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2005/02/23

Porque é tão grande o sucesso académico e profissional das mulheres contemporâneas? (III) 

(continuação)

Debaixo dos olhos de muitos de nós, desenvolveu-se na 2ª metade do séc. XX, em Portugal, com uma intensidade e aceleração nunca vistas, talvez a maior transformação social destes cem anos: a do pleno acesso, em massa, das mulheres ao exercício de todas (quase todas) as funções e responsabilidades sociais.

Claro que não foi só em Portugal.

E só fica feita a observação, de tão óbvia, para não se pensar que estava distraído.

Não lhe chamo revolução, mas transformação social, para não confundirmos a sua natureza com a das revoluções políticas que houve, impostas de cima para baixo ou de fora para dentro, muitas vezes autoritariamente e até à mão armada.

A transformação social de fundo, conduzida involuntariamente pelas mulheres no Séc. XX, em Portugal, foi o contrário de tudo isso.

Posso acrescentar já, por tal, a minha convicção de que ninguém deverá contar com elas, de modo significativo, para uma militância política de cariz nacional-racista.

Aliás não as vemos ou vimos, até hoje, minimamente intervenientes em iniciativas políticas dessa área ou tendendo para lá.

Uma ou outra andorinha não chega a fazer a Primavera.

É mais uma razão de essas iniciativas, em Portugal, não apontarem para futuro que se veja.

Seria interessante, mas não deve ser possível fazer uma ideia segura, embora aproximada, da percentagem feminina de voto racista militante nas eleições de 20 do corrente.

Atrevo-me, porém, a dizer que não chegou, com certeza, a 0,16% dos votos expressos, até talvez muito longe disso, se calhar menos de um décimo, isto é menos de 0,016%. Ou seja, menos de 1.000 votos femininos nos quase 10.000 votos potencialmente racistas entrados nas urnas.

Desculpem-me aqueles que tendem a perder-se no meio de números.

Mas penso que os 1.000, embora muito poucos, são ainda uma estimativa exagerada.

Ah! Benditas mulheres também por isso!

Se assim for, bem podem as organizações políticas racistas em Portugal fazer as malas ou continuar a enterrar a cabeça na areia, apesar da aparente desenvoltura que alguns lhes atribuem.

A.C.R.

(continua)

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