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2004/10/12

TV Marcelo 



É em episódios como este que se vê a categoria dos políticos que se passeiam pela nossa actualidade e que se destaca a sua profunda miséria, não aquela com que todos nascemos, mas aquela que foram cultivando à sombra do sistema.

Afinal de contas, as crises políticas quinzenais são sempre despoletadas por folhetins como o programa informático do Ministério da Educação ou a saída de um comentador de uma estação televisiva. Nunca por causa de medidas ou políticas de vulto ou estruturantes para o País.

Não se discute o interesse de Portugal e do seu Povo: para esta classe política reles tudo isso são coisas espúrias. O que interessa são os episódios que lhes permitem alcandorar-se no poder.

Enquanto correm rumores de censura e palpites se o Governo cai ou não cai, vem ao de cima o ridículo de como este é, tão só, um pretexto e mais uma arma de arremesso para colher dividendos a custo zero e saciar a fome de palco: profundamente gratuito e sem importância nenhuma para o País.

Sendo a TVI um canal privado, não pode contratar e descontratar os comentadores que entende? Ainda por cima é uma questão entre duas pessoas do PSD. Porquê o envolvimento de poderes políticos estatais? Que é censura? Mas, toda a gente sabe que existe censura nos canais de TV, rádios, jornais, e que essa censura é feita nas respectivas redacções, de acordo com critérios obscuros duma alegada “liberdade de expressão”.

Há censura arbitrária a factos, ideias, pessoas e tudo o mais que se quiser. Só não há regras claras, nem verdade.

Ainda assim, para resolver mais este imbróglio, sugiro ao governo que, para desagravo do Prof. Marcelo o faça ministro e demita o ministro Gomes da Silva mandando-o fazer comentários para TVI.

Que tal?

Manuel Brás

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