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2008/03/31

Grandes Homens e Grandes Mulheres 

O “Público” – que parece apostado em tornar-se e permanecer uma grande editora de livros – entre as várias colecções que anda agora a publicar, tem uma a que chamou “Cadernos Biográficos”.

Os dezsseis cadernos previstos incluem Fernando Pessoa, Amadeo de Souza-Cardoso, Natália Correia, Salazar, António Variações, Florbela Espanca, José Carlos Ary dos Santos, Beatriz Costa, Amélia Rey Colaço, José Rodrigues Miguéis, Marcello Caetano, Hermínia silva, Sophia de Mello Breyner Andersen, Agostinho da Silva, Guilhermina Suggia e Mário Viegas.

Nove biografados do género masculino e sete do género feminino.

Houve claramente o propósito de não desequilibrar clamorosamente a lista a favor dos homens, sem grande êxito aliás.

Mas talvez porque havia o propósito, contudo, de garantir o êxito de vendas ou, pelo menos, de salvar a iniciativa do fracasso total.

De facto, cada biografia, das oito já saídas, é um caderninho de 45 pgs., salvo os relativos a Salazar e a Pessoa, que chegam a 72 e 64 pgs., respectivamente.

Qualquer dos meus leitores pensará, talvez, que, salvo poucos casos, como o de Souza-Cardoso, nem Salazar nem F. Pessoa têm na lista a companhia dos portugueses do séc. XX mais à altura da sua estatura, universalmente reconhecida.

A lista dá a impressão de ter obedecido apenas, ou quase, ao objectivo venal de venda de exemplares dos caderninhos…

Faltam lá vários nomes de grandes “personalidades do séc. XX”, já falecidas, mas seriam menos vendáveis nas suas biografias, por menos mediatizados ou mediatizáveis, presumo.

Talvez só venham a entrar na lista, um dia que o projecto seja alargado a novos titulares, por ter sido um êxito tal qual está em curso, permitindo então à editora correr outros riscos.

Claro que os nomes de Salazar (sobretudo este), de Pessoa e de Marcello Caetano garantem, só por si, esse êxito.

E lá vai a editora ter à perna, mais uma vez, as queixas dos que proclamam não compreender nem aceitar esta onda de salazarismo póstumo que os MCS vêm alimentando à volta de Salazar.

Triste inimigos póstumos que este culto de Salazar revela crescentemente.

Mas que não foi criado pelos MCS.

Os MCS é que se aproveitaram dele para sucessos mediáticos e editoriais garantidos...

A.C.R.

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