2006/04/20
Prós e Contras: choque de religiões?
[RTP1 – 10/04/2006 – ca 22.30h]
Com um painel composto por Fátima Bonifácio, António Barreto, Cardeal Saraiva Martins e João César das Neves, foi um debate histórico que apontou novas tendências do pensamento – desmontando apriorismos – sobre as realidades sociais da actualidade.
Histórico porque, na primeira parte, quase que se viu os ateus defenderem as raízes cristãs, culturais e históricas, da Europa – com certeza sem a pretensão de lhes tirar consequências – , enquanto os cristãos defendiam o contacto e o diálogo com os muçulmanos.
Histórico porque, pela primeira vez em Portugal, a esquerda não dominou a agenda temática nem o rumo do debate. Antes pelo contrário, Fátima Bonifácio e António Barreto mostraram a sua perplexidade e desconcerto quando foram confrontados com a tese de que a grande ameaça à sobrevivência da identidade europeia não vem de fora, está cá dentro. Não é, em primeiro lugar, a imigração, nem a presença muçulmana, mas sim a decadência provocada pelo envelhecimento da população, pelo desprezo da vida humana, nos seus momentos mais frágeis, pelo desprezo da família, tal e como sempre foi conhecida, que mais ameaça a Europa. Dito de outra forma menos simpática: o perigo mais próximo não vem do Islão, vem do ateísmo e do laicismo.
De facto, uma civilização não cai porque outras existem, mais ou menos perto. Cai porque ela própria se autodestrói. É a confirmação do carácter autodestrutivo do ateísmo: contra a vida humana individual, contra a família, por fim, contra a sociedade. Tudo em nome de uma liberdade abstracta, em que não se vislumbra o porquê, nem o para quê.
Eis a prova de que a clivagem civilizacional se verifica entre europeus: o debate só aqueceu quando surgiram as questões relacionadas com a vida e com a família. É aqui que está o choque em primeiro lugar. Uma questão religiosa? Talvez, se admitirmos que o ateísmo é uma religião antireligiosa…
Ficou por dizer que, em muitos países árabes e/ou de maioria islâmica não há liberdade religiosa. Mais precisamente que os cristãos nesses e desses países não têm a liberdade que os muçulmanos gozam na Europa.
Abdul Rahman que o diga.
Manuel Brás
Com um painel composto por Fátima Bonifácio, António Barreto, Cardeal Saraiva Martins e João César das Neves, foi um debate histórico que apontou novas tendências do pensamento – desmontando apriorismos – sobre as realidades sociais da actualidade.
Histórico porque, na primeira parte, quase que se viu os ateus defenderem as raízes cristãs, culturais e históricas, da Europa – com certeza sem a pretensão de lhes tirar consequências – , enquanto os cristãos defendiam o contacto e o diálogo com os muçulmanos.
Histórico porque, pela primeira vez em Portugal, a esquerda não dominou a agenda temática nem o rumo do debate. Antes pelo contrário, Fátima Bonifácio e António Barreto mostraram a sua perplexidade e desconcerto quando foram confrontados com a tese de que a grande ameaça à sobrevivência da identidade europeia não vem de fora, está cá dentro. Não é, em primeiro lugar, a imigração, nem a presença muçulmana, mas sim a decadência provocada pelo envelhecimento da população, pelo desprezo da vida humana, nos seus momentos mais frágeis, pelo desprezo da família, tal e como sempre foi conhecida, que mais ameaça a Europa. Dito de outra forma menos simpática: o perigo mais próximo não vem do Islão, vem do ateísmo e do laicismo.
De facto, uma civilização não cai porque outras existem, mais ou menos perto. Cai porque ela própria se autodestrói. É a confirmação do carácter autodestrutivo do ateísmo: contra a vida humana individual, contra a família, por fim, contra a sociedade. Tudo em nome de uma liberdade abstracta, em que não se vislumbra o porquê, nem o para quê.
Eis a prova de que a clivagem civilizacional se verifica entre europeus: o debate só aqueceu quando surgiram as questões relacionadas com a vida e com a família. É aqui que está o choque em primeiro lugar. Uma questão religiosa? Talvez, se admitirmos que o ateísmo é uma religião antireligiosa…
Ficou por dizer que, em muitos países árabes e/ou de maioria islâmica não há liberdade religiosa. Mais precisamente que os cristãos nesses e desses países não têm a liberdade que os muçulmanos gozam na Europa.
Abdul Rahman que o diga.
Manuel Brás
Etiquetas: Imigração, Manuel Brás