2007/01/08
Revelações
Uma das revelações mais surpreendentes na opinião publicada em 2006 foi o presidente do Irão, Ahmadinejad.
Não tanto pela sua fome de “nuclear power”, mas pela forma impune como se referiu por várias vezes aos judeus e a Israel.
Teve oportunidades, que criou e aproveitou, para pôr em dúvida, publicamente, a versão oficial do Holocausto, para declarar o seu ódio aos judeus e a Israel, manifestando o seu desígnio de os varrer do mapa.
Embora tais afirmações tenham sido condenadas verbalmente por alguns líderes ocidentais – os previsíveis – a verdade é que não mereceu nenhuma cruzada mediática com declarações de infâmia, de fanatismo, de antisemitismo, de racismo, de nazismo, nem sequer de fascismo. E muito menos julgamentos, como sucedeu com David Irving.
Ahmadinejad saiu com a imagem sempre reforçada perante a Europa de um gajo porreiro e equilibrado.
Porquê? O que é que mudou na sensibilidade e nos interesses mediáticos? Porque é que a esquerda deixou cair a negação do Holocausto? Terá a causa perdido utilidade política?
Será uma reacção de antiamericanismo baseado na suspeita de que quem está por trás das decisões políticas americanas são os judeus? Ou será a aceitação mais abrangente de que os judeus são culpados de tudo o que acontece de mal?
Penso que seria bom para todos conhecer o mais próximo da realidade possível o que se passou com os judeus antes e durante a II Guerra Mundial, sem considerar o assunto fechado à partida.
E assim como é suspeito o súbito desinteresse da esquerda pela tradicional condenação dos que, como Ahmadinejad, negam a versão oficial do Holocausto, também é difícil de compreender a aflição de alguns dirigentes judaicos com o caso, quando dizem dispor de provas irrefutáveis. Se essas provas existem, porquê a aflição e o medo? É mostrar e demonstrar.
Para o bem e para o mal, identifico-me com a civilização greco-latina e judaico-cristã, o que significa que os judeus fazem parte dessa civilização, por muito que alguns não gostem, e apesar de alguns conflitos históricos dentro desta mesma civilização.
Não há inimigos eternos. Na situação actual os judeus são nossos aliados.
Admitir e fomentar o ódio aos judeus, e por tabela à América, é enfraquecer a nossa civilização e comprometer a sua sobrevivência, o seu futuro.
Manuel Brás
manuelbras@portugalmail.pt
Etiquetas: Em defesa do Ocidente, Manuel Brás, racismo e racialismo