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2012/06/27

Rio + 20 = 0 


No fim da cimeira sobre desenvolvimento sustentável, ocorrida no Rio de Janeiro, Brasil, 20 anos após uma anterior, o balanço das hostes alarmistas/catastrofistas é francamente negativo. Todos acham que as propostas e determinações, sendo as possíveis, não são vinculantes - como o poderiam ser? - e que os compromissos assumidos em matéria de acções não são suficientes, para as pretensões desses grupos.

E o que pretendem esses grupos? - perguntará o leitor. O poder de condicionar a vida - e eu diria também a morte - de pessoas, grupos e nações para levar a água ao seu moínho, ou seja, executar a sua agenda política. Se lhes perguntarem qual é a sua agenda política todos dirão que é garantir a conservação da biodiversidade, um futuro sustentável, sem fome, com uma distribuição mais equitativa dos recursos do planeta, agora que eles garantem que são cada vez mais escassos e estão quase a acabar, do acesso à saúde, podendo ou não aqui usar uma linguagem mais ambígua e truculenta usando o termo reprodutiva, que todos já sabem o que significa, e eventualmente, ainda acrescentam a igualdade de género, ou seja a ideologia do género, cuja terminologia não pode ser mais deliberadamente ambígua e truculenta, e que também já sabemos onde vai parar.

Podemos agora perguntar: excluindo o paleio ambíguo e a truculenta ideologia do género, o que já não seria mau, a conservação das espécies, dos recursos naturais, o combate à fome, melhorar o acesso à saúde, para não cair na linguagem deles, não são objectivos dignos da atenção e da prioridade dos governos? Sem dúvida. O que é legítimo desconfiar é que se não fosse o interesse pelo poder que está por trás do paleio ambíguo e da ideologia truculenta, não haveria qualquer interesse pela conservação das espécies, nem pelos recursos naturais, nem com a fome, nem com a saúde. E porquê? Porque todas essas causas figuram na agenda ao serviço da ideologia que, como sempre, pretende o poder.

Se perguntarmos a esses grupos ideológicos (partidários e não-partidários) que expliquem como pretendem levar à prática a sua agenda, então começam as utopias, como por exemplo foi para muitos países o defunto Protocolo de Quioto. Aí começam os objectivos impossíveis.

O que significa isto? Que existem outras formas de lidar com os mesmos assuntos limpas das ideologia (do género e do malthusianismo, basicamente) e, portanto, não utópicas, mas baseadas na realidade. É isso que estes grupos pretendem negar, que existam outras soluções diferentes, que eles acham que não são soluções. Outra questão é que esses grupos estabelecem à partida problemas, como o crescimento da população, mas que, na realidade, não são problemas, pelo menos para todos. Quem não se lembra das "profecias" de Paul Ehrlich, só para dar um exemplo, acerca da "explosão demográfica" para o ano 2000? Hoje, quem ler as "profecias" de Ehrlich chorará a rir.

Característico destes grupos, com acesso e tratamento privilegiado na imprensa, é o estabelecimento prévio de problemas e de soluções à luz da ideologia, com que depois a imprensa lava o cérebro às massas.

Do que não se ouve falar é de problemas e de soluções no arco do realismo. O que é um problema ou uma solução para um utópico não o é, à partida, para um realista.

O fracasso que esses grupos apontam, talvez com razão na sua perspectiva, à Cimeira Rio + 20, pode significar que eles atingiram os limites da realidade, de onde já não se pode passar mesmo que se queira, o que se traduz também numa vitória do realismo, certamente auxiliada pela crise económica vigente. As crises têm sempre esse condão de expor a realidade.

Não significa isto que os grupos alarmistas/catastrofistas se tenham convertido à realidade. Eles continuarão a acreditar na "transformação da realidade". Aconteceu foi que a realidade lhes caíu em cima, por isso ficaram tão decepcionados por não haver nenhum protocolo vinculativo.

Razão de sobra para não os levar a sério.

manuelbras@portugalmail.pt

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