2005/09/16
Por um salazarismo democrático – XII
“Para a subversão do regime”, dizem eles.
Na apresentação solene de Jerónimo de Sousa como candidato do PCP à presidência da República, o secretário-geral comunista, no Altis, segunda-feira última, abriu-se bastante, fugindo à tradição da cassete dos dois anteriores secretários-gerais, ao longo de trinta e um anos fora da clandestinidade.
Entre muitas outras pérolas, disse o S. G. especialmente esta.
“Não são o regime democrático e a Constituição da República a causa das dificuldades do país, nem tão pouco o país precisa de um presidente autocrático para superar a crise, como alguns publicamente preconizam e que outros alimentam na secreta esperança de utilizar a Presidência da República como instrumento para a subversão do regime”.
Também este “descobriu” as tenebrosas ameaças.
A avaliar pela exaltação daquilo que diz, penso que também os da Aliança Nacional estaremos entre os que, aos olhos do S. G. do PCP, trabalham para vir a “utilizar” a Presidência da República como instrumento para a subversão do regime.
Nós!
Por andarmos a defender um “salazarismo democrático”?
Nós!
Por pretendermos que, se não for adequadamente modificado, o sistema político* que temos se afundará e afundará o Pais?
Mas não nos queixamos por o PCP não compreender nada do sentimento profundo do País. Teríamos de queixar-nos antes da gente de direita para a qual o salazarismo nunca poderá ser democrático, porque teria nascido intrinsecamente anti-democrático, e anti-democrático teria de continuar a ser, para permanecer salazarismo.
São os eternos ideólogos de mentes imobilistas, que os há mesmo à direita.
Basta ir à Constituição de 1933, para se ver como ela tinha em si o fermento das mudanças necessárias às adaptações que viessem a ser indispensáveis.
Também isso deveriam aprender com o Mestre e não só o que primariamente lhes agrada.
A.C.R.
* Nunca confundimos regimes políticos com sistemas políticos.
Entre muitas outras pérolas, disse o S. G. especialmente esta.
“Não são o regime democrático e a Constituição da República a causa das dificuldades do país, nem tão pouco o país precisa de um presidente autocrático para superar a crise, como alguns publicamente preconizam e que outros alimentam na secreta esperança de utilizar a Presidência da República como instrumento para a subversão do regime”.
Também este “descobriu” as tenebrosas ameaças.
A avaliar pela exaltação daquilo que diz, penso que também os da Aliança Nacional estaremos entre os que, aos olhos do S. G. do PCP, trabalham para vir a “utilizar” a Presidência da República como instrumento para a subversão do regime.
Nós!
Por andarmos a defender um “salazarismo democrático”?
Nós!
Por pretendermos que, se não for adequadamente modificado, o sistema político* que temos se afundará e afundará o Pais?
Mas não nos queixamos por o PCP não compreender nada do sentimento profundo do País. Teríamos de queixar-nos antes da gente de direita para a qual o salazarismo nunca poderá ser democrático, porque teria nascido intrinsecamente anti-democrático, e anti-democrático teria de continuar a ser, para permanecer salazarismo.
São os eternos ideólogos de mentes imobilistas, que os há mesmo à direita.
Basta ir à Constituição de 1933, para se ver como ela tinha em si o fermento das mudanças necessárias às adaptações que viessem a ser indispensáveis.
Também isso deveriam aprender com o Mestre e não só o que primariamente lhes agrada.
A.C.R.
* Nunca confundimos regimes políticos com sistemas políticos.
Etiquetas: Salazar, Um salazarismo democrático