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2006/04/20

O massacre de Judeus em Lisboa, em 1506.
Maiores perigos, ainda, ameaçam hoje Israel. 

O nacionalismo, tal qual o entendemos os novos nacionalistas, revelar-se-á cada vez mais como o antídoto correcto e eficaz para os riscos dum mundialismo abusivo, que poderia tornar-se esmagador.

É a essa luz que escrevo o que segue.

Passarão nos dias 19 a 21 deste mês os quinhentos anos do famoso massacre em Lisboa de Judeus cristãos-novos de 1506.

O facto de o acontecimento estar a ser largamente assinalado pelos M.C.S., em geral, dispensa-me de referências desenvolvidas à história do caso. Mas também me permite estabelecer outras ligações que me parecem da maior actualidade.

A propósito do massacre, uma insuspeita comentadora, Esther MuchzniK, escreveu.

“Um factor que explica o Massacre (refere-se a autora ao de Lisboa, com maiúscula desde já, como Holocausto, etc.), embora não sendo específico dele, é a vulnerabilidade judaica ao longo de dois mil anos de diáspora. Sem reinos, sem exércitos, sem poder, os judeus foram ao longo da História uma presa fácil” – sintetiza a jornalista.

Mas acrescenta, poucas linhas a seguir.

“Muitos anos mais tarde, 500 anos depois, os judeus souberam tirar a lição desta realidade.”

A autora não desenvolve o que pretende dizer com isto, mas é de supor que se refira à criação do Estado de Israel, como entidade que teria vindo a preencher as lacunas da sociedade judaica ao longo dos seus últimos dois mil anos de diáspora.

Ora, para sermos realistas e não sermos surpreendidos pelas possíveis consequências decorrentes duma fatal indiferença pelo que se passa no mundo, tocando-nos de perto, temos de constatar que o Estado de Israel se vai revelando cada vez menos capaz de desempenhar esse papel de garante da integridade dos próprios judeus aí residentes, quanto mais dos restantes, que andam espalhados pelo mundo.

Digo-o como um sentido grito de alarme perante o perigo cujas consequências nos podem atingir a todos, neste Ocidente cada vez mais gravemente desatento a muito do que nos é essencial.

Lamento, por isso, que muitos dos supostamente ocidentais tenham reagido com um simples encolher de ombros, quando não com um secreto, se não mesmo indiscreto gozo, à ameaça do desvairado que governa Teerão, de “riscar Israel do mapa”.

Esta é, queiram ou não, Europa fora, muitos que se julgam europeus, uma das fronteiras que delimitam irrevogavelmente a Europa e o Ocidente, dum lado, e o Leste.

Queiram ou não os próprios judeus, Israel é parte do Ocidente e seria doentia falta de lucidez que eles ou nós o esquecêssemos, fosse de que modo fosse.

A.C.R.

Seia, 16.04.2006

(continua)

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