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2005/07/22

O bicho-de-sete-cabeças da economia, para um certo nacionalismo 

Porque será que a grandessíssima maioria dos nacionalistas portugueses da blogosfera desprezam tão ostensivamente a economia que, em geral, se recusam minimamente a tratá-la?

Será porque não sabem e não se julgam capazes de aprender?

Para as doses maciças de vaidade “intelectual” para a especulação que costumam e gostam de exibir, muito seguros de si, não me parece crível esta primeira hipotética razão.

Camisanegra adianta outra explicação, talvez mais aproximativa.

É que eles, esses nacionalistas - considerando a clássica trilogia camiliana do homem feito de cabeça, coração e estômago - se recusariam a tratar das indignas inferioridades do estômago, a que principalmente respeitaria a economia.

Os olfactos delicados desses nacionalistas – suponho eu, à luz de
Camisanegra – não suportarão os arrotos a que o estômago é especialmente sujeito, eles tão delicados que rejeitam de quem não gostam, na base da cor e cheiro dos negros e dos semitas.

Mas realmente parece-me explicação ainda pobre para mentes tão selectas como são as deles.

Deve haver qualquer explicação mais profunda.

Pus-me a pensar aturadamente e cheguei a uma conclusão que de modo algum considero definitiva, mas apesar de tudo se me afigura mais capaz de “morder” no cerne da questão.

Na verdade, talvez, do que eles são, principalmente, é incapazes de chegar a uma conclusão sobre o essencial da orientação que hoje se põe à economia.

Caída a Cortina de Ferro, esses nacionalistas, em certos aspectos, ficaram tão desorientados, desapoiados e em palpos-de-aranha como mais ou menos toda a esquerda.

Também eles, de algum modo, se sentiram “desempregados” por terem deixado de ser necessários para salvar fosse o que fosse do muito que estava até então em risco.

Isso agravado por tal ter coincidido, pela natureza das coisas, com a vitória universal da concepção e prática da empresa privada como motor absoluto do desenvolvimento económico das Nações.

Daí resulta, tanto quanto se pode prever, a arrumação definitiva nas prateleiras da História da ideia do Estado como motor desse desenvolvimento e, portanto, simultaneamente, a liquidação da ideia do Estado totalitário, senhor dos destinos dos indivíduos e dos seus agrupamentos.

Ora os nacionalistas de que falamos não podem ser senão unha com carne do totalitarismo estatal.

O leitor compreende, pois, facilmente porque não falam eles de economia.

Falar dela, hoje, obrigá-los-ia a desistir do Estado totalitário que, ainda é, no fundo a única esperança de imporem o totalitarismo étnico.

A.C.R.

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