2006/06/26
Uma inesquecível duríssima batalha!
Aquilo a que assistimos ontem, passado no estádio de Nuremberga, para o Mundial 2006 de futebol, como raramente, foi desporto e foi guerra, ambos no sentido literal das palavras.
Com um 23º participante que não se esperava, mas sem o qual talvez o nível épico do acontecimento não se tivesse atingido: o árbitro, russo e leninista-estalinista, como possivelmente deve ter continuado a ser.
A partir da expulsão do Costinha, tudo pareceu perdido para os Portugueses, mas lembrei-me de situações idênticas de equipas portuguesas que conseguiram, em inferioridade de 11 para 10, resistir à inferioridade e mobilizarem-se valentemente para salvar o resultado até então conseguido ou melhorá-lo ainda.
A esperança não nos abandonou, pois, mas tornou-se insuportavelmente sofrida.
E não sabíamos ainda – eu pelo menos não adivinhava – que o árbitro era o tal 23º jogador que não estava no programa…
Mas aconteceu qualquer coisa de inédito ou muito raro e que ultrapassou mesmo as mais razoáveis expectativas!
É que a selecção, por um enorme instinto de sobrevivência que a empolgou – e não sei se houve um mobilizador principal desse instinto, que devesse referir-se – mas o que sei é que aquela equipa espantosa de portugueses, com unhas e dentes fincados no objectivo, soube aguentar os Holandeses e o árbitro e o resultado já conseguido, a ponto de ter estado perto até de melhorá-lo.
Que formidável lição e exemplo para nos comportarmos na recuperação das crises de que toda a gente diz sofrermos actualmente, ameaçando-nos colectivamente de morte como Povo, segundo tantos já interiorizaram!
Lembra-me o que aconteceu há quarenta anos, no Mundial de 1966.
O famoso Mundial das lágrimas do Eusébio, em que estivemos à beira de vencer a Inglaterra, numa meia-final.
Portugal vivia então sob as piores ameaças à sua existência em muitas, muitas décadas.
Portugal precisava então dum grande sopro de esperança e auto-confiança, que mantivesse e, se possível, reforçasse ainda o ânimo com que nos vínhamos batendo – em três frentes já! – desde 1961.
As vitórias do Benfica na Taça dos Campeões Europeus ajudavam e ajudariam bastante, sem qualquer dúvida, mas aquela nossa vitória moral, face aos Ingleses, foi um enorme bálsamo para a certeza do nosso valor colectivo.
Que a vitória de ontem possa também servir de exemplo e inspiração para a mobilização que a História de hoje igualmente nos impõe!
A.C.R.
Com um 23º participante que não se esperava, mas sem o qual talvez o nível épico do acontecimento não se tivesse atingido: o árbitro, russo e leninista-estalinista, como possivelmente deve ter continuado a ser.
A partir da expulsão do Costinha, tudo pareceu perdido para os Portugueses, mas lembrei-me de situações idênticas de equipas portuguesas que conseguiram, em inferioridade de 11 para 10, resistir à inferioridade e mobilizarem-se valentemente para salvar o resultado até então conseguido ou melhorá-lo ainda.
A esperança não nos abandonou, pois, mas tornou-se insuportavelmente sofrida.
E não sabíamos ainda – eu pelo menos não adivinhava – que o árbitro era o tal 23º jogador que não estava no programa…
Mas aconteceu qualquer coisa de inédito ou muito raro e que ultrapassou mesmo as mais razoáveis expectativas!
É que a selecção, por um enorme instinto de sobrevivência que a empolgou – e não sei se houve um mobilizador principal desse instinto, que devesse referir-se – mas o que sei é que aquela equipa espantosa de portugueses, com unhas e dentes fincados no objectivo, soube aguentar os Holandeses e o árbitro e o resultado já conseguido, a ponto de ter estado perto até de melhorá-lo.
Que formidável lição e exemplo para nos comportarmos na recuperação das crises de que toda a gente diz sofrermos actualmente, ameaçando-nos colectivamente de morte como Povo, segundo tantos já interiorizaram!
Lembra-me o que aconteceu há quarenta anos, no Mundial de 1966.
O famoso Mundial das lágrimas do Eusébio, em que estivemos à beira de vencer a Inglaterra, numa meia-final.
Portugal vivia então sob as piores ameaças à sua existência em muitas, muitas décadas.
Portugal precisava então dum grande sopro de esperança e auto-confiança, que mantivesse e, se possível, reforçasse ainda o ânimo com que nos vínhamos batendo – em três frentes já! – desde 1961.
As vitórias do Benfica na Taça dos Campeões Europeus ajudavam e ajudariam bastante, sem qualquer dúvida, mas aquela nossa vitória moral, face aos Ingleses, foi um enorme bálsamo para a certeza do nosso valor colectivo.
Que a vitória de ontem possa também servir de exemplo e inspiração para a mobilização que a História de hoje igualmente nos impõe!
A.C.R.