2005/03/15
O Capitalismo, o Governo e o P.C.P.
No discurso do Primeiro-Ministro na posse do Governo, muitos estranhámos o anúncio da autorização que vai ser dada para venda fora das farmácias de medicamentos não sujeitos a receita médica.
Porque foi a única medida concreta autorizada…
Porque, assim isolada, mais ressalta e surpreende a sua relativa insignificância…
Até parece que a medida pode ter sido incluída no discurso, à última hora, por sugestão de algum consultor ou conselheiro cheio de boa vontade para atenuar aquele deserto cheio de boas intenções abstractas que era o discurso.
Cuidado, Senhor Primeiro-Ministro, com esses consultores/conselheiros - de que Deus o defenda! - porque são tão incompetentes quanto bem intencionados.
É que talvez alguém também possa vir a lembrar-se de insinuar que o anúncio da medida foi feito ali, na própria posse do Governo, fundamentalmente para dar um pequeno sinal, nada mais que simbólico, claro, mas um aceno muito simpático, evidentemente, de como o governo está atento, muitíssimo atento, aos interesses comerciais, em geral, e, em particular, aos das pequenas, médias e grandes “superfícies” onde esses medicamentos sobretudo vão passar a ser vendidos.
Não seríamos nós, como sabe, que por isso aqui o censuraríamos.
Mas…
Noutros tempos, o PCP não se esqueceria de transformar isto numa clara acusação ao Governo, ao mesmo tempo que não deixaria de regozijar-se pela evidente estocada dada aos interesses das farmácias.
Seria para o PCP ocasião de chamar a atenção dos entusiastas dos “amanhãs que cantam” para as “profundas contradições do capitalismo” que hão-de matá-lo…
Ou até o PCP terá passado a considerar o capitalismo como o único guarda-chuva e pára-raios que resta?
A.C.R.
Porque foi a única medida concreta autorizada…
Porque, assim isolada, mais ressalta e surpreende a sua relativa insignificância…
Até parece que a medida pode ter sido incluída no discurso, à última hora, por sugestão de algum consultor ou conselheiro cheio de boa vontade para atenuar aquele deserto cheio de boas intenções abstractas que era o discurso.
Cuidado, Senhor Primeiro-Ministro, com esses consultores/conselheiros - de que Deus o defenda! - porque são tão incompetentes quanto bem intencionados.
É que talvez alguém também possa vir a lembrar-se de insinuar que o anúncio da medida foi feito ali, na própria posse do Governo, fundamentalmente para dar um pequeno sinal, nada mais que simbólico, claro, mas um aceno muito simpático, evidentemente, de como o governo está atento, muitíssimo atento, aos interesses comerciais, em geral, e, em particular, aos das pequenas, médias e grandes “superfícies” onde esses medicamentos sobretudo vão passar a ser vendidos.
Não seríamos nós, como sabe, que por isso aqui o censuraríamos.
Mas…
Noutros tempos, o PCP não se esqueceria de transformar isto numa clara acusação ao Governo, ao mesmo tempo que não deixaria de regozijar-se pela evidente estocada dada aos interesses das farmácias.
Seria para o PCP ocasião de chamar a atenção dos entusiastas dos “amanhãs que cantam” para as “profundas contradições do capitalismo” que hão-de matá-lo…
Ou até o PCP terá passado a considerar o capitalismo como o único guarda-chuva e pára-raios que resta?
A.C.R.
Etiquetas: Capitalismo