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2008/10/30

Pergunta da semana 


Manuel Brás

Por causa da crise financeira em curso num mundo que, recusando o socialismo e a sua economia planificada, adoptou o capitalismo e a economia de mercado como sistema económico ao longo dos últimos 20 anos – no fundo, foi isto que se globalizou, com uma criação de riqueza em muitas sociedades e países nunca antes vista – surgem agora todas as utopias sociais a tentar a sua sorte, à boleia das eleições americanas, que abrem caminho a todo o tipo de delírios, a culpar o presidente Bush pela mesma crise.

O homem esteve 7 anos em funções com a economia em alta, que até permitiu o luxo do petróleo chegar a $150 por barril – com os Chavez e Ahmadinejads sem saberem de onde lhes vem o dinheiro –, como no último ano houve uma crise, logo a culpa é dele e de mais ninguém, como se os detentores de cargos políticos na América dominassem a economia e as finanças das empresas.

As razões profundas da sanha dos media europeus contra George W. Bush, e os candidatos republicanos em geral, não tem nada a ver com a economia, nem sequer com a invasão do Iraque, apesar de, pessoalmente, pensar que foi um passo errado.

As razões profundas dos dois pesos e duas medidas que vemos na cobertura das eleições americanas, de forma facciosa a favor do socialista Obama, tem a ver com as diferenças de visão de vida, de homem e de mundo que estão por trás das duas candidaturas, portanto, com diferenças ideológicas.

A sanha contra George W. Bush deve-se ao facto de, durante os seus mandatos, ter adoptado políticas de restrição da prática do aborto, de restrição da utilização de embriões humanos para investigação “científica”, de ter recusado as imposições decorrentes do Protocolo de Quioto – que muitos dos assinantes, provavelmente, nem vão cumprir, como Portugal –, de ter recusado equiparar uniões homossexuais ao casamento, enfim, por ter recusado entrar na lógica do igualitarismo radical e do ambientalismo misantropo. Estas são as razões que o tornaram odiado aos olhos da opinião publicada.

Se Bush fosse da Internacional Socialista, há que tempos que a invasão do Iraque estava justificada.

A crise económica é só mais um pretexto. Se Bush é o culpado da crise por ter deixado a economia funcionar, então porque é que a União Europeia, onde a economia é muito mais controlada pelo Estado, também está em crise? Não devia estar.

Como explicar o ressurgimento económico dos “países de leste”, incluindo a Rússia, que abraçaram o sistema capitalista, as privatizações e a economia de mercado, depois de terem ido ao chão e à miséria, de forma irreversível, devido a décadas de “socialismo científico”? Se o controle estatal fosse bom para a economia hoje ainda viviam no modelo económico socialista. Se o marxismo prestasse para alguma coisa, o capitalismo já o teria comprado.

Porque é que quando a economia corre bem o mérito é da esquerda e do socialismo, e quando corre mal a culpa é da direita e do conservadorismo?

manuelbras@portugalmail.pt

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