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2005/03/09

Os resultados das eleições legislativas.
Um ponto de vista neo-nacionalista 

Pela primeira vez, em Portugal, uma das mais velhas, desacreditadas e retrógradas formas de nacionalismo, o nacional-racismo, apresentou-se a eleições.

Disfarçadamente, mesmo assim.

Disfarçada de PNR, como todos sabem e parece que contra a vontade de alguns responsáveis deste.

Previa-se que isso tinha de acabar numa confrontação interna, desde que a fn – “frente nacional” apareceu a arrogar-se ser um núcleo autónomo dentro do Partido.

Foi um manifesto erro de cálculo das duas partes, como os resultados eleitorais comprovam, se honestamente lidos e analisados.

Mas poderia ter sido de outra maneira?

Creio que, dentro do Partido, mesmo os que já perceberam a natureza dos fn´s continuam a não querer tratá-los pelo que verdadeiramente são.

Preferem ainda os eufemismos…

Chamam-lhes e acusam-nos, quando muito, de grupo violento e extremista, que naturalmente rejeitam, mas ainda não querem conceder que aquilo que eles na verdade são é, sim, violentos e extremistas, mas sempre ao serviço do respectivo racismo, um racismo mais fortemente anti-negro e anti-africano. Porque cobardemente acreditam que os “pretos” são fracos e vulneráveis e que, por tal, podem ser facilmente arredados e vencidos!

Mas os verdadeiros eleitores nacionalistas perceberam isso, porque, em grande maioria, para eles nacionalismo não é, de modo algum, o equivalente de racismo, qualquer que seja o racismo.

E foram, pois, votar noutros partidos, deixando os fn´s quase sozinhos nas urnas e entregues a si próprios dentro do Partido.

A verdade, porém, é que os fn´s ameaçam agora que vão brevemente acabar por tomar os órgãos dirigentes deste.

Consegui-lo-ão?

Não é difícil de acreditar que o tentarão.

Ora os nacional-racistas portugueses deixaram-se contar nestas eleições, para seu mal.

Não chegam a uma dúzia de milhares, incluindo os dois círculos onde não foram a votos.

E, mais provavelmente, estarão até em decréscimo.

Eleitoralmente não vão a parte nenhuma.

Intelectual e culturalmente também não, a avaliar pelos “valores” que exibiram nos últimos meses.

O Partido de que simulam ter o controlo, se quiser crescer, terá que cortar radicalmente com eles, como se tornou óbvio.

Com algumas precauções, se já nele se implantaram como querem fazer crer.

É que os fn´s são uma “força” muito fraca, mas mesmo assim perigosa, porque a cegueira e o desespero os podem tornar episodicamente audaciosos.

E, de cabeça perdida, até podem levar ingénuos a acreditar que, se aqui não prestam, lá fora já controlam a Europa ou estão a caminho disso.

A.C.R.

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