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2005/09/19

Quem tem medo de Salazar? 


Mesmo morto ele, e o regime do Estado Novo enterrado…

Ao secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, tivemos nós de o esclarecer
aqui, ainda há dias, que os defensores do “salazarismo democrático” — dos primeiros a defendermos a reforma profunda do sistema político que nos governa — não pretendemos de modo algum subverter o regime político, mas apenas substituir o actual sistema político que está levando Portugal ao fundo.

O secretário-geral parecia querer advertir o seu público contra a eleição dum candidato de direita capaz de ressuscitar o fantasma do salazarismo…

Também Mário Soares, uns dias antes, havia exibido, na Televisão, uma surpreendente espécie de admiração por Salazar, a qual parece ter confundido muita gente, incluindo alguns leitores nossos.

Mas
insinuámos que tal admiração tardia poderia esconder, de facto, apenas algum eleitoralismo, talvez na mira de fazer esquecer a muitos eleitores das presidenciais, a sua fúria anti-Salazar de outros tempos.

Salazar, trunfo eleitoral do regime, era perfeitamente inimaginável!

Mas outros se socorrem dele.

Ainda há dois ou três dias, no Porto, Rui Rio, candidato à reeleição como presidente da Câmara Municipal da Invicta e dos Dragões, se lamentava da possibilidade de virem a privá-lo, com a revogação dum decreto-lei de 1945, dos instrumentos forjados por Salazar para despejar inquilinos incumpridores dos bairros sociais, neste caso do Porto.

Também Rui Rio terá querido passar a mão pelo pêlo a alguns salazaristas?

Ou, de passagem, querido mostrar alguma admiração ou respeito por virtudes que tenha descoberto no salazarismo?

A ser assim, as coisas estarão a ficar mesmo negras — teoricamente, claras — para os virtuoses do bota-abaixo anti-salazarista. Não será altura de tomarem algumas cautelas?

Ou, melhor solução, possivelmente, seguirem o exemplo demolidor de António Almeida Santos.

“Ouvi um candidato à presidência da República gabar-se de que cultiva um grande distanciamento dos partidos”. — disse Almeida Santos, logo acrescentando…

“O Salazar subscreveria esta afirmação.”

Falava “o” Almeida Santos na convenção autárquica do PS, assim entrando na campanha eleitoral… presidencial, de que ali não se tratava, ao criticar a declaração de Cavaco Silva em Londres, na qual se afirmou cada vez mais distanciado dos partidos políticos. “Duvidemos sempre daqueles que se dizem democratas e não gostam dos partidos, porque não há democracia sem democratas e fora dos partidos” — concluiu.

Aí parece estar outro — Almeida Santos — que também já vê fantasmas de Salazar e do salazarismo no horizonte próximo. E que não só está assustado, mas quer assustar toda a gente.

Deve ele estar realmente muito assustado para não se envergonhar de usar o seu próprio medo como arma arrasadora já para as autárquicas.

Ao pé destes atemorizados, o “fundador do PS” que referi no
poste de 09 do corrente, por causa da sua “Carta aberta a José Sócrates”, era um inocente e um bem intencionado, porque apenas nos acusava de querermos compatibilizar a Revolução e o salazarismo…

A.C.R.

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