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2006/06/27

Medo e desesperança 

Alguém escreveu ou citou recentemente as seguintes passagens.

“A hegemonia conservadora trabalha a difusão do medo como indutor e justificador de políticas autoritárias de controlo social.

(…)

“O medo corrói a alma, e sociedades assombradas produzem políticas histéricas de perseguição e aniquilamento.”

Isto para descrever reacções actualmente correntes de indivíduos e da sociedade às ameaças generalizadas do terrorismo e mesmo dos perigos da invasão descontrolada por ondas de migrantes clandestinos.

O retrato transcrito é apresentado como o retrato de massas conservadoras, habitualmente tidas por de direita.

Como se a fotografia não se aplicasse igualmente às esquerdas, tanto mais sensíveis aos medos em questão, quanto para elas maiores são os receios de perda dos empregos, os riscos de verem sumir-se as poupanças amealhadas com muito sacrifício e trabalho, as ameaças ao futuro das suas famílias, etc., etc..

Não são só os conservadores das direitas, longe disso, que querem ver o seu status quo defendido e assegurado pelas leis e forças de segurança interna dos países ameaçados.

Não há nisso qualquer fronteira visível entre direitas e esquerdas. Mesmo que haja da parte das direitas menos falsos pudores em dizer alto o que lhes vai nas almas de inquietação compreensível.

É crível que, nisto, nem às sondagens as esquerdas se confessem. O que explica as cada vez mais frequentes falsas previsões de resultados eleitorais, que dão vitórias às esquerdas, quando vêm a ser as direitas que acabam efectivamente vencedoras, sobretudo entre eleitorados que se consideram muito ameaçados pelo terrorismo ou pela invasão migratória.

É, aliás, o que explica também alguns casos de partidos de esquerda que, chegados ao governo, se comportam em muitas matérias tão à direita ou mais do que verdadeiros partidos de direita.

Nas são poucos os indícios de que será cada vez mais assim.

As esquerdas são uma invenção política relativamente recente.

Não parecem destinadas a perdurar efectivamente por aí além.

A.C.R.

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