<$BlogRSDUrl$>

2012/08/13

Romney & Ryan 


Está escolhida a dupla que irá enfrentar Obama em Novembro próximo.

Do ponto de vista interno é bastante previsível o que estará em jogo na disputa eleitoral: economia, impostos, maior ou menor burocracia estatal, liberdade, sobretudo religiosa, um tema que saltou para a ribalta graças às pretensões totalitárias de Obama. E Paul Ryan é uma excelente contribuição, talvez a melhor do momento, justificada pelo seu trabalho no último mandato na Câmara dos Representantes, eleito há vários mandatos, sucessivamente, por uma circunscrição do Wisconsin, um estado habitualmente democrata, o que dá um significado adicional à escolha.

Menos certo será o desenvolvimento das discussões e de planos em torno da política externa. Obama teve, visivelmente, uma política externa que se aproxima do realismo clássico, como salienta, respigando uma citação do New Republic, Jaime Nogueira Pinto no “Sol” de 11 de Agosto, típica de certas administrações republicanas. De facto, a política externa, visível, de Obama pautou-se, geralmente, pelo low profile na intervenção, seja no Iraque, de onde retirou as tropas, seja nas acções concertadas com a NATO no âmbito de operações relacionadas com a “primavera árabe” em países como o Egipto, a Líbia, o Iémene, à excepção da Síria, onde o envolvimento americano parece ser mais directo e, fora do âmbito da “primavera árabe”, do Afeganistão, onde os EUA se tiveram que empenhar mais a fundo, em virtude da retirada de forças militares europeias, e cuja presença deverá ainda ser necessária por alguns anos, se não se quiser ter ali um foco de problemas ainda mais grave que o Iraque.

Mas, a política externa americana, na versão de Obama, teve uma faceta invisível, não menos importante de consequências para o mundo, pela mão da Secretária de Estado Hillary Clinton. Tratou-se de facto de um combate, talvez silencioso, mas muito activo, ao nível das instituições internacionais, especialmente das agências da ONU, pela implementação arbitrária da ideologia do género, o que se traduziu na insistência em políticas promotoras do aborto, da homossexualidade e da redefinição do casamento como coisa entre pessoas do mesmo sexo, geralmente em países em vias de desenvolvimento, e particularmente em África.

Por outro lado, a comunicação do apoio de Mitt Romney a Israel, na sua contenda, para já diplomática, com o Irão, não terá sido feita da forma mais feliz e apropriada. Esse apoio não estará em causa, mas deve ser afirmado simultaneamente com o compromisso de chegar a um acordo de paz entre Israel e o Estado Palestiniano, passando, por via diplomática, pelo corte dos laços que prendem a Palestina e o Líbano à esfera de influência do Irão, bem como a conversações tendentes a uma possível colaboração com a Rússia nos problemas do Médio Oriente, dado que, ao contrário do que precipitadamente se possa pensar, este país não representa hoje a ameaça, nem é o inimigo do Ocidente, de há 30 ou 40 anos. Talvez não seja fácil ter conversações amistosas com o Irão, mas também não vale a pena fazer declarações de guerra precipitadas e inúteis. E reconhecer tudo isto, também é realismo político.

Se Paul Ryan conseguisse pegar em todos estes assuntos à luz do realismo e abrisse uma nova agenda, mais coerente e consistente com os valores e interesses ocidentais, na política externa americana, faria um grande bem à América e ao mundo. Será capaz?

manuelbras@portugalmail.pt

Etiquetas: , ,


This page is powered by Blogger. Isn't yours?

  • Página inicial





  • Google
    Web Aliança Nacional