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2008/07/15

Censura XXI 

Manuel Brás

Passados trinta e tal anos sobre a revolução de Abril de 74, talvez por falta de melhores credenciais, o culto do antifascismo e as referências até à exaustão sobre a censura durante o Estado Novo – conhecida de todos e cuja gestão mais ou menos inteligente podemos questionar – continuam a ser os pilares que sustentam este sistema. Não fora isso…

E hoje, não há censura?

Eis algumas mensagens que a imprensa de referência não pode passar:

1. Prevenção da SIDA. É proibido apresentar a abstinência da promiscuidade sexual e a fidelidade conjugal como as formas mais certas e eficazes de conter a propagação do HIV/SIDA. Este tipo de programas educativos já foram testados com êxito no Uganda, tendo a população infectada diminuído ao longo de 15 anos de mais de 20% para 5 ou 6%. Por cá, a única mensagem autorizada é a da distribuição maciça de preservativos, cujo resultado é o que se vê há décadas. É claro que os defensores dessa medida estão protegidos por uma tranquila inverificabilidade: se o nº de infecções decresce é porque as pessoas usam preservativos e a medida recomenda-se. Se o nº de infecções aumenta então é porque as pessoas não usam preservativos e a medida recomenda-se ainda mais. Como é que isto se verifica? Curiosamente o problema está sempre nas pessoas, nunca no material. Será que o material é 100% eficaz? Pois é… a verdade é que, ao longo de mais de 20 anos, nunca houve uma diminuição significativa de infecções onde se fez exclusivamente a apologia dos preservativos.

2. Críticas às pretensões do lobby gay: a equiparação entre casamento (um homem com uma mulher) e as uniões homossexuais. A injustiça da equiparação é mais ou menos flagrante para todos aqueles que quiserem pensar um pouco, sem engolir os sound bytes e vozes off da propaganda mediática. O que se pretende com a equiparação é colocar tudo sob a mesma lei. É injustiça tratar de forma igual coisas que são radicalmente diferentes. A discriminação é ao contrário. Porquê? Porque um homem é um homem, e uma mulher é uma mulher: são as duas formas diferentes de ser humano. Não é uma questão de escolha, é uma determinação a priori. Tão simples quanto isto. Os que não concordam com essa equiparação forçada têm todo o direito de a criticar e de se organizarem de modo a impedir tal logro.

3. Aquecimento global antropogénico. Todos somos obrigados a aceitar, sem questionar, que o aumento médio das temperaturas ao longo do séc. XX – vulgarmente designado por “aquecimento global” – se deve exclusivamente à emissão de gases com efeito de estufa provenientes da indústria, da produção de energia e dos transportes, designados antropogénicos. Mais, temos que aceitar que o processo vai desembocar em infindáveis catástrofes: degelos, inundações, furacões, variações climáticas, extinção de espécies, terríveis doenças e um tétrico etc. E por fim temos que apontar o culpado: o homem. Mas, se descascarmos a cassete, rapidamente verificamos que esse homem culpado é muito especial: são os americanos. Que, provavelmente, neste momento, já nem são os maiores emissores de CO2. Por fim, temos que aceitar que o CO2 é um poluente, mas um poluente muito especial, exclusivamente necessário para as plantas.

Não se pode questionar a teoria, nem defender que o clima nunca foi fixo, mas sempre variável, que existem múltiplas causas naturais para a sua variabilidade, que continuam a actuar, que, provavelmente, a emissão antropogénica de gases de estufa tem um peso muito menor do que se apregoa, que o sistema climático é mal conhecido e que as previsões catastróficas são baseadas em modelos falíveis, que sempre existiram gelos e degelos, inundações, furacões e tempestades, extinção e aparecimento de novas espécies, doenças. Afinal, tanto barulho, para quê? Não se pode dizer que a indústria americana é a que mais cuidados tem com a eficiência energética, a utilização de energia limpa e a procura de alternativas aos combustíveis fósseis. Provavelmente, não por causa do clima, mas por outras razões. E ainda menos se pode dizer que durante a Idade Média se cultivou a vinha em Inglaterra, e se povoou e cultivou a Gronelândia, factos que desmentem o tal aquecimento sem precedentes do séc. XX. O tratamento jornalístico do aquecimento global faz lembrar o mito da explosão demográfica dos anos 60 e 70.

4. Idade Média. Trata-se de um período de 1000 anos identificado com o obscurantismo, o desprezo pela ciência e pela sabedoria, o fanatismo religioso, a barbárie cultural generalizada, as doenças, a morte, enfim, tudo o que de mau existe. Assim, desde os manuais escolares ao jornalismo. Assim aviam 1000 anos num monólito os publicistas do séc. XVIII e XIX, de onde procede a visão desse tempo que é veiculada ainda hoje na opinião publicada. Ninguém questiona nem averigua nos documentos da época: isso dá trabalho e além do mais não interessa.

No que toca a barbárie e fanatismo, basta olhar para o terror revolucionário do séc. XVIII e para a mortandade oferecida pelas ideologias e totalitarismos do séc. XX e estamos conversados.

A Idade Média foi, na pior das hipóteses, uma época tão bárbara como qualquer outra, anterior e posterior.

5. O darwinismo. É razoável admitir que o corpo dos seres vivos, como realidade material que é, sujeita às leis da selecção natural e da mutação, possa sofrer variações, melhores ou piores adaptações. É legítimo, embora difícil, conhecer em pormenor e de forma inequívoca, a origem das espécies e suas variações ao longo dos tempos, em particular, do corpo humano. O que não é legítimo é a pretensão de certos darwinistas imporem que a evolução do corpo dos seres vivos, num crescente grau de complexidade, ocorreu por acaso, sem qualquer sentido nem inteligibilidade, assim como a pretensão de que a inteligência e a liberdade humana decorre originariamente da matéria, isto é, do corpo. É aqui que a censura actua, tentando impedir que a inteligibilidade chegue onde a ciência já não pode chegar. Eles lá sabem porquê.

manuelbras@portugalmail.pt

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