2007/04/24
Não se precipitem…
Todos recordamos a algazarra montada nos media ao aproximar-se o dia 2 de Fevereiro, em que foi publicado o “Summary for Policymakers” do “Fourth Assessment Report” (4AR) do IPCC. Como sempre, desde os anos 60 que o mundo está prestes a acabar…
Vendo as coisas com um pouco mais de serenidade e racionalidade, duas aberrações desprezadas pela pós-modernidade esquerdalha, o que temos ali é apenas um “summary for policimakers”, isto é, um esboço para políticos com múltiplos cenários desenhados e respectivas probabilidades, sendo consabido que tais esboços são redigidos sob a direcção de representantes políticos nomeados pelas várias nações. As limitações, e eventuais enviesamentos, de tais esboços justificam a suspensão de um juízo definitivo até uma avaliação definitiva dos cientistas. No fim de contas, a única coisa que muitos jornalistas e políticos leram foi este “sumário”. O relatório completo com toda a avaliação científica só será publicado daqui por vários meses.
De tudo o que foi escrito, aquilo que mereceu a maior atenção dos media foi a maior certeza do IPCC em relação a 2001 de que a humanidade contribuiu para um aquecimento desde 1750. O facto do “sumário” considerar que a probabilidade de tal ter acontecido é 90% não é grande novidade, nem nada do outro mundo, como à primeira vista parece. Esta possibilidade não deve ser confundida com uma revisão em alta das consequências previstas que, de facto, não consta deste esboço preliminar.
O que importa saber é quanto, efectivamente, a actual concentração de CO2, que aumentou cerca de 30% nos últimos 250 anos, contribui para esse presumido aquecimento. Muito, pouco, nada? Será que as catastróficas previsões de aumentos do nível dos mares, inundações, aumento da frequência e intensidade dos furacões, chuvas torrenciais, ondas de calor e secas, o desaparecimento dos gelos polares e de milhões de espécies, vão ocorrer conforme alguns prometem?
O que nos diz, em resumo, o sumário?
Ao que parece o aumento do nível dos mares foi revisto em baixa em relação a 2001. Estima-se que aumente entre 18 e 59 cm, um terço abaixo das previsões de 2001 para o fim do século.
Quanto à temperatura, o intervalo de subida 1,3 – 5,8ºC previsto em 2001 foi substituído pelo intervalo 1,8 – 4,0ºC, enquanto o “hockey stick” caiu no esquecimento, talvez em reconhecimento de que o aumento das médias durante o séc. XX não foi sem precedentes, a menos que queiramos esquecer propositadamente o “Óptimo Medieval” (com o cultivo abundante da vinha na Inglaterra central e do sul) e a subsequente “Pequena Idade do Gelo” (séc. XVII).
Manuel Brás
manuelbras@portugalmail.pt
Vendo as coisas com um pouco mais de serenidade e racionalidade, duas aberrações desprezadas pela pós-modernidade esquerdalha, o que temos ali é apenas um “summary for policimakers”, isto é, um esboço para políticos com múltiplos cenários desenhados e respectivas probabilidades, sendo consabido que tais esboços são redigidos sob a direcção de representantes políticos nomeados pelas várias nações. As limitações, e eventuais enviesamentos, de tais esboços justificam a suspensão de um juízo definitivo até uma avaliação definitiva dos cientistas. No fim de contas, a única coisa que muitos jornalistas e políticos leram foi este “sumário”. O relatório completo com toda a avaliação científica só será publicado daqui por vários meses.
De tudo o que foi escrito, aquilo que mereceu a maior atenção dos media foi a maior certeza do IPCC em relação a 2001 de que a humanidade contribuiu para um aquecimento desde 1750. O facto do “sumário” considerar que a probabilidade de tal ter acontecido é 90% não é grande novidade, nem nada do outro mundo, como à primeira vista parece. Esta possibilidade não deve ser confundida com uma revisão em alta das consequências previstas que, de facto, não consta deste esboço preliminar.
O que importa saber é quanto, efectivamente, a actual concentração de CO2, que aumentou cerca de 30% nos últimos 250 anos, contribui para esse presumido aquecimento. Muito, pouco, nada? Será que as catastróficas previsões de aumentos do nível dos mares, inundações, aumento da frequência e intensidade dos furacões, chuvas torrenciais, ondas de calor e secas, o desaparecimento dos gelos polares e de milhões de espécies, vão ocorrer conforme alguns prometem?
O que nos diz, em resumo, o sumário?
Ao que parece o aumento do nível dos mares foi revisto em baixa em relação a 2001. Estima-se que aumente entre 18 e 59 cm, um terço abaixo das previsões de 2001 para o fim do século.
Quanto à temperatura, o intervalo de subida 1,3 – 5,8ºC previsto em 2001 foi substituído pelo intervalo 1,8 – 4,0ºC, enquanto o “hockey stick” caiu no esquecimento, talvez em reconhecimento de que o aumento das médias durante o séc. XX não foi sem precedentes, a menos que queiramos esquecer propositadamente o “Óptimo Medieval” (com o cultivo abundante da vinha na Inglaterra central e do sul) e a subsequente “Pequena Idade do Gelo” (séc. XVII).
Manuel Brás
manuelbras@portugalmail.pt
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