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2006/03/28

VÃO-SE OS ANÉIS, FIQUEM OS DEDOS… (2) 

(ver poste anterior sobre o assunto)

Do meio século de que
falava Cristina Casalinho, a economista–chefe do BPI, que classificava esse período de muito bom, porque Portugal foi então das economias que mais cresceram, a nível mundial, vinte e cinco anos foram vividos sob Salazar e M. Caetano, a partir de 1949-50.

Os outros vinte e cinco anos foram vividos no pós-Abril, mas, destes, pelo menos dez foram perdidos economicamente, com o PREC e com as nacionalizações, a desordem auto-gestionária e a anarquia laboral.

Se alguém não concordar, levante o braço.

Ninguém levanta?...

Adiante, então.

A comparação é, portanto, desfavorável ao sistema político que nos governa.

Mas perdeu-se o “entusiasmo” por mudá-lo.

O Presidente da República não vai tomar a iniciativa de fazer o que quer que seja nesse sentido, a avaliar pelas garantias que deu, enquanto candidato, de que considera a Constituição intocável.

Os do seu círculo político e assessores da Presidência parecem ter perdido toda a dinâmica mobilizadora das transformações que se impõem, pelo respeito e acatamento devidos ao Presidente ou pelo medo de desfazerem uma quase unanimidade, que tudo indicava ser mais no sentido da mudança que no sentido do imobilismo.

A autoridade e personalidade do PR impõem-se a todos, silenciando por completo opiniões e projectos diferentes do imobilismo de Cavaco Silva?

Até quando?

Durante quanto tempo vão os divergentes continuar calados e inoperantes?

Não há ninguém, no círculo numeroso dos que antes apontavam para a urgência da reforma da Constituição, que levante agora a sua voz, discordante do caminho que as coisas levaram?

Ou pensam que não é o momento oportuno?

Se são apenas considerações tácticas que os tolhem, não está tudo perdido, porque mais tarde ou mais cedo as considerações tácticas mudarão em sentido exactamente oposto.

Mal seria, sim, se as considerações tácticas durassem tanto que viessem a impor-se à estratégia, acabando mesmo por fazer as vezes de estratégia.

Não queiram entretanto acalmar-nos, tentando convencer-nos que por trás deste imobilismo todo há “um plano”!

Estamos cansados de planos miríficos, secretos em nome do interesse operacional, mas que, no fim de contas, só “adiam” Portugal.

Tanto como o silêncio dos políticos desses círculos presidenciais, mais ainda que o silêncio deles, inquieta o súbito silêncio de Paulo Portas.

Há quem me diga que é mero oportunismo ou, para não ser tão duro, que é mero sentido das oportunidades.

Caímos no mesmo dos círculos sociais-democratas?

É que um Paulo Portas não pode mostrar o mínimo oportunismo, se respeita as responsabilidades que as suas grandes ambições o fizeram contrair.

Daqui a um ano, daqui a meses, até, poderá ser tarde para arrepiar caminho e tentar desculpar-se das inflexões estratégicas de que os seus comportamentos de agora dão fortes indícios.

Mas porquê?

Para não desestabilizar mais o seu P. Popular?

Valerá a pena?

O PP/CDS precisa mais de ser desestabilizado que outra coisa!

Para “estabilizá-lo” já chega o Presidente Santos e Castro, que esse é o papel por que tudo sacrificará.

Até o Partido?

A.C.R.

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