2005/07/26
Milhares de ha de mato e floresta ardidos na Serra da Estrela
Foi sobretudo floresta de pinheiros novos. Bastou o descuido (!) de um homem a acender uma queimada, sem todas as precauções exigidas pela lei, para que acontecesse o maior desastre ecológico de sempre na Serra da Estrela.
Consciente da enormidade provocada, foi ainda essa tarde entregar-se à Polícia.
Mas o fogo espalhar-se-ia inexoravelmente ainda por mais quatro dias, de 4ª feira até domingo.
Foi também o maior desastre económico de sempre, desta natureza, na Serra da Estrela, sobretudo se lhe acrescentarmos os cerca de 2.000 ha também ardidos no outro extremo da serra, uma semana antes, por cima de Santa Marinha até ao Cabeço de Santo Estêvão, acima de 1.000 m. de altitude, bem conhecido dos parapentistas, que dali costumam fazer frequentes largadas.
Pergunto-me o que poderá fazer-se para remediar ou minimizar este enorme desastre, criando simultaneamente condições para o tornar muito mais dificilmente repetível, nas próximas décadas, e com maior proveito, até, para os proprietários e para população em geral.
Um desastre como o sucedido não pode remir-se se não vier a servir de ponto de partida para as forças vivas mais adequadas se mobilizarem numa grande frente comum, com vista a conceberem e concretizarem um grande projecto de recuperação e revalorização de toda a zona, numa perspectiva de aproveitamento totalmente novo e das mais amplas e ousadas perspectivas no domínio do uso múltiplo da floresta.
A.C.R.
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