2008/04/14
O gigante faz-se surdo para não ouvir os protestos do mundo inteiro
Trata-se, claro, do silêncio da China perante os protestos generalizados contra a sua actuação no Tibete para neutralizar, e esmagar o levantamento dos monges budistas a favor da autonomia do seu país, violentamente dominado pelos governos de Pequim.
Por quanto tempo irão os chineses continuar a ignorar as exigências do mundo ocidental, no sentido de que iniciem conversações com os budistas tibetanos para que ouçam e negoceiem as exigências autonómicas deles?
Os apoios do Ocidente aos monges budistas vêm muito mais da sociedade civil que dos governos e poderes públicos, porque a sociedade civil não teme o pressupostamente ilimitado poder da China, ao passo que os governos e poderes públicos ocidentais, em geral, parece só temerem uma coisa: que a China os não ache suficientemente acobardados!
Ao contrário, a nossa obrigação é demonstrar a fraqueza do governo chinês, que não podemos deixar de querer ver forçado a ceder perante um poder muito mais forte que o seu: o poder da razão moral e política que os budistas têm do seu lado.
O ocupante chinês do Tibete tem de ser obrigado a reconhecer a sua impotência perante o poder da razão que assiste aos monges tibetanos.
Tudo o que, conscientemente ou não, se faça ou não faça para enfraquecer a posição dos budistas é um crime mas, mais evidentemente ainda, é sobretudo uma estupidez.
Juntemos todos as nossas forças às dos tibetanos, até que a China se veja obrigada a ceder e negociar e os nossos governos percebam, enfim, de que lado estão verdadeiramente os mais fortes.
A.C.R.