2005/09/12
Mário Soares e o seu conceito, ou falta de conceito do que é ser estadista.
Vangloriou-se o Dr. Mário Soares, a propósito da candidatura anunciada, de ser um político da liberdade e não do poder!
Não se percebe a oportunidade ou necessidade do esclarecimento, pois que a liberdade, em Portugal, não se afigura ameaçada por qualquer risco, mas o poder sim, e muito gravemente.
Mas outros aspectos ficaram melhor esclarecidos nas palavras de Mário Soares.
De facto, como todo o texto e contexto da sua intervenção do dia 31 no Altis o confirmam, não pode haver dúvidas sobre uma espécie de horror do candidato pelas questões do poder.
Com efeito, não há ali um apontamento, muito menos um projecto ou visão do que há-de ser o poder em Portugal para vencermos as várias crises.
Já sabíamos que Mário Soares não é propriamente uma vocação de estadista, mas isso é agora mais grave do que nunca.
Não é o exercício da liberdade que tem falhado em Portugal, mas sim o exercício e organização do poder nestes trinta anos.
É o exercício e organização do poder que os Portugueses começam, em grande número, a querer que mude e que todos, nos próximos tempos, vão descobrir que tem efectivamente de mudar.
Claro que se ele, caso venha a ser eleito, quiser que o poder mude, tem na verdade força bastante, com o Primeiro-Ministro, para promover a mudança.
Mas ele não mostrou minimamente, até agora, que seja esse o seu fito.
E nem sequer basta exprimir a intenção.
Terá de dizer muito concretamente em quê e como mudar o poder.
Se o não fizer ou outro candidato o não fizer, é mais que certo que tudo vai ficar na mesma.
Mário Soares está demasiado preso pelos vícios e laços partidários vigentes para falar e propor de facto livremente a mudança?
Teremos então de aguardar que outro candidato não se importe de correr o risco de não ser eleito, por dizer a verdade e falar com toda a clareza e grande sentido de estadista?
Ou teremos de esperar por outra oportunidade, a das eleições presidenciais seguintes, com gente nova que vá afirmando-se e abrindo caminho desde que resultados menos felizes das eleições de agora sejam conhecidos?
Porque é indispensável que Portugal não perca as esperanças todas, com uma eleição que não traga saída.
Só será possível evitar o afundamento das esperanças e de Portugal, se desde já as forças sociais começarem a movimentar-se para agarrar firmemente a oportunidade das eleições presidenciais de 2009, sem perder de vista que o mais previsível é elas virem a ser antecipadas, caso as de 2005 sejam a infelicidade que acima se admitiu que venham a ser efectivamente.
Seia, 01.09.2005
A.C.R.
Não se percebe a oportunidade ou necessidade do esclarecimento, pois que a liberdade, em Portugal, não se afigura ameaçada por qualquer risco, mas o poder sim, e muito gravemente.
Mas outros aspectos ficaram melhor esclarecidos nas palavras de Mário Soares.
De facto, como todo o texto e contexto da sua intervenção do dia 31 no Altis o confirmam, não pode haver dúvidas sobre uma espécie de horror do candidato pelas questões do poder.
Com efeito, não há ali um apontamento, muito menos um projecto ou visão do que há-de ser o poder em Portugal para vencermos as várias crises.
Já sabíamos que Mário Soares não é propriamente uma vocação de estadista, mas isso é agora mais grave do que nunca.
Não é o exercício da liberdade que tem falhado em Portugal, mas sim o exercício e organização do poder nestes trinta anos.
É o exercício e organização do poder que os Portugueses começam, em grande número, a querer que mude e que todos, nos próximos tempos, vão descobrir que tem efectivamente de mudar.
Claro que se ele, caso venha a ser eleito, quiser que o poder mude, tem na verdade força bastante, com o Primeiro-Ministro, para promover a mudança.
Mas ele não mostrou minimamente, até agora, que seja esse o seu fito.
E nem sequer basta exprimir a intenção.
Terá de dizer muito concretamente em quê e como mudar o poder.
Se o não fizer ou outro candidato o não fizer, é mais que certo que tudo vai ficar na mesma.
Mário Soares está demasiado preso pelos vícios e laços partidários vigentes para falar e propor de facto livremente a mudança?
Teremos então de aguardar que outro candidato não se importe de correr o risco de não ser eleito, por dizer a verdade e falar com toda a clareza e grande sentido de estadista?
Ou teremos de esperar por outra oportunidade, a das eleições presidenciais seguintes, com gente nova que vá afirmando-se e abrindo caminho desde que resultados menos felizes das eleições de agora sejam conhecidos?
Porque é indispensável que Portugal não perca as esperanças todas, com uma eleição que não traga saída.
Só será possível evitar o afundamento das esperanças e de Portugal, se desde já as forças sociais começarem a movimentar-se para agarrar firmemente a oportunidade das eleições presidenciais de 2009, sem perder de vista que o mais previsível é elas virem a ser antecipadas, caso as de 2005 sejam a infelicidade que acima se admitiu que venham a ser efectivamente.
Seia, 01.09.2005
A.C.R.