também pequenos seriam sempre o nosso esforço e o seu alcance, sem a ajuda do poder multiplicador dessa acção, representado por muitas centenas de Sacerdotes por esse país além, que foram os garantes da nossa autenticidade e legitimidade perante aqueles leigos.
Vencidos ou vencedores, Deus nos julgará a uns e outros.
De qualquer modo, "findo" o combate vencedor pela Ortodoxia, era preciso consolidar os resultados em novos terrenos. Seguimos logo, por isso, para outros combates, de que o da Universidade Livre viria a ser o mais importante e mais fecundo.
Gratos ao "Manuel Azinhal" por nos ter feito evocá-los agora, mesmo que por alto e mesmo que alguns desses novos combates, que muitos conhecem, pareçam ter sido perdidos.
A.C.R.
Etiquetas: Ensino, Universidade Livre