2010/04/19
Nova fase da guerra?
Manuel Brás
A ninguém passa despercebido o facto de que a Igreja e o Cristianismo estão a enfrentar uma guerra cultural e mediática que ultimamente experimentou novos desenlaces com a tentativa de incriminar Bento XVI a pretexto de alguns casos de abusos de crianças por eclesiásticos e da forma como tais casos foram tratados.
Como já aqui foi desfiado, pretextos não têm faltado aos poderes deste mundo para atacar a Igreja e os Papas, de forma mais ou menos velada, desde há umas boas décadas. Desde a Humanae Vitae de Paulo VI, passando pelo atentado a João Paulo II pela mão de Ali Agca e sabe-se lá de mais quem, às especulações sobre a saúde de João Paulo II e a sua capacidade de governar a Igreja, que a Igreja é conservadora e João Paulo II também... Mais recentemente foi a vez de Bento XVI ser contemplado com a hostilidade mediática a pretexto de ser alemão e ter 18 anos em 1945, de falar sobre fé, razão e Deus em Regensburg, da proibição de discursar numa universidade italiana, de a bordo do avião que o conduziu aos Camarões ter sublinhado a primazia da conduta moral – evitar a promiscuidade sexual – na prevenção da SIDA em relação à “distribuição de preservativos”, a pretexto de uma alegada solidão e, por agora, com o pretexto de que encobriu e protegeu padres pedófilos.
Que acusação virá a seguir? Talvez também seja culpado do “aquecimento global”, quem sabe?
Mas eis que, de repente, entra em jogo o Cardeal Bertone asseverando que a maioria dos casos de pedofilia de que são acusados alguns padres são abusos entre pessoas do mesmo sexo masculino: esses padres e rapazes. Alguém poderá negar que são do sexo masculino? Trata-se, portanto, numa maioria de casos, de homossexualidade, que é uma das causas, apontadas pelo cardeal, deste problema que afecta a Igreja.
Entramos assim numa nova fase, que é a discussão de um problema que estava escondido e de que oficialmente não se pode falar sob pena de se ser acusado das piores coisas. Aqui já todos têm que ter a mesma opinião...
Talvez a guerra tenha entrado, por ironia do destino, na discussão desassombrada da natureza, da aceitabilidade e das consequências da homossexualidade, dentro e fora da Igreja.
E porque não começar por distinguir o sentido da complementaridade entre sexos masculino e feminino?
Para aqueles que têm mais dificuldade em entender essa complementaridade, o argumento biológico parece ser aquele que mais facilmente entra pelos olhos: dir-se-ia que as tomadas só têm sentido se existirem fichas que a elas se liguem, tal como as chaves só têm sentido se existirem fechaduras. Que sentido teria ligar tomadas com tomadas, fichas com fichas, fechaduras com fechaduras e chaves com chaves?
Uma coisa, entretanto, parece certa: se a Igreja subscrevesse e recomendasse o aborto e a homossexualidade, a pedofilia transformava-se em “educação sexual”.
manuelbras@portugalmail.pt
A ninguém passa despercebido o facto de que a Igreja e o Cristianismo estão a enfrentar uma guerra cultural e mediática que ultimamente experimentou novos desenlaces com a tentativa de incriminar Bento XVI a pretexto de alguns casos de abusos de crianças por eclesiásticos e da forma como tais casos foram tratados.
Como já aqui foi desfiado, pretextos não têm faltado aos poderes deste mundo para atacar a Igreja e os Papas, de forma mais ou menos velada, desde há umas boas décadas. Desde a Humanae Vitae de Paulo VI, passando pelo atentado a João Paulo II pela mão de Ali Agca e sabe-se lá de mais quem, às especulações sobre a saúde de João Paulo II e a sua capacidade de governar a Igreja, que a Igreja é conservadora e João Paulo II também... Mais recentemente foi a vez de Bento XVI ser contemplado com a hostilidade mediática a pretexto de ser alemão e ter 18 anos em 1945, de falar sobre fé, razão e Deus em Regensburg, da proibição de discursar numa universidade italiana, de a bordo do avião que o conduziu aos Camarões ter sublinhado a primazia da conduta moral – evitar a promiscuidade sexual – na prevenção da SIDA em relação à “distribuição de preservativos”, a pretexto de uma alegada solidão e, por agora, com o pretexto de que encobriu e protegeu padres pedófilos.
Que acusação virá a seguir? Talvez também seja culpado do “aquecimento global”, quem sabe?
Mas eis que, de repente, entra em jogo o Cardeal Bertone asseverando que a maioria dos casos de pedofilia de que são acusados alguns padres são abusos entre pessoas do mesmo sexo masculino: esses padres e rapazes. Alguém poderá negar que são do sexo masculino? Trata-se, portanto, numa maioria de casos, de homossexualidade, que é uma das causas, apontadas pelo cardeal, deste problema que afecta a Igreja.
Entramos assim numa nova fase, que é a discussão de um problema que estava escondido e de que oficialmente não se pode falar sob pena de se ser acusado das piores coisas. Aqui já todos têm que ter a mesma opinião...
Talvez a guerra tenha entrado, por ironia do destino, na discussão desassombrada da natureza, da aceitabilidade e das consequências da homossexualidade, dentro e fora da Igreja.
E porque não começar por distinguir o sentido da complementaridade entre sexos masculino e feminino?
Para aqueles que têm mais dificuldade em entender essa complementaridade, o argumento biológico parece ser aquele que mais facilmente entra pelos olhos: dir-se-ia que as tomadas só têm sentido se existirem fichas que a elas se liguem, tal como as chaves só têm sentido se existirem fechaduras. Que sentido teria ligar tomadas com tomadas, fichas com fichas, fechaduras com fechaduras e chaves com chaves?
Uma coisa, entretanto, parece certa: se a Igreja subscrevesse e recomendasse o aborto e a homossexualidade, a pedofilia transformava-se em “educação sexual”.
manuelbras@portugalmail.pt
Etiquetas: Bento XVI, Em Defesa da Vida, João Paulo II, Manuel Brás, pedofilia