2003/12/05
Visita de Estado?... Visita de negócios?...
De Estado não parece ter sido a visita do Presidente da República à Argélia.
De negócios — ou tentativas de negócios — foi com certeza, uma vez que uma larga comitiva de empresários o acompanhou. Dizendo-se até que grande expectativa de acordos comerciais poderia resultar da abertura franca do mercado argelino aos empreiteiros de obras públicas, nomeadamente auto-estradas; a empresas fabricantes de cerâmica industrial, na área principalmente de material refractário; enfim, a muitos outros fornecedores ou compradores portugueses, nas áreas do vidro, do petróleo, do gás, da modernização da banca argelina e das vias de comunicação naquele País, parece que actualmente o mais promissor do Magrebe.
Um El-Dorado, ao que parece.
Os olhos de todos os da comitiva presume-se que luziam, a ponto de o próprio Presidente ter perdido alguma serenidade que costuma ostentar.
Aproveitando para agradar aos dirigentes argelinos, aos quais a comitiva ia para vender o mais possível e nas melhores condições que possam arrancar-se-lhes, o Presidente exigiu a retirada rápida da Coligação do Iraque, cujas tropas, disse, “são mais um empecilho que uma vantagem para o objectivo da democratização”.
Mas logo a seguir o Presidente, caindo em si, avisou (!) que as forças ocupantes não poderiam retirar de qualquer modo.
Como quem diz: “Vão embora mas de vagar e com maneiras”.
O Presidente não sabia já bem o que queria, coisa que, naquela altura do jantar em que tudo se passava, não seria de admirar, se não se tratasse dum País muçulmano.
Mas pôde ainda, em todo o caso, esclarecer mais alguma coisa.
O espectro da retirada americana feita aceleradamente é, porém, tal que teme deixem o país “à mercê de grupos que não lhe oferecem nenhuma perspectiva para além do caos”.
Mas, para evitá-lo, e talvez segurar os Americanos de modo a retirarem ao ritmo que o nosso Presidente indicaria, ele não encontra melhor, nem pior, que fazê-lo “sob a égide das Nações Unidas”.
O Presidente só não esclarece com que forças desempenhariam as Nações Unidas missão tão horrível.
Talvez as da Coligação?...
É que parece não haver outras ao alcance de quem quer que seja.
Factos são factos, não é Senhor Presidente?
E depois, mesmo Portugueses acreditamos que eventuais erros da Coligação são nisto preferíveis aos “acertos” e congeminações sem responsabilidades do nosso Presidente.
Não queremos, aliás, um Presidente nosso ocupado em imaginar estratégias de mesa de café.
Até também porque temos lá portugueses que nos merecem o maior respeito e cuidados.
A.C.R.
De negócios — ou tentativas de negócios — foi com certeza, uma vez que uma larga comitiva de empresários o acompanhou. Dizendo-se até que grande expectativa de acordos comerciais poderia resultar da abertura franca do mercado argelino aos empreiteiros de obras públicas, nomeadamente auto-estradas; a empresas fabricantes de cerâmica industrial, na área principalmente de material refractário; enfim, a muitos outros fornecedores ou compradores portugueses, nas áreas do vidro, do petróleo, do gás, da modernização da banca argelina e das vias de comunicação naquele País, parece que actualmente o mais promissor do Magrebe.
Um El-Dorado, ao que parece.
Os olhos de todos os da comitiva presume-se que luziam, a ponto de o próprio Presidente ter perdido alguma serenidade que costuma ostentar.
Aproveitando para agradar aos dirigentes argelinos, aos quais a comitiva ia para vender o mais possível e nas melhores condições que possam arrancar-se-lhes, o Presidente exigiu a retirada rápida da Coligação do Iraque, cujas tropas, disse, “são mais um empecilho que uma vantagem para o objectivo da democratização”.
Mas logo a seguir o Presidente, caindo em si, avisou (!) que as forças ocupantes não poderiam retirar de qualquer modo.
Como quem diz: “Vão embora mas de vagar e com maneiras”.
O Presidente não sabia já bem o que queria, coisa que, naquela altura do jantar em que tudo se passava, não seria de admirar, se não se tratasse dum País muçulmano.
Mas pôde ainda, em todo o caso, esclarecer mais alguma coisa.
O espectro da retirada americana feita aceleradamente é, porém, tal que teme deixem o país “à mercê de grupos que não lhe oferecem nenhuma perspectiva para além do caos”.
Mas, para evitá-lo, e talvez segurar os Americanos de modo a retirarem ao ritmo que o nosso Presidente indicaria, ele não encontra melhor, nem pior, que fazê-lo “sob a égide das Nações Unidas”.
O Presidente só não esclarece com que forças desempenhariam as Nações Unidas missão tão horrível.
Talvez as da Coligação?...
É que parece não haver outras ao alcance de quem quer que seja.
Factos são factos, não é Senhor Presidente?
E depois, mesmo Portugueses acreditamos que eventuais erros da Coligação são nisto preferíveis aos “acertos” e congeminações sem responsabilidades do nosso Presidente.
Não queremos, aliás, um Presidente nosso ocupado em imaginar estratégias de mesa de café.
Até também porque temos lá portugueses que nos merecem o maior respeito e cuidados.
A.C.R.
2003/12/04
Leva de ABRIL (II)
Do livro "Leva de ABRIL"
De Gil Roseira Cardoso Dias
Editora Nova Arrancada
HOJE
Pedra caída no poço
ave que morre voando
ferro em brasa no pescoço
nu afogado boiando;
o desespero que esboço
quando não há espreitando
aqueles de quem eu posso
escondê-lo disfarçando;
aquele nó o caroço
na garganta sufocando
a lentidão do esforço
com que minto divagando;
e na fundura que roço
garras há dilacerando
sem porquê nem como ou quando
o Passado que foi nosso.
TROVAS
De verde e rubro vestido
País de luto em Abril,
Humilhado e vendido
Por vaidade e um ceitil.
Secaram de Maio os cravos
Quem berra mais alto ganha.
A propaganda arrebanha:
Povo livre – homens escravos.
Povo sido varonil
Tão rendido, tão cansado,
Tão mansamente curvado
Povo de luto em Abril.
Mais tempos inda hão-de vir
De tristeza e indigência.
Povo criado inocência
E falhado no porvir.
Nem futuro, nem mais nada,
Podes agora esperar,
Senão o ver apagar
A tua História passada.
Acabou! Agora esquece.
Não vale a pena lutar.
Cada povo que falhar
Tem a sorte que merece.
DESABAFO
Ó poetas da democracia
E do amor
Pelos mortos de Timor...
Ó letristas-cantadores
Dos “meninos à volta da fogueira”
Com a AK companheira...
Ó carpideiras das baleias
Das focas e das marmotas...
Ó dos direitos do autor
E do homem e da mulher...
Ó antitouros de morte
De trancos e de Barrancos...
Ó dos direitos dos animais
E mais
Os outros todos que tais...
Que brutal
Mordaça ideológica vos nega
Que choreis
Que digais
Que canteis
Que vivais
Os nossos mortos?!
NA VIA DO SOCIALISMO
Meu País de sonho apetecido
retrato descolorido
em revista semanal desactualizada.
País hipótese falhada
desfile permanente em marcha engalanada
a caminho do jazigo de família.
A louça e os partidos já não têm conserto.
Já não há compõe-louças para pôr gatos de arame
a louça não se reaproveita
e a lança no lixo.
Um partido não serve para comer
e mesmo que servisse -
- que há para sonhar no meu País ?
Meu País de cravos em Abril
ornando praças onde os mortos passam
disfarçando em canos de espingarda
a fuga dos seus donos.
Para quê lutar, se whisky é melhor
e de origem garantidamente democrática ?
Para quê ir para o mato, se os apartamentos
de Paço de Arcos são mais confortáveis ?!...
Meu País da logorreia institucional
da fome como padrão
da sobrevivência como ambição
e no fim
tam-ba-la-lão... tam-ba-la-lão...
um palmo só de chão
que nem espaço há para enterrar os mortos
e a terra é de quem na trabalha.
Meu País de fingimento da abundância
alçado a forma de governo
e a pedincha de capital em capital.
O primeiro ministro tem de frequentar um curso
(acelerado!)
de vendedor de banha de cobra
e dizer ao FMI que sim e mais também
que aceitamos os dólares
e a Bruxelas que aceitamos os ecus
mais as condições que quiserem impor
que Salazar era uma besta e já morreu
e a fome é imperativa.
Então
morra o povo
para que viva o governo do povo.
SONETO - V
Quando cair, que seja lentamente,
Como o Infante herói de Alfarrobeira.
Não preciso sequer de uma bandeira,
Basta a vossa lembrança tão somente.
Aqui ou onde seja (é indiferente,
Agora toda a terra é estrangeira)
Que finde a minha vida passageira,
Meu pensamento é da minha gente:
Aquela que morreu de armas na mão.
Aquela, regressada ao pátrio chão,
Cuspida pela elite da escumalha.
Os hoje abandonados à má-sorte.
Os que ganharam a paz fria da morte,
Perdendo tudo numa só batalha.
TESTAMENTO
Ninguém me diga nada, que não ouço
e niguém mo repita, se não grito;
e ninguém me murmure, que não ligo
e que ninguém me toque, que o rejeito.
Não falem de Nação – então me excedo
e não me digam Pátria, que me exalto.
E não me digam sim, que desconfio,
e nem me digam não, que corro já.
Não me cantem o fado, que me espanto
e, por favor, nem samba, nem canção.
Não cantem mais mandós, que atropelo
as memórias do Longe e da Idade.
De África não falem – ainda dói.
Mas que ninguém se cale. É bem melhor
esboçar a Idade e a Distância.
Estou cansado e enfêrmo de Saudade,
mal me recorda a mocidade longe...
Das coisas que ainda são, já me aborreço,
das memórias me dispo e distancio.
Não me importa saber do que me esqueço,
do pouco que recordo me alumio.
Nem lembranças serão… É a Esperança
que me receba Deus na Eternidade.
GIL ROSEIRA CARDOSO DIAS
Como dizer quem é Gil Roseira Cardoso Dias? E que dizer deste seu primeiro livro?
Dêle, se tivesse de o definir n’uma palavra, diria: íntegro.
Se em três: íntegro, fiel, intransigente.
Quanto ao trato: educado, mas imprevisível. Cardoso de nome, mas também Roseira. Com espinhos também, mas com rosas.
O livro, de tão curto, lembra-me o “Fel”, de José Duro, e a “Mensagem”, de Pessoa. Não pela dimensão, mas porque de fel transborda cada memória da rendição de Abril, e de mensagem resplandecem cada verso, cada grito ou estertor, cada lamento …
No fundo, este livro é uma Oração, quer pelos caídos - nossa honra - quer pelos vindouros, se daqueles lhes soubermos preservar a memória, e do nosso tempo a VERDADE.
Ah! Se não fosse VERDADE o nosso tempo, poderia este livro ter sido escrito? Não, certamente.
Como testemunho vale, pois, inelutável.
Graças a Deus.
Nas “Pequenezas autobiográficas” e no sequente “Aviso ao Leitor”, mais do que o seu trajecto na vida dá-nos o Autor, em breves traços, o seu perfil perante a vida, e perante os outros.
Não há nessas linhas uma palavra impensada, uma palavra a mais ou só de estilo. De menos talvez, que muito cala, da sua vida e da dos outros com quem se cruzou.
Irredutível nas suas convicções, tece meditadas reservas à fidelidade do último Concílio, assim como – a tempo - as tecia já ao Portugal de Spínola e Marcelo, nunca aceitando, inconformado, o portugal dos abrilistas.
Ele é assim. Quem não o entender tal como é, siga o seu caminho e deixe-o. Não lhe queira impor ideias ou modelar sentimentos que, como Régio, não vai por aí…
Dos poemas – de nítida influência pessoana - pouco há a dizer. Falam por si.
Com uma musicalidade natural e notáveis força e riqueza de imagens, sem liberdades poéticas fáceis mas com toda a liberdade que o ritmo ou a sonoridade lhe requeiram, desde que o não afastem da ideia ou da emoção-raíz de cada poema, que nunca se trai a si próprio, nem cede.
Bem haja por isso, que uma coisa é ser Poeta, outra versejar...
Hinos de Crença e Lusitanidade quase todos, gritos de revolta outros, já lamentosos, já sarcásticos, qual de nós, ao lê-los, não se sente pré-plageado? Quem não sente – neste ou n’aquele poema, neste ou n’aquele verso - que aquilo é o que lhe vai n’alma, o que gostaria de ter dito?
Gil Roseira Cardoso Dias é mais uma voz que se ergue - a par de Couto Viana e Rodrigo Emílio - a cantar a nossa dor e revolta, e a dar testemunho, para que a VERDADE na Memória se não perca, da infame traição que de Nação Imperial nos converte, complacente e acomodada, em caudatária e servil sub-região europeia, sem voz nem alma…
Na época economicista que se atravessa - e nos é imposta, que nem viver orgulhosamente sós o destino pátrio nos consentem as massas dominantes - importa dar testemunho da VERDADE, da nossa VERDADE, portuguesa e humanista, do Minho ao Além, para que os nossos filhos nos entendam ou pelo menos nos aceitem, e para que os seus filhos, ou os filhos dos seus filhos, possam um dia re-despertar Portugal.
É preciso dar testemunho de Portugal português, antes que as globalizações – novos impérios – nos dissolvam no Nada, nos matem como Nação.
É preciso gritar! É preciso marcar Abril como sinal de traição e vergonha. É preciso não colaborar, pelo silêncio, com os vendidos.
É preciso clamar por D. Sebastião – quer venha ou não – para que a Pátria, essa, não pereça. É preciso gritar, para que o nosso clamor chegue a Deus.
O grito, moribundo, de Camões não deixou que a Pátria morresse em 1580. É preciso que os Poetas - os nossos Guerreiros – não a deixem morrer ainda, e sedimentem a nova Restauração, quando fôr a HORA.
Manuel Arnao Metello
De Gil Roseira Cardoso Dias
Editora Nova Arrancada
HOJE
Pedra caída no poço
ave que morre voando
ferro em brasa no pescoço
nu afogado boiando;
o desespero que esboço
quando não há espreitando
aqueles de quem eu posso
escondê-lo disfarçando;
aquele nó o caroço
na garganta sufocando
a lentidão do esforço
com que minto divagando;
e na fundura que roço
garras há dilacerando
sem porquê nem como ou quando
o Passado que foi nosso.
TROVAS
De verde e rubro vestido
País de luto em Abril,
Humilhado e vendido
Por vaidade e um ceitil.
Secaram de Maio os cravos
Quem berra mais alto ganha.
A propaganda arrebanha:
Povo livre – homens escravos.
Povo sido varonil
Tão rendido, tão cansado,
Tão mansamente curvado
Povo de luto em Abril.
Mais tempos inda hão-de vir
De tristeza e indigência.
Povo criado inocência
E falhado no porvir.
Nem futuro, nem mais nada,
Podes agora esperar,
Senão o ver apagar
A tua História passada.
Acabou! Agora esquece.
Não vale a pena lutar.
Cada povo que falhar
Tem a sorte que merece.
DESABAFO
Ó poetas da democracia
E do amor
Pelos mortos de Timor...
Ó letristas-cantadores
Dos “meninos à volta da fogueira”
Com a AK companheira...
Ó carpideiras das baleias
Das focas e das marmotas...
Ó dos direitos do autor
E do homem e da mulher...
Ó antitouros de morte
De trancos e de Barrancos...
Ó dos direitos dos animais
E mais
Os outros todos que tais...
Que brutal
Mordaça ideológica vos nega
Que choreis
Que digais
Que canteis
Que vivais
Os nossos mortos?!
NA VIA DO SOCIALISMO
Meu País de sonho apetecido
retrato descolorido
em revista semanal desactualizada.
País hipótese falhada
desfile permanente em marcha engalanada
a caminho do jazigo de família.
A louça e os partidos já não têm conserto.
Já não há compõe-louças para pôr gatos de arame
a louça não se reaproveita
e a lança no lixo.
Um partido não serve para comer
e mesmo que servisse -
- que há para sonhar no meu País ?
Meu País de cravos em Abril
ornando praças onde os mortos passam
disfarçando em canos de espingarda
a fuga dos seus donos.
Para quê lutar, se whisky é melhor
e de origem garantidamente democrática ?
Para quê ir para o mato, se os apartamentos
de Paço de Arcos são mais confortáveis ?!...
Meu País da logorreia institucional
da fome como padrão
da sobrevivência como ambição
e no fim
tam-ba-la-lão... tam-ba-la-lão...
um palmo só de chão
que nem espaço há para enterrar os mortos
e a terra é de quem na trabalha.
Meu País de fingimento da abundância
alçado a forma de governo
e a pedincha de capital em capital.
O primeiro ministro tem de frequentar um curso
(acelerado!)
de vendedor de banha de cobra
e dizer ao FMI que sim e mais também
que aceitamos os dólares
e a Bruxelas que aceitamos os ecus
mais as condições que quiserem impor
que Salazar era uma besta e já morreu
e a fome é imperativa.
Então
morra o povo
para que viva o governo do povo.
SONETO - V
Quando cair, que seja lentamente,
Como o Infante herói de Alfarrobeira.
Não preciso sequer de uma bandeira,
Basta a vossa lembrança tão somente.
Aqui ou onde seja (é indiferente,
Agora toda a terra é estrangeira)
Que finde a minha vida passageira,
Meu pensamento é da minha gente:
Aquela que morreu de armas na mão.
Aquela, regressada ao pátrio chão,
Cuspida pela elite da escumalha.
Os hoje abandonados à má-sorte.
Os que ganharam a paz fria da morte,
Perdendo tudo numa só batalha.
TESTAMENTO
Ninguém me diga nada, que não ouço
e niguém mo repita, se não grito;
e ninguém me murmure, que não ligo
e que ninguém me toque, que o rejeito.
Não falem de Nação – então me excedo
e não me digam Pátria, que me exalto.
E não me digam sim, que desconfio,
e nem me digam não, que corro já.
Não me cantem o fado, que me espanto
e, por favor, nem samba, nem canção.
Não cantem mais mandós, que atropelo
as memórias do Longe e da Idade.
De África não falem – ainda dói.
Mas que ninguém se cale. É bem melhor
esboçar a Idade e a Distância.
Estou cansado e enfêrmo de Saudade,
mal me recorda a mocidade longe...
Das coisas que ainda são, já me aborreço,
das memórias me dispo e distancio.
Não me importa saber do que me esqueço,
do pouco que recordo me alumio.
Nem lembranças serão… É a Esperança
que me receba Deus na Eternidade.
GIL ROSEIRA CARDOSO DIAS
Como dizer quem é Gil Roseira Cardoso Dias? E que dizer deste seu primeiro livro?
Dêle, se tivesse de o definir n’uma palavra, diria: íntegro.
Se em três: íntegro, fiel, intransigente.
Quanto ao trato: educado, mas imprevisível. Cardoso de nome, mas também Roseira. Com espinhos também, mas com rosas.
O livro, de tão curto, lembra-me o “Fel”, de José Duro, e a “Mensagem”, de Pessoa. Não pela dimensão, mas porque de fel transborda cada memória da rendição de Abril, e de mensagem resplandecem cada verso, cada grito ou estertor, cada lamento …
No fundo, este livro é uma Oração, quer pelos caídos - nossa honra - quer pelos vindouros, se daqueles lhes soubermos preservar a memória, e do nosso tempo a VERDADE.
Ah! Se não fosse VERDADE o nosso tempo, poderia este livro ter sido escrito? Não, certamente.
Como testemunho vale, pois, inelutável.
Graças a Deus.
Nas “Pequenezas autobiográficas” e no sequente “Aviso ao Leitor”, mais do que o seu trajecto na vida dá-nos o Autor, em breves traços, o seu perfil perante a vida, e perante os outros.
Não há nessas linhas uma palavra impensada, uma palavra a mais ou só de estilo. De menos talvez, que muito cala, da sua vida e da dos outros com quem se cruzou.
Irredutível nas suas convicções, tece meditadas reservas à fidelidade do último Concílio, assim como – a tempo - as tecia já ao Portugal de Spínola e Marcelo, nunca aceitando, inconformado, o portugal dos abrilistas.
Ele é assim. Quem não o entender tal como é, siga o seu caminho e deixe-o. Não lhe queira impor ideias ou modelar sentimentos que, como Régio, não vai por aí…
Dos poemas – de nítida influência pessoana - pouco há a dizer. Falam por si.
Com uma musicalidade natural e notáveis força e riqueza de imagens, sem liberdades poéticas fáceis mas com toda a liberdade que o ritmo ou a sonoridade lhe requeiram, desde que o não afastem da ideia ou da emoção-raíz de cada poema, que nunca se trai a si próprio, nem cede.
Bem haja por isso, que uma coisa é ser Poeta, outra versejar...
Hinos de Crença e Lusitanidade quase todos, gritos de revolta outros, já lamentosos, já sarcásticos, qual de nós, ao lê-los, não se sente pré-plageado? Quem não sente – neste ou n’aquele poema, neste ou n’aquele verso - que aquilo é o que lhe vai n’alma, o que gostaria de ter dito?
Gil Roseira Cardoso Dias é mais uma voz que se ergue - a par de Couto Viana e Rodrigo Emílio - a cantar a nossa dor e revolta, e a dar testemunho, para que a VERDADE na Memória se não perca, da infame traição que de Nação Imperial nos converte, complacente e acomodada, em caudatária e servil sub-região europeia, sem voz nem alma…
Na época economicista que se atravessa - e nos é imposta, que nem viver orgulhosamente sós o destino pátrio nos consentem as massas dominantes - importa dar testemunho da VERDADE, da nossa VERDADE, portuguesa e humanista, do Minho ao Além, para que os nossos filhos nos entendam ou pelo menos nos aceitem, e para que os seus filhos, ou os filhos dos seus filhos, possam um dia re-despertar Portugal.
É preciso dar testemunho de Portugal português, antes que as globalizações – novos impérios – nos dissolvam no Nada, nos matem como Nação.
É preciso gritar! É preciso marcar Abril como sinal de traição e vergonha. É preciso não colaborar, pelo silêncio, com os vendidos.
É preciso clamar por D. Sebastião – quer venha ou não – para que a Pátria, essa, não pereça. É preciso gritar, para que o nosso clamor chegue a Deus.
O grito, moribundo, de Camões não deixou que a Pátria morresse em 1580. É preciso que os Poetas - os nossos Guerreiros – não a deixem morrer ainda, e sedimentem a nova Restauração, quando fôr a HORA.
Manuel Arnao Metello
Etiquetas: Rodrigo Emílio, socialismo
2003/12/03
Leva de ABRIL
Do livro "Leva de ABRIL"
De Gil Roseira Cardoso Dias
Editora Nova Arrancada
DESGRAÇA
A ideia nos unia,
A guerra nos sagrava.
Por amor se morria,
Por amor se matava.
Pagávamos com sangue
A honra de existir.
No peito, expectante,
A vitória a sorrir.
Alguns – falsa linhagem –
Dizendo-se fidalgos,
Sepultada a coragem,
Leiloaram-se escravos.
Babado de peçonha
O nome português,
Mataram, de vergonha,
Os mortos outra vez.
Perdidos porto e honra,
Sem paz nem domicílio,
Teu corpo gera, agora,
Os filhos do exílio.
SONETO – III
Fugiram para a corte de Castela
Alguns infantes, muitos cavaleiros,
Mas deixaram uns quantos companheiros
Minando o interior da cidadela.
Secretamente, com toda a cautela,
Tiraram de duzentos os primeiros
Quarenta – que seriam carcereiros
Da Nação e depois carrascos dela.
Tão sinistro projecto resultou,
Perante a tibieza dos esquivos
E vil temor. O povo não lutou.
Ninguém lutou! Estamos todos vivos!
Por isso a Sorte já nos destinou
Perder Aljubarrota e ser cativos.
IDOS
Como a Primavera,
Vestida e orvalhada,
Sorria quando era
A vida retomada.
O coqueiral, na tarde
De calor e silêncio,
Tinha a solenidade
Das Missas com incenso.
E era gente e terra
Tão boa e tão modesta,
Que íamos à guerra
Como se fosse festa.
E o enrubescente
Teu casto gentil corpo
Com o sabor nascente
De mel e vinho novo.
ORAÇÃO DEMOCRÁTICA
Há tantos judas vivos, que a minha ciência
não consegue explicar, de nenhuma maneira,
se os judas estão vivos por inconsciência
ou se por cada um não ter sua figueira.
Uni-vos! Proletários de herdades colectivas,
que entreteneis o ócio em meio de azinhais:
mandai a educação política às ortigas
e plantai, sem demora, cem mil figueirais.
NATAL DE PREC
Não ter ninguém como se fosse apátrida,
O grito represado na garganta
Pior que arroto de cerveja morna.
Os olhos afogados nesse mar
Que a nossa cobardia proibiu.
O gesto sem propósito ou sentido,
Apontando uma troça de infinito
Num horizonte gasto de tão visto.
E, sobretudo,
Pairando no quadro descomposto
De amargura, náusea e solidão,
Um pássaro agoirento,
grasnando que outros mais dias virão,
assim iguais
assim iguais
assim iguais
tlim tlão
tlim tlão
GRITO
I
Escrevo como quem sobe
As escadas de um altar
Cavado no tronco de roble
Multissecular,
Que povoou de ramos a vastidão do mar.
Olho no longe os ramos projectados.
Montículos de terra revolvida
No sopé de uma pedra:
- Padrão a cuja sombra o Povo prosseguia
Cristo, Pão e Paz,
Onde hoje só há fome e o medo medra.
(De gala se vestiam os coveiros.
Nenhum correu o risco de usar armas
Nem o de olhar o Sol).
II
Cumpri
Marchando todo o dia, sol a sol,
A rota de regresso povoada
De Santos e de Heróis (gente do Povo!)
Assim cheguei à praia sitiada
Donde por fé de Portugal-a-Ser
Com a bênção de Deus fui de abalada
A servir e viver.
Regressado
Ao fim de anos quinhentos de canseiras
Só me resta uma pedra onde dormir.
Nem pão nem milho a secar nas eiras:
Só o bramido das crispadas ondas
E o por-vir.
III
Antes
Que cicatrizem as chagas de mil feridas
Por todo o lado surgem capitões
De cenho e de modos arrogantes
Engalanados histriões
A parlar por dez mil altifalantes
Para os acomodados e os servis.
IV
Digo-lhes não!
Milhares de vezes não! De olhos a arder
Do Sol de Portugal que me consome.
Não há força que me dome
Partido que me comporte...
Só Portugal me pode conter.
De Gil Roseira Cardoso Dias
Editora Nova Arrancada
DESGRAÇA
A ideia nos unia,
A guerra nos sagrava.
Por amor se morria,
Por amor se matava.
Pagávamos com sangue
A honra de existir.
No peito, expectante,
A vitória a sorrir.
Alguns – falsa linhagem –
Dizendo-se fidalgos,
Sepultada a coragem,
Leiloaram-se escravos.
Babado de peçonha
O nome português,
Mataram, de vergonha,
Os mortos outra vez.
Perdidos porto e honra,
Sem paz nem domicílio,
Teu corpo gera, agora,
Os filhos do exílio.
SONETO – III
Fugiram para a corte de Castela
Alguns infantes, muitos cavaleiros,
Mas deixaram uns quantos companheiros
Minando o interior da cidadela.
Secretamente, com toda a cautela,
Tiraram de duzentos os primeiros
Quarenta – que seriam carcereiros
Da Nação e depois carrascos dela.
Tão sinistro projecto resultou,
Perante a tibieza dos esquivos
E vil temor. O povo não lutou.
Ninguém lutou! Estamos todos vivos!
Por isso a Sorte já nos destinou
Perder Aljubarrota e ser cativos.
IDOS
Como a Primavera,
Vestida e orvalhada,
Sorria quando era
A vida retomada.
O coqueiral, na tarde
De calor e silêncio,
Tinha a solenidade
Das Missas com incenso.
E era gente e terra
Tão boa e tão modesta,
Que íamos à guerra
Como se fosse festa.
E o enrubescente
Teu casto gentil corpo
Com o sabor nascente
De mel e vinho novo.
ORAÇÃO DEMOCRÁTICA
Há tantos judas vivos, que a minha ciência
não consegue explicar, de nenhuma maneira,
se os judas estão vivos por inconsciência
ou se por cada um não ter sua figueira.
Uni-vos! Proletários de herdades colectivas,
que entreteneis o ócio em meio de azinhais:
mandai a educação política às ortigas
e plantai, sem demora, cem mil figueirais.
NATAL DE PREC
Não ter ninguém como se fosse apátrida,
O grito represado na garganta
Pior que arroto de cerveja morna.
Os olhos afogados nesse mar
Que a nossa cobardia proibiu.
O gesto sem propósito ou sentido,
Apontando uma troça de infinito
Num horizonte gasto de tão visto.
E, sobretudo,
Pairando no quadro descomposto
De amargura, náusea e solidão,
Um pássaro agoirento,
grasnando que outros mais dias virão,
assim iguais
assim iguais
assim iguais
tlim tlão
tlim tlão
GRITO
I
Escrevo como quem sobe
As escadas de um altar
Cavado no tronco de roble
Multissecular,
Que povoou de ramos a vastidão do mar.
Olho no longe os ramos projectados.
Montículos de terra revolvida
No sopé de uma pedra:
- Padrão a cuja sombra o Povo prosseguia
Cristo, Pão e Paz,
Onde hoje só há fome e o medo medra.
(De gala se vestiam os coveiros.
Nenhum correu o risco de usar armas
Nem o de olhar o Sol).
II
Cumpri
Marchando todo o dia, sol a sol,
A rota de regresso povoada
De Santos e de Heróis (gente do Povo!)
Assim cheguei à praia sitiada
Donde por fé de Portugal-a-Ser
Com a bênção de Deus fui de abalada
A servir e viver.
Regressado
Ao fim de anos quinhentos de canseiras
Só me resta uma pedra onde dormir.
Nem pão nem milho a secar nas eiras:
Só o bramido das crispadas ondas
E o por-vir.
III
Antes
Que cicatrizem as chagas de mil feridas
Por todo o lado surgem capitões
De cenho e de modos arrogantes
Engalanados histriões
A parlar por dez mil altifalantes
Para os acomodados e os servis.
IV
Digo-lhes não!
Milhares de vezes não! De olhos a arder
Do Sol de Portugal que me consome.
Não há força que me dome
Partido que me comporte...
Só Portugal me pode conter.
2003/12/02
II Congresso Nacionalista Português - Em que direcção vai o Nacionalismo Português? (E)
Ontem foi o 1º de Dezembro: Nada mais oportuno que falar disto.
Agradeço aos Camaradas que, em vários blogues, vêm também tomando à sua conta o tema de renovação do nacionalismo, seja pela positiva, seja pela negativa.
A semana que passou houve pelo menos cinco posts, em quatro blogues, que, expressamente ou não, a ele se referiram (ver: Pro Pátria; Ocidental Praia Lusitana; Nacionalista e O Sexo dos Anjos).
O tema, nos termos em que aqui foi lançado, está posto desde há mais de dois anos, no I Congresso Nacionalista Português, numa das teses ali apresentadas começada a preparar alguns meses antes (v. neste blogue "I - Textos sobre Um Nacionalismo Novo").
À medida que o tema se foi desenvolvendo no meu espírito e no papel, fui sentindo crescentemente o desconforto, para não dizer a angústia, das rupturas com o pensamento convencional nacionalista com que me ia defrontando.
Tanto mais que essas rupturas doutrinárias iriam enfrentar certas reacções desfavoráveis, que me seriam ainda mais dolorosas por poderem, em boa parte, vir de algumas pessoas amigas de velha data, que me eram e são queridas e que muito considero.
Desejo, porém, que todos compreendam uma coisa: move-nos tão só, aos novos nacionalistas, ajudar a salvar o nacionalismo, para que não chegue a ser apenas aquilo em que ameaça tornar-se, simples relíquia da História do pensamento político; mas antes uma realidade viva, actuante e utilmente mobilizadora.
A via decisiva, para tanto, é a via dum pensamento renovador, criativo, vivificante e revelador da alma nacional.
Para alguns, os riscos de pensar são enormes, com efeito; mas os riscos de não se pensar, muito maiores ainda, em geral.
É magnífica a imagem daquele reduto final, onde os já poucos abencerragens da “Ideia” lutam desesperadamente, até à imolação do último sobrevivente e das últimas esperanças.
Mas não é a isso que queremos sujeitar-nos.
Não foi para isso que nascemos.
Nascemos para vencer, vencer mesmo ou sobretudo quando parecermos derrotados!
De facto, até poderíamos proclamar que não é para salvar o nacionalismo como doutrina, que lutamos essencialmente.
Lutamos acima de tudo, sim, pelas Nações, que são a realidade mais profunda que interessa, afinal, no nacionalismo, a realidade primeira e última que o nacionalismo contempla.
A Nação é a nossa fidelidade essencial, muito para lá e acima de todos os restauracionismos imagináveis.
Ora as Nações têm, felizmente, uma vitalidade e um fôlego que em muito ultrapassam todas as concepções limitativas em que algum pensamento nacionalista acabou por encerrá-las.
É para a descoberta, redescoberta e reanimação dessa vitalidade e desse fôlego que se convidam os nacionalistas, todos os que para lá e acima de todas as fidelidades secundárias sentem em si a fidelidade essencial, a fidelidade à Nação.
Teremos, para o efeito, no caso português, também de recuperar e reconstruir Portugal?
Talvez, mas sempre sem ignorar nem tentar iludir a História.
Só não é desmesurada a tarefa porque, atrás de nós, muitos outros fiéis nacionalistas hão-de vir, por muitas e boas gerações.
Já devíamos ter começado, em todo o caso.
Portanto, comecemos ou recomecemos já.
A.C.R.
P.S. Acabo de ler o texto “Nacionalismo dos dois lados?” do site “Reconquista” e apresso-me a dizer aos Camaradas quanto me agradou, por nele achar alguns, não poucos, pontos que seriam perfeitos contributos positivos para a definição do que será, ou deverá ser, a doutrina acabada do novo nacionalismo.
Se até aqui ela se tem principalmente expresso no que o novo nacionalismo não deve ser, a tarefa de definição do que em pormenor deve positivamente ser ou vir a ser está longe de completar-se.
Muito do que escreveram no V/site, parece-me fundamental.
Agradeço aos Camaradas que, em vários blogues, vêm também tomando à sua conta o tema de renovação do nacionalismo, seja pela positiva, seja pela negativa.
A semana que passou houve pelo menos cinco posts, em quatro blogues, que, expressamente ou não, a ele se referiram (ver: Pro Pátria; Ocidental Praia Lusitana; Nacionalista e O Sexo dos Anjos).
O tema, nos termos em que aqui foi lançado, está posto desde há mais de dois anos, no I Congresso Nacionalista Português, numa das teses ali apresentadas começada a preparar alguns meses antes (v. neste blogue "I - Textos sobre Um Nacionalismo Novo").
À medida que o tema se foi desenvolvendo no meu espírito e no papel, fui sentindo crescentemente o desconforto, para não dizer a angústia, das rupturas com o pensamento convencional nacionalista com que me ia defrontando.
Tanto mais que essas rupturas doutrinárias iriam enfrentar certas reacções desfavoráveis, que me seriam ainda mais dolorosas por poderem, em boa parte, vir de algumas pessoas amigas de velha data, que me eram e são queridas e que muito considero.
Desejo, porém, que todos compreendam uma coisa: move-nos tão só, aos novos nacionalistas, ajudar a salvar o nacionalismo, para que não chegue a ser apenas aquilo em que ameaça tornar-se, simples relíquia da História do pensamento político; mas antes uma realidade viva, actuante e utilmente mobilizadora.
A via decisiva, para tanto, é a via dum pensamento renovador, criativo, vivificante e revelador da alma nacional.
Para alguns, os riscos de pensar são enormes, com efeito; mas os riscos de não se pensar, muito maiores ainda, em geral.
É magnífica a imagem daquele reduto final, onde os já poucos abencerragens da “Ideia” lutam desesperadamente, até à imolação do último sobrevivente e das últimas esperanças.
Mas não é a isso que queremos sujeitar-nos.
Não foi para isso que nascemos.
Nascemos para vencer, vencer mesmo ou sobretudo quando parecermos derrotados!
De facto, até poderíamos proclamar que não é para salvar o nacionalismo como doutrina, que lutamos essencialmente.
Lutamos acima de tudo, sim, pelas Nações, que são a realidade mais profunda que interessa, afinal, no nacionalismo, a realidade primeira e última que o nacionalismo contempla.
A Nação é a nossa fidelidade essencial, muito para lá e acima de todos os restauracionismos imagináveis.
Ora as Nações têm, felizmente, uma vitalidade e um fôlego que em muito ultrapassam todas as concepções limitativas em que algum pensamento nacionalista acabou por encerrá-las.
É para a descoberta, redescoberta e reanimação dessa vitalidade e desse fôlego que se convidam os nacionalistas, todos os que para lá e acima de todas as fidelidades secundárias sentem em si a fidelidade essencial, a fidelidade à Nação.
Teremos, para o efeito, no caso português, também de recuperar e reconstruir Portugal?
Talvez, mas sempre sem ignorar nem tentar iludir a História.
Só não é desmesurada a tarefa porque, atrás de nós, muitos outros fiéis nacionalistas hão-de vir, por muitas e boas gerações.
Já devíamos ter começado, em todo o caso.
Portanto, comecemos ou recomecemos já.
A.C.R.
P.S. Acabo de ler o texto “Nacionalismo dos dois lados?” do site “Reconquista” e apresso-me a dizer aos Camaradas quanto me agradou, por nele achar alguns, não poucos, pontos que seriam perfeitos contributos positivos para a definição do que será, ou deverá ser, a doutrina acabada do novo nacionalismo.
Se até aqui ela se tem principalmente expresso no que o novo nacionalismo não deve ser, a tarefa de definição do que em pormenor deve positivamente ser ou vir a ser está longe de completar-se.
Muito do que escreveram no V/site, parece-me fundamental.
Etiquetas: Balanço do Nacionalismo Português Actual, II Congresso Nacionalista Português, Um Nacionalismo Novo