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2005/02/25

Estará já para chegar o novo D. Sebastião? 

Na “Visão” de ontem alguém escrevia:

“As gerações que fizeram a guerra colonial, que acreditaram no 25 de Abril, que abriram a democracia, têm agora pela frente, em vez de um tempo afagante, um horizonte áspero.

“A crença que as moveu durante a vida saiu-lhes, saiu-lhes no final dela, pela culatra. O país mais justo, mais ameno, que pensaram construir, não passou, para a maior parte, de uma ilusão, de um engodo.”

Isto parece ter sido escrito já depois de conhecidos os resultados das eleições de domingo.

É uma manifestação saudável, em alguma medida.

Desapareceram quase completamente, desta vez, os habituais sinais de euforia dos comentadores vitoriosos e as manifestações de entusiasmo das turbas desfilantes em noite de vitória.

É também tranquilizador, se não reconfortante, como sinal da consciência generalizada das transcendentes dificuldades colectivas.

E talvez um sinal também positivo de que, a partir de agora, todos interiorizamos por igual as responsabilidades pelo estado da Nação, sem alijarmos nada nem nos esfalfarmos a procurar bodes expiatórios, que seria fácil encontrar, mas é inútil, porque outros ficariam sempre de fora.

Há porém um aspecto preocupante nas palavras citadas.

E é que, nelas como em dezenas ou centenas de outras citações recentes que poderiam fazer-se, de muitíssimos outros autores, mais ou menos explicitamente, perpassa por elas uma sugestão, mesmo convicção expressa, de que o mal está no regime político em que vivemos, ou é, pelo menos, causado pelo sistema.

Há muita gente, portanto, que quer ir ao fundo na reforma, pondo as suas expectativas na mudança do regime ou, pelo menos, do sistema constitucional.

Não virá daí mal ao mundo, se não estiverem apenas a tentar o lançamento de um novo supremo bode expiatório ou a criação de um novo mito sebastiânico que nos compense e redima de todo o desespero actual.

A.C.R.

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