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2005/06/09

As Direitas Portuguesas e o PREC
Que Verão Quente foi aquele! 

A propósito ainda do PREC, a que aludi em recentes postes tratando da Universidade Livre, por exemplo, como poderia tratar de muitos outros casos de resistência das direitas portuguesas ao PREC, quero registar duas conclusões.

1ª - Um dos aspectos do processo Revolucionário em Curso (PREC), que ainda não deixaram de surpreender, foi o absoluto anacronismo dos seus agentes e da sua actuação e processos político-revolucionários.

Claro que hoje podemos ver isso melhor, porque assistimos a tudo o que aconteceu posteriormente e nos mostrou como esses agentes estavam completamente fora do seu tempo, actuando na verdade como se tivessem de conduzir um tal processo, sim, mas atrasados mais de cinquenta anos.

Repetiram aqui, em Portugal, receitas que, em boa verdade, já não faziam sentido nenhum.

O que não impede que tivéssemos tido de enfrentá-los como se fossem revolucionários a sério, em tempo sério para o efeito.

Digamos que, em grande parte, estávamos todos num “faz-de-conta”, mas sem sabermos.

Eles, no desempenho dum papel que, então, não se sabia ainda não ter a menor possibilidade de êxito, para lá do curto prazo;

e as direitas totalmente empenhadas na resistência ao PREC, como se ao comunismo ainda restasse qualquer hipótese de futuro.

Na verdade, apenas poucos anos depois, a partir de 1979/1981, provava-se que o mundo comunista estava completamente roído e minado por dentro, e apodrecido por dentro e por fora. De tal modo que um regime comunista vitorioso em Portugal não lhe sobreviveria, nem seria ajuda ou compensação alguma para as fraquezas do mundo além –Cortina de Ferro, pronto a desagregar-se.

Mesmo assim, a nossa luta e das direitas portuguesas em geral valeu a pena e teve a maior importância, porque podemos ter encurtado os anos de vida que restavam a esse mundo apodrecido, retirando-lhe o “balão de oxigénio” que a vitória deles em Portugal seria …

Também não pode duvidar-se de que muitos sofrimentos ajudámos a poupar aos Portugueses.

Mas sobretudo tem de lembrar-se sempre que a derrota dos comunistas em Portugal, logo depois da “vitória” que haviam conseguido no Vietename, em 1974, com a expulsão dos Americanos, veio repor a verdade e o equilíbrio na cena mundial, demonstrando a sua fraqueza profunda.

Não é demais repetir, por isso, que o exemplo português pode ter inspirado o arranque, na Polónia, da resistência popular, até à completa vitória final, mundial, em 1991.

A.C.R.

(continua)

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