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2006/04/27

A.D.R.E.S.E. – Associação de Desenvolvimento Regional da Serra da Estrela
O associativismo contra a desertificação da Beira Interior 

Suas Principais Iniciativas desde 1991


A ADRESE nasceu em Seia do forte espírito associativo latente de alguns que também lançámos a Associação dos Antigos Alunos do Colégio Dr. Simões Pereira, em 1991.Os mesmos, porém, já antes, em 1989, havíamos tentado criar, em Seia também, uma Escola Profissional, a qual só veio a concretizar-se, numa 2ª candidatura, em Outubro de 1993, com o nome actual de
Escola Profissional da Serra da Estrela (EPSE).

Sempre com o decidido apoio da ADRESE e com muitos outros apoios entretanto reunidos na comunidade senense e nas suas forças vivas, elites culturais, empresariais, autárquicas e outras, a EPSE tem sido uma Escola em permanente expansão e cada vez mais inserida no meio social e nas suas aspirações de desenvolvimento, como também de luta, bem sucedida, contra a desertificação do Interior.

Com o mesmo espírito de empenhamento no esforço de melhoria do nível profissional da população, mas também de participação no combate ao desemprego, a ADRESE lançou em 1999, com o decisivo apoio do C.E.F.P. – Centro de Emprego e Formação Profissional (de Seia) e com a cedência de instalações pela EPSE, uma Escola – Oficina de Entalhadores, para desempregados de longa duração. Com isto, dotou – se a região de pessoal habilitado numa especialização profissional que praticamente não havia aqui, nem nos concelhos próximos, e que permitiu a alguns dos especialistas formados lançar actividades de conta própria, na modalidade em questão.

A colaboração da ADRESE com o CEFP Seia, no combate ao desemprego, não ficou porém por aí.

É o caso da UNIVA da ADRESE.

Esta Unidade de Inserção na Vida Activa visava, como todas as que existem ou existiram no País:

- Prestar serviços de informação e orientação profissional aos desempregados e aos jovens em busca do primeiro emprego;

- Coordenar actividades de intercâmbio de pedidos e ofertas de emprego e de formação profissional;

- Promover contactos com o mundo empresarial e actividades destinadas à melhoria de condições de inserção e reinserção de jovens e mais utentes, na vida activa.

Durante os seus três anos de funcionamento, a UNIVA da ADRESE actuou especialmente junto dos formandos e diplomados da EPSE, mas o facto de estar instalada em espaço cedido, para o efeito, pela própria EPSE, não a impediu de atender todos os outros utentes potenciais da região, carenciados dos mesmos apoios, esclarecimentos e intervenções.

Um outro domínio em que tem sido assinalável o papel da ADRESE é o do seu apoio funcional ao associativismo.

Dispondo a ADRESE de instalação própria para sede, de arrendamento, tem por isso podido ceder aí a utilização, temporária e graciosa, de algum espaço, a outras associações que lha solicitaram ou às quais a própria ADRESE se antecipou a oferecê-la.

Assim sucedeu com a URZE, para o seu Núcleo de Seia, durante quase quatro anos; e também com a Associação dos Antigos Alunos do Colégio Dr. Simões Pereira, durante mais tempo ainda.

Talvez seja, porém, na área da defesa e recuperação da floresta que a vocação associativista da ADRESE melhor se tem manifestado.

De facto, até ao desenvolvimento da actuação da URZE, com os seus meios técnicos e financeiros muito mais à altura, para o efeito, das carências locais, foi a ADRESE que praticamente tomou todas as iniciativas de associativismo de produtores florestais concretizadas. Perto de quinhentos hectares de terrenos reflorestados ou de floresta objecto de manutenção (pertencentes a mais de sessenta produtores florestais) e algumas dezenas de quilómetros de caminhos e aceiros abertos ou limpos, no âmbito de quatro agrupamentos de produtores florestais criados, é o saldo actualizado dessas iniciativas impulsionadas pela ADRESE, nestes quinze anos.

Por efeito disso, sensivelmente se valorizou a propriedade na zona, mas temos, contudo, de confessar que uma coisa falhámos redondamente até agora.

Trata-se das nossas tentativas de obter apoios para fazer funcionar um primeiro curso de operadores florestais, de um ano, destinado a maiores de 18 anos, em risco de abandono escolar e com o 9º ano de escolaridade incompleto.

O apoio financeiro público chegou a estar garantido, através da EPSE, mas, abertas as inscrições, foram elas em número abaixo do mínimo estabelecido para o funcionamento da turma autorizada.

Estamos convencidos de que não foi feito o esforço de divulgação e explicação suficiente, para fazer compreender a potenciais interessados no curso que a actividade florestal começa a ter na região boas perspectivas de futuro, completamente novas.

Porquê?

Porque, graças ao trabalho de muitos nestes vinte anos, os proprietários se interessam cada vez mais por “salvar” e valorizar os seus “bocados”; porque as associações de produtores florestais criadas, as autarquias, em especial as Câmaras, e a camada dos técnicos superiores jovens e competentes, atraídos pelos empregos criados, trouxeram à exploração da floresta e à prevenção dos incêndios uma credibilidade que andava completamente perdida; e, enfim, porque a criação das equipas de sapadores florestais, há seis anos, e, mais recentemente, a regulamentação das condições de criação de “Zonas de intervenção florestal” (ZIF), vieram abrir perspectivas de exploração e gestão útil de toda a floresta, que verdadeiramente ainda não existiam e que trazem horizontes inéditos ao uso múltiplo da floresta.

È por isso, e na continuidade dum esforço de anos a favor da floresta e do ambiente, na Beira Interior, que a ADRESE aceitou o desafio que muitos proprietários florestais lhe fizeram – a que virão a juntar – se seguramente muitos outros – de apresentar a candidatura à criação da Zona de Intervenção Florestal do Rio Seia por eles desejada, na Direcção Geral dos Recursos Florestais.

António da Cruz Rodrigues

Seia, 24 de Abril de 2006

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