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2005/09/09

Um “salazarismo democrático” — XI
Que susto! 

Em 19 de mês passado, o “Público” publicava a “Carta ao Director” de um seu leitor, Edmond Padilha, que se subscrevia “fundador do PS” e que, aliás, intitulava o texto de “Carta aberta a José Sócrates”.

Transcrevo desta uma passagem que considero pelos menos intrigante.

Referindo-se ao “povo” como supostamente crítico do Sócrates partido de férias para safari em África, diz Edmond Padilha:

“(…) Esse povo que, longe já do ciclo libertador durante o qual ele pôde pôr em causa a propriedade, durante décadas geradora de tantas desigualdades e injustiças, e a autoridade, à qual a Igreja Católica durante 50 anos jamais cessou de dar a legitimidade moral, observa, hoje, impotente as tentativas restauracionistas do antigamente, procurando reconciliar a revolução e o salazarismo em algumas das suas práticas e valores. Tentativas protagonizadas por jornalistas, economistas, intelectuais e políticos — alguns deles herdeiros de nomes que formavam outrora a “comunidade carismática” que sustentava a legitimava Salazar.

“Restauracionismo do qual se fazem porta-vozes jornais e a televisão pública (de todos e de cada um!). Restauracionismo que faz do revisionismo o vector da sua visão da história portuguesa contemporânea e que está a criar raízes nas mentes portuguesas à medida que a desilusão política se agrava.”

Fim de citação.

Tenho de confessar que em absoluto nada sei das “tentativas restauracionistas” que o Autor refere e que tão avançadas parecem estar já.

Não se refere ele explicitamente a nós ou à nossa visão do novo salazarismo, democrático, mesmo sendo legítimo suspeitar de o uso da palavra “vector” poder ser tomado como uma espécie de insinuação ou dica disfarçada, relativamente ao grupo do VECTOR.

Apesar de tudo, parece-me sintomático que a passagem transcrita seja o ponto fulcral e realmente novo da mensagem deste “fundador do PS”.

Haverá de facto no País uma grande predisposição para rever e aceitar um salazarismo realmente novo, “reconciliado” com a revolução ou, antes, com o regime, ainda que isso assuste uns tantos, como este “fundador do PS”?

Um outro fundador do PS — e que fundador! — deu-me logo a seguir, em entrevista à RTP, razões para reavaliar o suposto fenómeno do suposto renascimento salazarista..

Amanhã.

Seia, 28/08/2005

A.C.R.

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