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2004/09/16

O Horizonte Político Nacional. Não sei se é clarificar, se é escurecer… 

Não sei, de facto.

Mas já agora digo o que tinha a dizer.

Vejo dada como certa a vitória de José Sócrates na eleição para secretário-geral do PS.

Entre os que mais se afadigam nessa crença, ou esperança, estão alguns do PSD, de vulto, que por sinal também se empenharam a desacreditar Santana Lopes, para Primeiro-Ministro, antes e depois de aí ter chegado.

Por outro lado, dentro da coligação, surgem cada vez mais pretextos para tensões.

Foram, pelo menos, os casos do “barco dos abortistas”; da revisão ou não da legislação sobre o aborto; e, mais recente, o do relatório sobre a segurança nas instalações da GALP, em Leça.

Enfim, tudo parece conduzir para vir a ser possível e desejável, para quem dispõe as coisas, a prazo mais ou menos curto, a substituição da actual coligação PSD-CDS por uma futura coligação PSD-PS.

No lado do PS, a guerrilha interna aí instalada entre José Sócrates e Alegre Manuel permite suspeitar que ao próprio Sócrates jamais será possível formar governo da sua facção com a facção do Poeta.

Sendo esta, apesar das acrobacias cultistas, uma facção arqueológica do socialismo, completamente inadequada ao futuro em perspectiva, fica José Sócrates, com ou sem maioria absoluta, condenado a não formar governo ou a ter, para isso, de aproximar-se do centro-direita.

Há muito quem, dentro do PSD, esteja já a dar-lhe a mão, embora por mim pense que poderiam fazê-lo mais discretamente.

Falta de discrição que por vezes me leva a pensar se não haverá, paralelamente, uma outra intenção (já não lhe chamo boa), a de tirar ao próprio Santana Lopes o tapete debaixo dos pés para que não sobreviva pessoalmente à coligação actual.

Penso que Santana Lopes já percebeu todo este possível jogo.

E também sabe que, da sua parte, o melhor jogo será sempre o de antecipação, em que tem demonstrado ser perito.

A antecipação, neste caso, porém, é principalmente tentar conseguir algum tempo, à margem do tempo das jogadas políticas e politiqueiras, tempo e disponibilidade para também ser estadista.

Se o conseguir, talvez tenha na mão os trunfos necessários ao mais forte, para na hora própria ser ele a decidir, e mais ninguém: isto é, se faz coligação à direita ou à “esquerda”. Tendo sempre em conta, acima de tudo, que precisa de governar dez anos.

A.C.R.

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