2005/08/03
Um concurso para dois Candidatos
Trata-se das eleições para a presidência da República Portuguesa, naturalmente.
Mas ao que parece reservadas exclusivamente ao protagonismo do doutor Cavaco Silva e do Dr. Mário Soares.
Mais candidatos, tudo indica, só poderá vir a havê-los à esquerda, o que teoricamente torna mais viável uma vitória de Cavaco Silva logo à 1ª volta.
Poderá mesmo ir-se mais longe, admitindo que Cavaco Silva, ou vencerá logo à 1ª volta, ou perderá todas as possibilidades de vencer.
Teríamos então a vitória segura de M. Soares?
Julgo que sim, isto é, segundo pelo menos dois dos analistas mais conhecidos e mais certeiros, a vitória também do mais completo imobilismo político, ...
O imobilismo de Soares, com que ele reforçaria indubitavelmente o imobilismo da “máquina” do próprio PS, diz respeito às suas ideias sobre a intocabilidade do modelo social europeu e do chamado Estado social, à luta contra a globalização, considerada instrumento de domínio americano e do “capitalismo selvagem”, e à defesa duma Europa federada, que ele imagina armada até aos dentes para combater o domínio político e militar dos E.U.A..
Já seria imobilismo que bonde, mas implícito nisto está o imobilismo do velho-socialismo contra a iniciativa privada e contra o seu principal instrumento, a empresa privada.
Com Soares veríamos favorecer tudo o que fosse perseguição às empresas por via de todos os instrumentos de cerco fiscal e político aos empresários.
Julgo que o erro dessa tendência imobilista é tão evidente e, parece-me, tão insensato que vejo dificilmente o faro político de Soares a cair nele, como nem o próprio Cavaco Silva.
Ou então os políticos portugueses, mesmo com tão reconhecido faro como estes, estão de tal modo desligados da realidade nacional, que não percebem que o País de modo algum quer continuar com o mesmo, mas que quer sim algo de novo que lhe recupere alguma da esperança que totalmente perdeu.
Penso que só uma radical mudança de sistema político (não digo de regime) lhe restituirá essa alguma esperança no futuro do País e do Estado.
Estarão os eleitores já preparados para tirarem as consequências desta sua perda de confiança?
Depende do estilo e convicção de cada um dos candidatos.
Parece-me em todo o caso que Cavaco Silva tem vantagens nestes aspectos.
Não tanto, necessariamente, por dons naturais superiores aos de Mário Soares que sempre tenha revelado, mas porque continua aparentemente na posse plena dos seus dotes políticos, ao passo que Soares desde há bastantes anos parece vir perdendo regularmente os dele.
Isso, porém, é secundário.
Mais importante é saber ou tentar prever que mudanças políticas é que os dois candidatos deveriam ou poderiam propor ao País.
Mudanças que sejam por eles realizáveis ou desencadeáveis, claro.
A.C.R.
Mas ao que parece reservadas exclusivamente ao protagonismo do doutor Cavaco Silva e do Dr. Mário Soares.
Mais candidatos, tudo indica, só poderá vir a havê-los à esquerda, o que teoricamente torna mais viável uma vitória de Cavaco Silva logo à 1ª volta.
Poderá mesmo ir-se mais longe, admitindo que Cavaco Silva, ou vencerá logo à 1ª volta, ou perderá todas as possibilidades de vencer.
Teríamos então a vitória segura de M. Soares?
Julgo que sim, isto é, segundo pelo menos dois dos analistas mais conhecidos e mais certeiros, a vitória também do mais completo imobilismo político, ...
O imobilismo de Soares, com que ele reforçaria indubitavelmente o imobilismo da “máquina” do próprio PS, diz respeito às suas ideias sobre a intocabilidade do modelo social europeu e do chamado Estado social, à luta contra a globalização, considerada instrumento de domínio americano e do “capitalismo selvagem”, e à defesa duma Europa federada, que ele imagina armada até aos dentes para combater o domínio político e militar dos E.U.A..
Já seria imobilismo que bonde, mas implícito nisto está o imobilismo do velho-socialismo contra a iniciativa privada e contra o seu principal instrumento, a empresa privada.
Com Soares veríamos favorecer tudo o que fosse perseguição às empresas por via de todos os instrumentos de cerco fiscal e político aos empresários.
Julgo que o erro dessa tendência imobilista é tão evidente e, parece-me, tão insensato que vejo dificilmente o faro político de Soares a cair nele, como nem o próprio Cavaco Silva.
Ou então os políticos portugueses, mesmo com tão reconhecido faro como estes, estão de tal modo desligados da realidade nacional, que não percebem que o País de modo algum quer continuar com o mesmo, mas que quer sim algo de novo que lhe recupere alguma da esperança que totalmente perdeu.
Penso que só uma radical mudança de sistema político (não digo de regime) lhe restituirá essa alguma esperança no futuro do País e do Estado.
Estarão os eleitores já preparados para tirarem as consequências desta sua perda de confiança?
Depende do estilo e convicção de cada um dos candidatos.
Parece-me em todo o caso que Cavaco Silva tem vantagens nestes aspectos.
Não tanto, necessariamente, por dons naturais superiores aos de Mário Soares que sempre tenha revelado, mas porque continua aparentemente na posse plena dos seus dotes políticos, ao passo que Soares desde há bastantes anos parece vir perdendo regularmente os dele.
Isso, porém, é secundário.
Mais importante é saber ou tentar prever que mudanças políticas é que os dois candidatos deveriam ou poderiam propor ao País.
Mudanças que sejam por eles realizáveis ou desencadeáveis, claro.
A.C.R.
Etiquetas: socialismo