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2006/11/14

Desenho Inteligente 

Uma das coisas mais tolas – ainda que provavelmente deliberada – dos programas escolares sobre a evolução dos seres vivos na Terra é a comparação – e a contraposição – entre aquilo que resolveram chamar creacionismo e o darwinismo (ou neodarwinismo, que é mais pomposo).

O creacionismo, doutrina que defende que os seres vivos foram criados, não é uma doutrina científica, na medida em que não especifica, nem pretende especificar, em termos científicos, como evoluíram biologicamente as espécies, seus aparecimentos, desaparecimentos e transformações.

É, por isso, indevida, mas habilmente, comparado com o darwinismo. O darwinismo, sim, pretende cientificamente explicar a origem e a evolução biológica dos seres vivos. A questão que se coloca é se, efectivamente, dá uma explicação científica capaz e cabal para o fenómeno.

De resto, o creacionismo não se opõe à existência de hipóteses evolutivas, isto é, a criação não se opõe à evolução. Já S. Agostinho no séc. IV advertia para as transformações dos seres vivos.

Para o darwinismo se manter como doutrina científica é-lhe útil a referência ao creacionismo. Parece que sem se comparar com o creacionismo, o darwinismo não se consegue sustentar por si próprio. Tanto mais que o darwinismo não é a única teoria evolutiva, é uma teoria evolutiva entre outras.

O problema do darwinismo decorre de apresentar como factos ligações entre espécies e “elos perdidos” extremamente difíceis de explicar e de aceitar. As evidências científicas em que o darwinismo pretende sustentar-se são, no fim de contas, fracas.

As bactérias, sendo as formas de vida mais simples, com tempos de geração de 20 a 30 minutos, que atingem máximos populacionais em 18h, são o ideal para este tipo de estudos. Acontece que, ao fim de 150 anos de bacteriologia, tanto quanto se sabe, não há evidência de que uma espécie bacteriana tenha dado origem a outra. Se isto sucede com formas unicelulares de vida, não é de surpreender que seja mais difícil de explicar a evolução darwiniana dos organismos multicelulares superiores.

Não admira, pois, que o darwinismo tema o “Desenho Inteligente”.

O confronto entre o darwinismo e o Desenho Inteligente não reside nos dados empíricos, nem na evidência científica. Reside na forma como se olha para os dados científicos disponíveis, que, frequentemente, são escassos, e na forma como deles se extraem conclusões e explicações. Reside na insinuação pretensiosa do darwinismo de que os seres vivos, em toda a sua complexidade, foram gerados e evoluíram ao acaso, por mutações aleatórias e que, portanto, tal direcção não pode ter sido remotamente estabelecida por uma causa inteligente, mas teve de o ser pelas forças cegas dos mecanismos químicos e biológicos.

Como se a ordem e a estrutura organizada dos seres vivos pudesse surgir do acaso, sem uma inteligência que remotamente estivesse na sua origem. O que o Desenho Inteligente nega, sem que haja provas válidas em contrário, são as virtuosidades do acaso.

Para maior aprofundamento acerca do “Desenho Inteligente” veja-se “Politically Incorrect Guide to Darwinism and Intelligent Design”, Jonathan Wells, Regnery Publishing (2006).

Manuel Brás
manuelbras@portugalmail.pt

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