<$BlogRSDUrl$>

2005/07/19

Sobre o que terá de ser o novo nacionalismo (I)
Ainda a propósito do nosso 2º aniversário… 

… E dum comentário aos votos que FG Santos nos mandou no seu blogue.

O comentário é assinado por “Pedro Guedes” e, visto o contexto e a oportunidade, as palavras que escreve não podem deixar de dizer respeito ao “Aliança Nacional” e seus responsáveis.

FG Santos terminava os seus votos estimulantes (como a desculpabilizar-nos das “polémicas intermináveis” – diz ele – em que “nos temos envolvido”) com estas palavras:

“Pretender consensos em questões de princípios – subentende-se que, no seu entender, as polémicas são ou foram por questões de princípios – é aspirar em muitos casos à negação desses mesmos princípios.”

É esta frase que Pedro Guedes comenta, com não menos educação, nem menos boas maneiras.

“ (…) concordo em parte – diz PG -. O problema que lhe encontro (na frase) tem a ver com a prática da acção política: poderá haver acção política (com objectivos reais e ambiciosos e não meramente tribais ou de mera agitação) sem compromisso, sem tentativa de chegar a entendimentos, de estabelecer pontes ainda que cedendo aqui e ali? (…) quero crer que vai tendo vencimento na minha cabeça a tese “frentista”, desde que todas as vertentes estejam bem cientes de que, a haver compromissos, eles terão que se fazer sentir de TODOS os lados, sem que alguém, no seio de tal “frente”, cante a exclusividade de um “nacionalismo verdadeiro”, por regra monotemático.”

Fim de citação do comentário de Pedro Guedes.

Qualquer leitor atento do blogue AN sabe que aparecemos para falar dum novo nacionalismo, de futuro e com futuro.

O “frentismo” que vai crescendo na cabeça de PG parece realmente compatível com todas as formas caducas de nacionalismo, incluindo o nazi-racista, formas que o lançamento por nós do PNR e do I e do II Congresso Nacionalista Português, bem como pelo trajecto deste blogue, nos revelaram tão agudamente.

Basta então que qualquer grupo se intitule nacionalista para ser bem-vindo ao “frentismo” de PG, não é?

Nós aqui também os aceitamos a todos, com excepção, já se vê, do chamado “nacionalismo zoológico”, pelas já óbvias razões que aqui têm sido largamente explicadas.

Mas, definitivamente, só esse, entenda-se bem e de uma vez por todas.

Isso, em lugar de impedir a criação do novo nacionalismo, torna-o inevitável e imperativo.

E, como também deveria saber, se verdadeiramente nos lesse, o novo nacionalismo nada tem a ver com o nacionalismo “por regra monotemático” de que parece acusar-nos, seja o que isso for, se é que ao menos PG sabe o que isso seja.

Quero lembrar-lhe e assegurar-lhe sem qualquer hesitação, que o nacionalismo novo se faz precisamente contra os monolitismos dos nacionalismos caducos.

Alguns exemplos.

O novo nacionalismo não é exclusivo de monárquicos, para monárquicos e identificável com a militância monárquica. Qualquer monárquico e qualquer republicano têm nele o mesmo lugar e o mesmo peso, se igualmente amarem, defenderem e respeitarem Portugal, acima dos regimes políticos.

O novo nacionalismo rejeita qualquer totalitarismo – incluindo o totalitarismo e superioridade das etnias, qualquer etnia – pelo que também não aceita que para se ser nacionalista se tenha de defender um regime de partido único ou de privilégios exclusivos para uma raça.

O novo nacionalismo, sem deixar de reconhecer o papel decisivo e fundamental das religiões e orientações espirituais, na formação e conformação das nações, admite perfeitamente, no caso português, que muitos não-católicos sejam excelentes nacionalistas.

De igual modo, o novo nacionalismo reconhece que, pelo menos nos últimos 200/300 anos, a classe verdadeiramente progressiva e condutora da História foi a burguesia. Há ainda algum nacionalismo caduco que identifica nacionalismo com anti-burguesia. Rejeitamos radicalmente tal atitude.

O novo nacionalismo rejeita ainda com vigor certas outras posições que tornam caducas a generalidade dos nacionalismos contemporâneos.

Mas este poste já vai longo, pelo que terei de continuar amanhã.

Em todo o caso, com o que aí fica PG já terá compreendido aonde quero chegar.

A.C.R.

(continua)

Etiquetas:


This page is powered by Blogger. Isn't yours?

  • Página inicial





  • Google
    Web Aliança Nacional