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2006/04/10

“O enigma italiano” 

Sob este título, no seu blogue “O Sexo dos Anjos” fez ontem Manuel Azinhal um comentário às eleições italianas em que me cita a propósito duma conversa nossa de há anos sobre os Italianos.

Tenho desde sempre um enorme “fraquinho” pela Itália e os Italianos.

Costumava até dizer que os Italianos “são os Portugueses… em pior”.

Era uma “boutade”, mas não escondia mesmo assim uma coisa, a minha subjacente grande crença em Portugueses e Italianos.

Quando visitei a Itália pela primeira vez, com certa demora, há quarenta e três anos, estava-se em plena maré do famoso “milagre italiano”, o milagre do seu desenvolvimento pós-derrota da Itália na guerra de 1939-45.

Data desse tempo o meu juízo sobre os Italianos como o povo mais inteligente do mundo.

Continuo a pensá-lo.

Entretanto as minhas observações levaram-me à convicção crescente das profundas afinidades entre os dois povos, confirmadas pela facilidade com que os Italianos se vêm instalando em Portugal como empresários e técnicos superiores, com perfeito sucesso, e também por cada vez mais casos de Portugueses que fazem das suas estadias de formação em Itália as bases do seu sucesso em Portugal.

Tenho exemplos disto na família mas conheço muitos outros no mesmo sentido.

Nós sentimo-nos em nossa casa, na Itália, e os Italianos sentem-se em Portugal, como em sua casa.

Julgo que o sangue romano durante a ocupação imperial da Lusitânia, ao longo de cinco séculos, deixou marcas na nossa natureza como talvez não tenha deixado em nenhum outro povo “latino” da Europa.

Aliás, a própria facilidade com que os Italianos se deram na “colonização” do Brasil poderá dever muito a essa ancestralidade de empatia e identificação dos dois povos.

No fundo, os Portugueses teremos tido sempre a intuição da excepcional grandeza da influência da Itália (Península Itálica) e dos Italianos nos destinos políticos e culturais do Ocidente e do Mundo.

Se contarmos, como não podemos deixar de fazê-lo, o seu papel na criação e expansão do Império Romano e da Igreja Católica, temos de facto bem a noção de como esse Povo nunca deixou de estar “no centro da História” ao longo destes quatro mil anos, reccord de que nenhum outro pode de facto gloriar-se.

A.C.R.

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