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2005/09/12

Símbolos religiosos 

Após um ano de proibição de exibir símbolos religiosos nas escolas, o governo francês publicou um relatório com as estatísticas do contencioso, concluindo entusiasticamente pelo sucesso da medida, como uma libertação para as jovens islâmicas e suas famílias. É curioso, as proibições deles são sempre libertações, seguramente, em virtude da famosa superioridade moral.

Mas, vamos aos números: 47 alunos expulsos (44 raparigas por permanecerem com véu e 3 rapazes por usarem o turbante sikh), outros 96 saíram da escola por iniciativa própria (é a integração no seu melhor…), num total de 639 símbolos religiosos ostentados e apresentados às autoridades “laicas” da escola.

Ora, se nos meios islâmicos é o véu o grande sinal do fundamentalismo e do obscurantismo religioso, nos meios cristãos tal sinal encontra-se nas calças. As calças, que os alunos e alunas deste País passeiam pelas escolas, à luz da trilogia revolucionária, não são mais do que um fardo que a religião impôs nas costas (neste caso no fundo das costas) de miríades sem conta de homens e mulheres de todos os géneros, a fim de os privar dos prazeres carnais, então envoltos numa férrea cortina de inibição e de pecado.

Mas, eis que, também por cá, estamos a ponto de ter um candidato presidencial disposto a desancar à traulitada tudo o que possa cheirar a símbolo religioso nas escolas. Daí que uma das promessas da candidatura seja a proibição de usar calças na sala de aula, sempre na vanguarda da laicidade e da liberdade que, como se sabe, são uma e a mesma coisa.

Assim se aproximam as afortunadas crianças das modernas práticas de educação sexual nas escolas.

Manuel Brás
manuelbras@portugalmail.pt

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