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2008/04/14

Católicos na rua, vamos! 


D. Jorge Ortiga, arcebispo de Braga, foi recentemente reeleito presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), onde afirmou que “o estado democrático não pode ser militantemente ateu.”

Isto foi lido por alguns como uma acusação ao governo do PS, e a sua reeleição tida como uma vitória da “linha dura” do episcopado português.

Mas ele próprio, em entrevista ao “Público”, fez questão de desfazer confusões, dizendo: “Quem me conhece sabe e pode confirmar que de duro não tenho nada”.

E, para não restar dúvida alguma, explicou melhor, como se receasse ainda não ter sido bem entendido:

“A Igreja em Portugal não está na situação de atacar.”

Isto parece contrariar outra afirmação que também fez, a de que: “A intervenção da Igreja no passado era essencialmente dentro da Igreja e no meu discurso eu disse que temos de sair, temos de ir ao encontro das pessoas (…)”

Isto só pode entender-se como significando, que a Igreja tem de vir à rua, ao encontro das pessoas?

Somos pelo menos muitos a entender, indo ainda mais longe, que a Igreja não pode ficar em casa, quieta e muda, sem falar alto e forte e até quase desencorajando os católicos de descermos à rua, de nos manifestarmos em massa, proclamando sem temor as nossas posições e convicções de católicos.

Julgo que só depois de dar por nós, manifestando-nos nas ruas, é que o governo “militantemente ateu” que temos compreenderá que nos está a pisar os calos, desprezando ao mesmo tempo as nossas convicções e a nossa capacidade de reacção.

Como escrevia dois dias antes no “Público” o Vasco Polido Valente, com a sua habitual clareza, e sem papas na língua, melhor do que se fosse um de nós:

“Se a Igreja quer recuperar o que perdeu, esqueça finalmente o Estado e os ridículos privilégios de que ainda goza, e venha para a rua. Não há outra maneira de ganhar uma existência pública e política.”

Obrigado VPV!

Sem as suas palavras, talvez as da Igreja, pela boca de D. Jorge Ortiga, não perdessem o seu carácter de ambiguidade profunda, como se ditas para não serem entendidas nem provocarem qualquer reacção útil e decidida dos católicos portugueses.

A Igreja conhece o seu Povo – nós todos – melhor que ninguém. Sabe bem onde estamos e o que nos fará reagir e agir de modo mais seguro, mais ordenado e mais eficaz e determinado.

Se, como julgo, a Igreja precisa de nós, nas ruas, não hesite.

Mas não nos trave a embalagem, logo a seguir!

A.C.R.


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